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— Para! Eu não aguento mais ver você fazendo isso comigo! — as mãos de Roseanne bateram na mesa uma em cima da outra cobrindo o pequeno monte de cartas de baralho.

— Tira essa mão. Eu não terminei de jogar. — Jennie respondeu de boca cheia. As duas tinham se servido da macarronada feita por Roseanne, com uma pitada da ajuda de Jennie. A loira a zoava pelo processo inteiro com múrmuros e palavras que faziam Jennie rir, a xingando de desengonçada enquanto via a amiga miseravelmente tentar pegar a panela com uma toalha no cabo. Elas comeram, e agora estavam esparramadas num tapete branco felpudo no centro da sala de estar.

— Chega. Eu vou te socar. — a loira gritou roubando uma carta e a pondo para o alto.

— Você só tem medinho de perder.

— Sim? Pela sexta vez! Você só sabe trapacear. — Jennie arfou com as palavras da amiga, se orgulhando de si mesma, e a menina foi ágil em lhe tacar uma almofada no rosto.

O casaco de Roseanne estava deitado em seus joelhos enquanto ela olhava para Jennie sentada em sua frente, mãos puxando os pelos do tapete no chão. Jennie usava um par de pijamas; calça e blusa vermelhos com seu cabelo escuro totalmente solto, uma visão diferente da de sua amiga, agora sem o casaco de pele e apenas com sua meia-calça escura e saia de couro preta e uma camiseta da mesma cor, quase transparente.

— Vamos jogar ou não? — a pergunta foi direcionada à Jennie, que descolou o olhar do chão após dez segundos demorados.

— O que? Mas você não queria mais jogar.

— Vamos sim. Mas sem roubar, Jendeuk. — os olhos cor de mel se apertaram e um sorriso ladino cresceu em seu rosto, arrancando um similar de Jennie.

— Você me magoou, Rosie Posie, agora eu não quero mais. — os olhos de Jennie claramente estavam longes da menina no chão com ela, e em outro lugar. Enquanto as duas se levantavam, pondo as cartas em uma caixinha branca, Jennie já tinha o celular em mãos, digitando algo desconhecido por Roseanne. O que? Ela retrucou parada na escadaria.

— O que houve? — consideravelmente longe dela, a menina loira perguntou, se aproximando lentamente com o casaco preso na ponta do seu dedo indicador.

Você recebeu uma mensagem de: número desconhecido. Aceitar?

Sim? Frio incessante se alastrava pelo seu corpo à espera de ler a mensagem de remetente desconhecido, os dedos batucavam na lateral do telefone, e ao ver a primeira linha de letras, os mesmos pararam. A expressão paralisada de Jennie foi subitamente substituída por algo doce e mais leve, despreocupado.

Você devia estar com pressa para chegar em casa porque... deixou seu casaco no meu carro. <

> Ops... pode guardar pra mim?

Hm, vou pensar se posso. <

> Ei! Por favor.

Com uma condição, eu guardo sim. <

> Ahn... que condição?

Te digo na aula. <

Jennie não conseguiu ouvir as palavras da amiga vindo em sua direção, ainda pensando na mensagem de Lisa. Ela desligou o celular, e em um pulo, seus olhos encontraram os de Roseanne, a observando com cautela.

— Seus pais? — ela perguntou, Jennie apenas negou com a cabeça.

— Até parece que eles lembrariam de mim duas vezes num só dia. Não. Já recebi uma mensagem da mamãe hoje me lembrando de entregar o dinheiro da Fen. Então, isso nem conta como eles lembrando de mim direito. — a loira riu com uma pitada de dor no peito, abraçando Jennie.

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