xxi. vênus eleva-se em netuno

153 6 2
                                    

como a estrela levantina enlaçou a aurora adormecida

onira letargia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

onira letargia... tens nome da rosa e do dia,

princesa onírica, aninada em luzidia feeria...

mas a escarlate fenda a escorrer de teu dedo,

cruenta, cede-te à cegueira infinda...

todavia, canora princesinha, descortinas, ainda,

por detrás das pálpebras 'branquecidas,

o vetusto sonho com a fábula amorísia –

ele perdura em teu devanear, tua nectárea utopia...

como alumia o breu perene, a tua quimera mélica...

as floras em coma vêm ornar-te, em sonífera primavera,

a coré da malacia morfética... ninam-te, bela adormecida,

mesmo teus enastrados cílios... oh, ensonados plebeus –

elegem-te fabular menina, doce noiva de morfeu...

servem-te melenas inertes de tua loura crina,

até a própria inércia, cega, se camufla de tua serventia

oh, nectarina, jasmínea, camomila-menina...

e desce do céu a estrela d'alva, urânia adourando o ar...

vênus cerúlea encara-te, aurora, saudosa

por teu eufono bocejar... caricia tua face vagarosa

com os dedos áureos e, morosa, beija tua ferida rosa...

n'uma canção-de-ninar, a eufônica deusa

à vida te acalenta... desperta-te do cerne velado,

do álgido enluarado... vela-te, lábios dourados

sobre os teus rosados, e emancipa-te do inerte fardo...

ah, belo avivar!... a boniteza efêmera desliza, ricocheteia

aos teus poros e às tuas veias... agora, a lépida lembrança

d'eternidade de lavanda apenas te bem-assombra... benzes-te

no pertencer à solária lâmpada, no assolar à amásia sombra...

no pertencer à solária lâmpada, no assolar à amásia sombra

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

a mamãe gansa à sonolenta filha entoa...

florilégioOnde histórias criam vida. Descubra agora