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Pov S/n:
Bailey me tirou para dançar e mesmo com dezenas de pessoas a nossa volta, eu sentia como se estivéssemos a sós.
Eu senti meu coração acelerar e o meu peito apertar. E senti uma necessidade de beija-lo.
Sentindo a dança mais lenta, apoiei minha mão em sua nuca e a outra no pescoço, e então o beijei. Um beijo calmo e lento, ao ritmo da valsa.
Afastei meus lábios e suspirei, ciente da confusão que acabei de criar.
Um inocente sentimento, um que eu não estou disposta a levar para frente, se forma dentro de meu âmago como uma bola de fogo prestes a explodir.
Respirei fundo e pronunciei as palavras que mais me doíam no momento, mas que precisavam ser ditas.
S/n: estou apaixonada por você, e é por isso que espero que entenda que na segunda, você não vai mais existir para mim. -falei apoiando meu rosto cansado em sua bochecha.
Bailey acariciou minha bochecha com sua mão quente e me disse baixinho: "vamos sair daqui"
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Sentados no alto da varanda, observávamos as estrelas enquanto meu vestido esvoaçava pelo vento. A mão de Bailey repousava sobre a minha enquanto seu rosto iluminava-se com a luz da lua.
Bailey: você acredita em destino?
S/n: um pouco. Só quando me convém
Bailey: acredito que estávamos destinados a nos encontrarmos.
S/n: nós estávamos. O universo queria que aprendêssemos uma lição, uma importante
Bailey: qual?
S/n: até no mais sombrio ser, onde a morte se faz presente, o amor e a luz podem prosperar. Eu não acreditava ser possível, mas aconteceu.
Bailey: S/n, obrigada por ter me feito te amar. Eu te odeio por isso
S/n: eu também te odeio, se for por isso. -nós dois rimos.-
Bailey: o que vai acontecer na segunda?
S/n: eu provavelmente não vá mais ao jardim
Bailey: ah, não. Pode ficar com o jardim se quiser, fico no quarto com Josh.
S/n: tudo bem... josh parece legal
Bailey: ele é, nos conhecemos no hospital, somos melhores amigos desde então. O mais irônico é que não posso ficar a menos de 5 passos dele...
S/n: fibrose cística é um saco
Bailey: ser doente é um saco. S/n, por que você não pode simplesmente viver? Esquecer as preocupações... não é direito seu decidir com quem eu vou namorar -ri
S/n: é complicado Bailey, não posso abandonar algo que acredito para viver um romance Romeu e Julieta.
Bailey: É que você não me ama ao ponto de me deixar ter escolha
S/n: mas é por isso mesmo que não te deixo! Eu te amo, e não quero te ver sofrer, estou me sacrificando para isso. Você acha que eu queria ser grossa com você todas aquelas vezes? Não, não queria.
Bailey: Tudo bem, só cansei de te entender.
S/n: você não precisa mais -fala quase que em um sussurro, mas que Bailey provavelmente escutara
Bailey: vem, vamos voltar, aqui está frio e você pode pegar pneumonia.

Chegamos no salão por volta as 23:00, onde o jantar começa a ser servido.
A prefeita Bottoms então, levanta de sua cadeira afim de realizar seu famoso brinde anual.
Prefeita: Eu agradeço a todos que vieram, meus amigos. Sem vocês o natal não seria o mesmo. Gostaria de agradecer a todos vocês que, ao longo do ano, realizaram varias doações afim de fazer de Atlanta, uma cidade melhor. Dentre elas, podemos citar a criação do hospital memorial de Atlanta, inteiramente pago por Arnold Bennett, uma salva de palmas para ele -todos em volta então, começam a bater palmas. Olho de relance para Bailey que parece assustado, talvez ainda não tenha se acostumado com o nosso modo de viver- temos também a criação do centro de cuidados aos moradores de rua, criado pelo senhor Arthur Bass. -todos começam novamente com as palmas, então a prefeita continua- Claro que todas as outras foram muito significativas também, mas demoraria horas para citar todas. Então, mais uma vez, muito obrigada por todos os bilhões que foram investidos em nossa amada cidade. Desejo para todos, um Natal abençoado e um próspero ano novo. Que venha 2021.
Todos: que venha 2021 -todos levantam suas taças de champanhe para brindar.
Logo após o brinde, terminamos a ceia e logo mais uma cerimônia começou. Desta vez, a troca de presentes.
Todos que se fizeram presentes no baile este ano, ganharam pelo menos um presente. Alguns receberam por pena, outros receberam por sua incrível astúcia, mas basicamente, tudo aquilo era para compensar todos os segredos sujos que esconderam, as lavagens de dinheiro que acobertaram, as mortes que encobriram ou favores que forneceram.
A verdade era que, os membros da sociedade mais rica de Atlanta carregavam consigo os mais sujos segredos, pedindo misericórdia a Deus para que ninguém, nunca, descubra.
E o baile anual de Natal, era de longe, o evento onde coisas aconteciam. E no final, todos saldavam-se em sinal de paz, desejando um natal de luz para todos.
A troca de presentes já tinha começado e os presentes que as pessoas ganhavam eram cada vez mais caros e luxuosos.
A troca de presentes é a tradição mais demorada de todo baile que exista durante o ano. Basicamente, todo chefe de família levanta para expor a todos os presentes que comprou para cada membro de sua família constituída pelo matrimônio, após feito, cada pessoa levanta para expor um único presente que dará a alguma pessoa que estiver naquela festa.
A segunda parte é uma forma de expor a todos que, os dois possuem um laço, estão deixando implícito a todos.
Já a primeira é a melhor forma de se gabar diante de toda a sociedade.
Por isso adoro o natal, sempre saio vitoriosa.

Arnold Bennett: este ano tentei ser econômico, mas acredito que Amélia não ficaria satisfeita com outro colar de diamantes -todos em volta começam a rir- [...] para Amélia, finalmente amor, vamos tirar umas férias em Paris. Para meu filho Bruce, a casa de praia que tanto me pediu. Já para minha filha s/n, que todos sabem possui uma doença sem cura definida, lhe dou uma viagem de 1 ano. Qualquer lugar, com tudo pago, sem hospitais. -deixo uma lágrima escapar, tudo o que eu preciso é uma folga.

Depois de meu pai, que é o que mais importa para mim, todos os chefes de família se pronunciaram e se exibiram a vontade. Normalmente a troca de presentes é para mim a parte mais divertida do baile. Eu e Bruce sempre imaginamos os dramas que as famílias passam para que no final, tudo se esqueça por diamantes.
Quanto maior e mais luxuoso o presente, mais feia foi a discussão. E a paz está selada...
Depois de um tempo todos ali teriam seus presentes a postos. Mas ninguém saberia à custa de que.

Brice Walker: este presente é para uma meninazinha muito esperta e inteligente, que conseguiu me pegar de jeito. Além de linda e forte, ela é muito divertida e sabe como usar a cabeça. S/n, eu espero que você goste do colar e lembre-se de mim -com ênfase no "mim"- quando estiver usando ele em Paris. Parabéns pela viagem, espero que se divirta. -eu então levanto minha taça com um sorrisinho maquiavélico no rosto, Bailey e Bruce me olham surpresos e eu tomo um gole do champagne. Brice Walker tem 25 anos e está à frente da empresa do pai, avaliada em milhões de dólares.
Pobre Brice, ligado à mim pelos seus segredos mais obscuros.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPITULO...

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