S E V E N

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HONGJOONG P.O.V

Depois do que eu ouvi da boca daquela garota, eu tive certeza que ela não era filha do Zico. Como alguém denunciaria o próprio pai e ainda alinhasse num plano de matá-lo?

Ela realmente devia ter um pouco de consciência, piratas nunca mente. Isso é o básico de um pirata.

Bebi o caldo de frutas que estava na taça depois dela comer. Não me importei na altura, mas logo lembrei que aquela boca deve ser mais venenosa que as cobras e eu toquei a colher com a minha.

— Queimem essa taça e colher, vou lavar minha boca rapidamente ou ainda morro por ter cometido um erro. — Me retirei sem nem ouvir metade das proclamações idiotas da garota. Se eu fosse outro, eu já tinha enfiado meu gancho pela goela dela, mas algo me diz que ela esconde algo e eu vou descobrir. O rosto dela é bonito, mas nunca vou deixar minha guarda cair pelas falinhas mansas dela. Ela tanto pode ser um grande perigo como o melhor risco em emboscadas.

Olhei meu rosto no reflexo da bacia de água e respirei fundo indo logo pegar meu gancho, eu teria que ter agora respostas antes que fosse tarde demais. Minha paciência chegou nos limites só porque ela se recusou a comer, merecia ficar a passar fome.

— Onde você foi se meter, não é Hongjoong? — Bufei, assim que encontrei o quadro onde estava eu, meu pai e meu irmão. Aquela era a única coisa que tínhamos juntos e eu roubei deles pois eu dava mais importância que meu irmão.

Cada vez que olho meu pai pergunto-me porque não tenho as características dele sendo que meu irmão é totalmente parecido com ele. Nossos olhos são totalmente diferentes e os dos meninos, por sorte do mundo, são como os meus e eu não entendo pois os pais deles são todos de olhos puxados.

Mas fora isso eu sou poderoso e ninguém liga para nada destas coisas minhas, apenas para meu nome e eu quero que todos relembrem, que eu sou o Hongjoong Gancho.

— Capitão, a garota está gritando para a soltarem, pelo que entendi ela quer ir numa espécie de banheiro.

— Mas quem ela pensa que somos? Homens que vivem em casas com banheiros? Não sou meu irmão e nunca serei. — O marujo me olhou como se esperasse uma resposta ao que o mesmo disse. — Eu vou lá. — Reviro os olhos e vou até o convés ouvindo a garota berrando e um dos marujos, Wooyoung tentando calá-la, mas ela fez pior.

— Capitão, ela não para de gritar. Estou ficando sem paciência nenhuma para ela, por que ainda a quer no nosso barco? Ela só distrai.

— Eu quero vingança pois se ela não estiver mais do que está, ela foi mandada para aqui. Só quero saber porquê e quem ela verdadeiramente é.

— Eu já falei quem sou! Você que é um idiota e não acredita em mim, eu nunca menti na minha vida! Pirata nunca mente, lembra? — Cruzei meus braços olhando para ela.

— Veio para nos roubar, não é? Pediu para viver antes de entrar? Vai precisar muito mais que sorte. Só pelo facto de estar sendo mal educada para um capitão.

— Tanto faz se você é um Capitão ou não. Pensar que eu estou mentindo sobre minha identidade é a maior idiotice que eu já ouvi. Todos sabem quem é meu pai. Quem é você para dizer o contrário?

— Eu sou a pessoa que você irá implorar para viver nesse mundinho. Agora me explique porque estava gritando.

— Eu quero fazer necessidades, e mesmo que quisesse fazer aqui, eu não tenho outra roupa para trocar, então preferi gritar para alguém me soltar.

— Você pensa que isso é alguma casa? Banheiro na minha terra é uma coisa de humanos inúteis, eu sou um pirata.

— No meu barco, nós tínhamos um lugar para largar nossas necessidades, como aqui não tem?

— Eu tenho um negócio e é só o tirar para fora, agora as outras é no sítio que achar mais cômodo, seja onde seja.

— 'Tá percebido porque são tão antiquados comigo. Mas vai me soltar? Não iria ser muito legal eu ter que pegar alguma roupa imunda sua, já que é o mais baixo.

— Não vem com essa da altura pois você parece um anão. — Falei sério e ela tentou se soltar na iniciativa de vir para cima de mim, o que me fez rir por não conseguir quase nem se mexer dali.

— Mudando de assunto antes que eu morra só de quantos xingamentos te chamaria no momento e me deixa ir libertar minha bexiga e depois me amarrem sentada, estou farta de estar em pé.

— Por isso que nossas pernas são grandes e não parecidas às de um anão. — Revirou os olhos e eu ri de novo, só que desta vez não foi muito longa nem muito ouvida, descobri como mantê-la fuzilando-me e talvez assim se calasse quando mais queremos, pois realmente já estou farto de a ouvir. — Se você tentar atacar algum de nós, diga adeus à sua vida de vez, entendeu?

— Tanta ameaça e não vejo nada. : Rapidamente passei meu gancho em seu pescoço e vi ela engolir a seco logo a seguir. — Esquece, esquece. — Sorri de lado quando vi que ela ficava toda medrosa com meu gancho no seu pescoço. Talvez tenha descoberto seu ponto fraco? Mal sabe que é o melhor sítio para matar uma pessoa.

Soltei ela, mas rapidamente a segurei pelo cabelo a puxando até embater no meu corpo e coloquei novamente meu gancho envolta de seu pescoço.

— Vai assim e se não quiser ficar amarrada de novo.

— Eu nem reclamei! — Comecei a andar até as escadas indo para a parte de dentro do barco com um pouco de dificuldade por ela ter um passo mais curto que o meu. Deu vontade de a empurrar, mas depois poderia fazer algum estrago ou nela ou nos cómodos pois claramente ela iria me atacar e eu estou sem paciência para tal coisa. — Isto realmente faz o triplo do meu barco pela quantidade de coisas e espaço.

— Isso é porque somos os melhores,princesa. — Abri uma das portas onde tinha alguns utensílios de limpeza e até rolos de papel, seria um bom sítio em princípio para ela se libertar.

Ainda com ela rente a mim, fui até o primeiro local onde encontrei uma bacia de roupa e peguei ela novamente me dirigindo até aquela pequena sala.

— Faça nessa bacia e depois eu mando um dos marujos descartar. Se eu deixar você fazendo isso sozinha, sabe-se lá o que vai ter na mente. Não sou idiota.

— Não vou responder à última frase. — Entrou fechando a porta, mas em questão de segundos abriu novamente colocando somente a cabeça de fora. — Obrigada. — Sorriu fraco e eu percebi que foi por gentileza, mas eu não retribui porque não tinha motivos para retribuir.

Me encostei na parede e passei a mão pelo meu rosto.

— Por que eu mereço passar por isso? Por isso que só aceito homens. — Suspirei. : Ser mulher só traz desvantagens, só servem mesmo para nos darem prazer. — Revirei os olhos quando percebi a bobagem que disse. — Nem para isso elas servem. — Suspirei novamente e elevei minha cabeça encarando o teto. — Elas nos abandonam e nos trocam por melhores. Com uma vida melhor, e depois esquecem até que nós existimos. — Fechei meus olhos com força quando lembrei daquele alguém que eu mais me arrependi em toda a minha vida, mesmo tendo somente vinte e um anos.

O amor é uma farsa.

BETAGEM POR:

__Lanna_

Treasure | kim hongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora