iii. e os lábios de hélio beijaram o lírio

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uma fábula em versos e rima

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dos olhos carvalho e germinada por um triz,

o sol amava-a por ser lídima e rara flor-de-lis

e ela, sua flâmula corpórea em beatriz,

— um clarão de vida rendado em anágua —

traía-o, sem mercê, com a esfinge metamorfoseada em água.

ah, maldita nereide, a que pelo velho chico rastejava vagarosa

afrontando a aridez imortalizada pel'aurora cor-de-rosa!

ardilosa, cantava à sua amarílis misteriosas árias cruas

como ousava, cruel ninfa, seduzir a dríade das árvores nuas?

desafiar a verdade perfeita do rei-astro

com os fabulosos cânticos ofensivos ao sertanejo lastro?

tais versos irreais fascinavam à miúda d'antagônica existência

contrastavam as veras d'aquela libélula transparência

cotejavam seu benesse hialino, eu lírio,

aviavam a borboleta folha-seca, fauna absolvida do delírio,

anuviavam o cravo luz beijado por febo apolíneo,

enterneciam o dote da menina crédula e pueril  — 

eternizaram-na como açucena enamorada pelo rio.

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fim.

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