ode ao signo libra
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o auróreo embalo esfumou-se, celeste,
velando-se à espuma d'Ela que nasce ao leste...
pintando meiga citeréia no céu, libram-se, em amante seio,
tais pequeninas e estreladas filhas do devaneio –
a flora terrulenta bradou, ao alvor; "chamem-nas de libra!
caidiças gemas d'ar, descaiam à água em cisnes-linfas –
venham, alumiem a terrinha em diáfanas, venustas liras!"
espelho d'amarílis afrodísia –
doce chuva libriana, dissolvendo em suspiro na língua,
em abril na saliva! dilúvio da matina, embeba d'ínfima
brisa as setembris vilas; aluna-as na sêmis sulina...
esmaece os heus com esta aérea ária císnea...
teu canto surdo, tu'aura hialina, tecelã d'airada ninfa
rendando-a nume do remanso e da cantiga...
amenos dedos, entrelaçam a justiça
em aliança, em rósea neblina n'antemanhã latina;
liando a míngua artemísia à apolínea ira...
a gêmea empatia d'almas ativas e d'almas soníferas,
do aimanar o lustroso calor, do içar a ética saturnina,
do beijo de Marte em Vênus que fez encarnar Harmonia –
benigna, eufônica, ímpar dicotomia!
sétima indivídua, enamorada por sábias flausinas
n'etéreo útero de tua balança, a angélica sina asilas...
e geminastes tu, morosa mãe da simetria,
do espumar d'Urano unindo-se às espumas marinas
e d'afável enlaçar na lacuna da láctea via –
estelífero cisne, estelífera lira! pariram-te cadenciosa vinda,
donzela d'equilíbrio, eterna estrela albugínea...
Afrodite, venerando o titã da vida longínqua,
derrama os aljofrados suores de sua tez fresca;
... cadentes nácares, a remendarem a deífica em cerejeira!...
enamorada pel'áster símil dando à luz a constelada buganvília
eleva-se às nuvens, às azulíneas colinas... é rosada ainda,
eviterna em puerícia... mas mantém o amanho no peito,
a meditação como espelho... enfim vislumbras, Vênus Afrodisíaca,
... és a névoa narcísia... és libra!
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florilégio
Poetrypoesia e prosa poética ♡ metáforas em flores e fantasia para traduzir a intimidade de meus sonhos, amores e vivências, pinceladas com um ou outro conto de fadas...