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Chegamos em Los Angeles ontem, acabei de acordar e estou observando o enorme jardim de nossa casa enquanto tomo meu café da manhã. O gramado está molhado e o tom verde se destaca, a cantoria dos pássaros torna muito mais agradável a onda de vento fresco que bate em meu rosto.
Enquanto isso, todos se encontram na parte de dentro da casa, provavelmente dormindo. As memórias da noite de sábado ainda vagam pela minha mente, e a ideia da garota de Atlanta se vai, dando lugar a minha personalidade calma e pacata da Califórnia.
Por um segundo, em Atlanta, me esqueço que sou uma garota doente. Tudo se vai de minha mente e por uma noite, sou uma garota normal em um vestido luxuoso, flertando com um jovem milionário e dançando alegremente na pista de dança.
Por um segundo, eu sou só uma garota normal, e quem dera que durasse para sempre.
De repente, Bailey aparece por trás de mim e me abraça, colocando seus braços por volta de meu pescoço e distribuindo beijinhos por minha bochecha.
Bailey: dormiu bem?
S/n: dormi sim, e você?
Bailey: muito bem. -o mesmo dá a volta e se senta à minha frente. -já sabe que horas vamos ao hospital?
S/n: só estava esperando você acordar. Tome o café, mandei preparar waffles só pra você, sei que gosta.
Bailey: Claro que sabe, você me espiona tem meses
S/n: -solta uma arfada em sinal de negação- que audácia! Não espiono você!
Bailey: todo dia de manhã, às 9:00.
S/n: eu não tenho culpa se você acorda no mesmo horário que eu.
Bailey: s/n... tem certeza que quer continuar com isso? Não quero me afastar de você, nunca
S/n: acho que talvez mude de ideia, porque você é um chato e eu te amo demais.
Bailey: está considerando? -fala surpreso- você parecia tão decidida
S/n: é... mas é só talvez. Eu não sei ainda, estou tão confusa.
Bailey: Eu entendo. Hmm- fala com um pedaço de waffle na boca- isso aqui tá muito bom!
S/n: -solta um risinho- é a canela, toque especial. Sabia que ia gostar.

CORTE DE TEMPO///
Estávamos no hospital à algum tempo, Bailey estava em seu quarto e eu no meu. Assim que cheguei, recebi a notícia de que Dra.Clark estava doente demais para comparecer ao hospital, e que em razão disso, vou passar a semana inteira com um novo médico.
O Dr.Blythe passa pela porta de meu quarto e, meu Deus, que homem. Por um segundo meu queixo cai, mas no outro já trato de me recompor.

Dr.Blythe: oi s/n, sou Gilbert Blythe (autora on: sim gente, Eu sou louca por Anne e estou sem criatividade), vou te acompanhar a semana inteira por conta do afastamento da Dr.Clark. Eu espero que não fique incomodada com essa mudança de última hora.
S/n: ah, não, não tem problema. Me diga, isso que a doutora tem, é grave?
Blythe: não se preocupe, acredito que seja só um resfriado. Enfim, uou -ele fala em um tom de surpresa- ok s/n, acho que está na hora de te passar novos exames pra ver como a bactéria está se desenvolvendo no coração, acredito que não devemos nos preocupar agora, mas isso já devem ter conversado com você.
S/n: como assim? -fala visivelmente nervosa
Blythe: as drenagens ajudam muito, ela não deve se proliferar muito rápido.
S/n: como assim doutor? O que você tá falando? -fala com lágrimas nos olhos
Blythe: s/n, sua bactéria chegou no coração. Pelos meus cálculos, tem uns 3 meses. Foi por isso que veio pra cá, por ser um hospital especializado em cardiologia. Você não sabia disso?
S/n: não doutor, não sabia! -fala com lágrimas nos olhos e alterada.
Dr.Blythe se mostra confuso e sem saber o que fazer, no mesmo instante, o diretor geral do hospital aparece a porta querendo falar com Blythe.
Diretor: meu santo Deus, acredito que não seja mais preciso termos esta conversa. S/n -fala virando em direção à mim- chamarei seus pais aqui para termos esta conversa, enquanto isso, fique calma e procure não se alterar, você está em um momento delicado agora, tem que sempre lembrar disto.
S/n: como quer que eu fique calma? -falo praticamente gritando- isso não é antiético? Esconder de um paciente seu diagnóstico? Vou processar vocês, seus imprestáveis. -nesse momento o homem de meia idade que se encontra em minha frente olha com um olhar de fúria para Dr.Blythe, que se encontra ao meu lado. -e não adianta por a culpa nele!
Diretor: s/n, eu garanto que tudo o que fizemos tem o consentimento absoluto de seus pais, que são seus responsáveis legais e tomam todas as decisões por você! -fala calmamente- agora, por favor, se não quiser que te dosemos, tente se acalmar.
S/n: inútil, vou dar na sua cara -falo baixinho, mas doutor Blythe solta uma risada, o que me faz concluir que ele escutou. Volto para a minha cama e lágrimas descem de meus olhos. Um pensamento passa por minha mente, vou morrer a qualquer momento e não posso abandonar minha ideia, nem por um segundo, de me afastar de Bailey.
Lágrimas rolam por meu rosto e me sinto destruída. Chegou minha hora.
Por mais que esteja conformada, ainda sofro muito com toda essa situação.
Fico completamente imóvel por um tempo, quando alguém entra em meu quarto. É Bruce.

Bruce: oi irmãzinha, deveria ter me esperado para vir ao hospital. O que acha de sair para almoçar fora hoje? -continuo imóvel, o que faz Bruce perguntar: aconteceu alguma coisa?
S/n: você sabia, não sabia? -falo voltando meu rosto para o lado onde Bruce estava- sabia que meu coração estava definhando e não me disse nada!
Bruce: quem foi que te contou? -fala nervoso
S/n: não importa, agora eu já sei. Como? COMO FOI CAPAZ? -falo me levantando da cama e ficando frente à frente com Bruce.
Bruce: VOCE NAO SABE O QUANTO ME DOEU S/N!
S/n: ah, me poupe dessa sua ladainha. Pensei que fôssemos irmãos, parceiros. Honestos um com o outro. -falo chorando
Bruce: tudo o que fiz foi para o seu bem... você não enten-
S/n: para o meu bem? Pois eu te garanto que preferia saber disso tudo bem antes. Vindo do papai e da mamãe eu até que entendo, mas de você Bruce? De você? Eu nunca esperaria isso de você.
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E se você namorasse Bailey May? Onde histórias criam vida. Descubra agora