xxii. mãe

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5.07.1964 – 03.01.2016

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"dorme, minha pequena

não vale a pena despertar

dorme, minha pequena

não vale a pena despertar...

eu vou sair por aí afora

atrás d'aurora mais serena..."

... teci-me à vida em levitante embrião teu

és hiemal e, à minha íris filial, sempre prateada,

sempre pelo lume da lua e pelo lume do mar pintada

com teu timbre de veludo eriçando ao harpear-se pelo frio...

com o timbre de teu toque eriçando-me em carinho macio...

com o fluir acolhedor d'água, de tez perolada, benzendo-me teu rio...

ao restante, teceste-te em carmim corante, em madura orquídea

abençoada pelo lumaréu em tinta ígnea – perecendo, sanguínea,

as cãs de incivis e de baunilhas... ao restante, tu os lavava em sangue

bastava teu riso para cessar os ceifares aviltantes

bastava teu veloso entoar para anular a olência da tortura

bastava teu materno seio para batizar a agonia em ternura...

♡

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delibero-me deveras alífera, um sopro pastelado de brisa...

lavro-me n'uma leveza deveras ínfima, semente de silfa...

inquiro, sou digna da linfática primavera flamejando de tua poesia...?

ou muito apedrejo-me em minha malsonante voz nectarina, ou

muito dano-me em minhas lágrimas delgadas e mãos quebradiças,

para sequer ser porcelana-bailarina bailando à ária de tua vida?

e sei, sei que estás vestida na terra de maviosos atavios...

sei que não mais apalpas o tátil e que o céu virou teu ninho...

mas a tua cálida fibra e córnea cor-de-trigo sinto, sinto...

ouço, ouço teu murmúrio ao meu lóbulo, n'um "bom-dia" auróreo,

e abraça-me, enlaça-me o teu corpo arbóreo... sou eu a que é cerúlea,

sou eu a finada pelas açucenas nuas... sou eu, que não sei enfeitar-me crua...

inunda-me o receio, pois embalavas mesmo gaia em teu leitoso seio...!

pois anuncio-me inerte e sonâmbula, librando em haste bamba,

pois em minha língua a felicidade asila-se em dor branda...

e afrodite nina-me ao colo, urânia... mas mal inalo; evolo-me n'um

amorfar casulado... em ser, inconstância, uma alvéola sem ânsia...

deveria, então, ser eu a eviterna criança... eu a névoa presa em lembrança...

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"é como uma flor"

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⏰ Última atualização: Mar 11, 2021 ⏰

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