x. ... realentas dos lentos beiços...

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um reconto da lenda de psiquê e seu eros

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enfeitiçado, encarou-te o oculto querubim

cedendo a ti o níveo dilúvio, a nacarada grinalda e o nectáreo véu...

não hasteias, contudo, com tuas asas de marfim!

não, psiquê... tu mesma amainas-te no amor de mel...

se teu coração às más línguas não acatasse,

o quão livre serias! ah, porque tanta liberdade havia

em amar este ser hialino por entre as traçadas da caligem,

em ofertar ao doce canto teu cerne virgem...

mas escuta-as, teimosa, e aluis as nimbosas ceras da vela

em lumes gotejando sobre a face sincera, bela –

deveras além da venustidade de toda a clareira,

de toda a efervescente relva, o rosto era...

e choras leves mariposas em lágrimas pálidas

nestas feições que dão nome às palavras amoriscadas...

são elas agora cálidas, acordadas! o rosto descrente do anjo raia

e vislumbra as flores afogueadas descendo de ti, sua lanceada!

deixando-te só com tuas cascatas lináceas e pérolas orvalhadas,

faz-se eflúvio o bélico serafim...

velas o pranto de teu amado perecido – mais dourado que a candeia, mais dorido

que cada um antes ferido pelas flechas delfins...

pedes, clemente, que reviva teu anjo! que retorne o aureolado

para teus braços brancos... "podes vestir-te das trevas, ó, meu alado,

podes virar sombra boreal, delirar-te de besta perenal,

desde que eu tenha no enlaço teus lábios ao meu lado!"

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amerceam-se de ti os numes, a cada algia da faina ilusória...

mas, como arde, leitoada, a flâmula do desalento em teu peito!

clamas – que estas belisárias cargas tragam-te tua vitória,

que mire-te com mercê teu esposo eleito, que não rendas-te ao infindo leito!

ah, lancinantes são as feridas esmaecendo tuas preces...

recaem em ti as lidas árduas, jamais alumbrando o encanto de tua pele

... e vai-se erguendo tânatos do solo, vagaroso, cacheando-te em visco...

... devaneiam teus olhos, em meio à finda, teu moroso príncipe de hibisco...

pensas ser desvairo, este sabor doce da morte e seus lábios

cessas o flutuar tênue de teus cílios, crendo enfrentar, enfim, o desenlaçado horror

vês, no entanto, o talhe do airoso estio! é ele, o teu amor

levantando-te em numinosos laivos, beijando-te, febril!

belbellícia psiquê, é pelo selar contente que o arcanjo

faz-te renascer... ah, como te estima, o júbilo por ele mesmo flechado!

como torna-te alífera ternura, das delicadas asas translúcidas,

tu, corpórea alma, etereal tal as deidades lúcidas!

voas, esvoaças, rente ao teu noivo, para o empíreo eviterno...

tem sabor de delícias a vida a sempre flavescer, carente do hesterno...

e sabes, todavia, que nem a mais celeste olímpica afere-se à célere sacarina

de resvalar teu corpo no teu eros – de amá-lo na mais rósea sina...

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