Trailer feito por: xsuibian
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OLHAVA PARA MEU PAI, esperando uma resposta do porquê eu ter sido ameaçada por um tripulante do próprio barco. Mesmo que eu tenha degolado o homem, queria uma bela resposta àquela atitude, pois, sinceramente, aquele momento podia ser a minha morte definitiva se não tivesse sempre uma espada comigo.
— Eles andam revoltados. — A resposta do meu pai foi a mais estúpida que já ouvi em toda a minha vida, uma vez que não é devido a uma revolta que se tenta matar a filha do capitão. É, surrealmente, um pedido de morte.
— Tentar matar a filha do capitão é um ato de revolta para você? — Percebi-o respirar fundo e se levantar.
— Quando eu entender que devo lhe dar uma explicação, eu lhe chamo. — Revirei os olhos. Meu pai e eu não tínhamos a mesma relação de antes, o que poderia falar que era prejudicial. Sei que ele nunca vai esquecer que sou sua filha, mas poderá chegar ao ponto de me tratar igualmente a forma que trata os tripulantes. E eu jamais quero isso.
Saí do seu espaço, fechando a porta com força, sentindo-se o barco tremer um pouco. Tratei de ir para meu espaço cómodo, o que podíamos chamar de quarto, pois possui um colchão simples e uma coberta, que, inclusive, foi eu que a roubei numa das nossas viagens. Ela é bonita, simples e de cor bege, mas bela.
Peguei o livro que minha avó me deixou antes de partir. Faz-se uns anos que não ouço falar dela no barco, já que meu pai simplesmente não dá valor à sua mãe. Se eu tivesse uma, contaria tudo o que conquistei enquanto ela estaria segura numa casinha com chocolate quente em dias frios.
Mas é claro que sonhos não passam de ilusões.
Pelo que sei, minha mãe era uma pessoa reservada que meu genitor conheceu durante uma viagem longa percorrendo o oceano atlântico. Assim que chegou em terra, fingiu se passar por um garoto normal, pois a jovem, na época, vendia peixe. Nazaré era sua alcunha e o sítio onde ela permanece, sem saber mais de minha existência.
Seu rosto é desconhecido por mim, mas as histórias antigas de meu pai me davam esse calor, agora não mais. Meu pai está ficando velho e claramente vai dar seu lugar para seus braços direitos a quem eu recuso chamar do que ele tanto quer. A única filha dele sou eu e eu que devia ficar com esse barco.
Passei para a próxima página do livro e notei que uma frase estava sublinhada com uma linha muito fina de cor preta, e em cima tinha uma nota sinalizando: "Deixarei para minha neta."
Não evitei sorrir. O livro falava sobre piratas de histórias fictícias, visto que, na realidade, estes não precisam ser barbudos. E pelo que sei, todos nós temos roupas limpas e água do mar para nos lavarmos. Mas fora isso, estava sendo engraçado, pois realmente eram várias histórias.
A frase que minha avó sublinhou fora "Mesmo que sejamos meninos do pai ou da mãe, tem sempre algo que deixaremos de lado, e isso poderá se tornar insuportável". O rumo da frase falava de uma garota que queria um barco, e o pai lhe deu, mas assim que a moça ficou sozinha, percebeu que o pai tinha ficado distante, ao ponto de lhe dar um barco sem nem lembrar-se que a filha tinha somente dezasseis anos.
No final, a garota acabou voltando para o barco do pai e os dois tiveram uma breve discussão, mas acabaram por se resolver, pois a mãe apareceu sei lá eu de onde.
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Treasure | kim hongjoong
Fanfiction[hongbia! ver] [CONCLUÍDA] Num tempo de crise nos navios piratas, a maneira de Zico conseguir tesouros e riquezas foi colocar sua única filha na boca do lobo, a fazendo de isco para conseguir roubar o ATEEZ, que era o navio pirata mais rico de todos...