6 de Janeiro de 2014

235 21 0
                                    

A luz da lua passava pela janela como uma cortina, iluminando o quarto simplório de Hongjoong.

O vento uivava ao longe fazendo sintonia com o som dos pingos da chuva caindo furiosamente no chão.

O rosto de Hongjoong transbordava agonia e desespero. Andava de um lado para o outro, trêmulo e assustado. Estava ficando louco? O que estava acontecendo?

De repente, num impulso agoniado, caiu de joelhos no chão, as unhas arranhando o próprio rosto. Respirava com dificuldade quando seu corpo caiu ao chão. Fechou os olhos esperando que sua dor cessasse.

Então um toque no seu rosto chamou sua atenção. Abriu os olhos assustados e encarou o rosto a sua frente.

Levantou num salto tropeçando nos próprios pés, desnorteado.

- Quem é você? - perguntou num grito estrangulado.

- Eu sou aquele que vai levar sua alma. - diz com um sorriso, simples, se aproximando lentamente, seu corpo exalando tranquilidade.

Hongjoong arregala os olhos, trêmulo, colocando as mãos na cabeça arrancando os próprios cabelos.

Se vira, os olhos desesperados encarando o homem de cabelos negros á sua frente.

- Você vai me matar? - sua voz soa trêmula e sussurrada.

Seus olhos se enchem de lágrimas quando o homem se aproxima olhando-o com tristeza e um certo tom de pena lhe atingindo a expressão.

- Não. - diz com a voz calma, os cabelos negros lhe caindo no rosto quando o vento forte passou pela janela. - Você vai.

O homem coloca a mão fria sobre os olhos de Hongjoong, fechando-os.

O corpo do pobre garoto se contorce em agonia, a dor transpassando todo seu corpo, sentindo, com nojo, o gosto de ferro do sangue na boca.

______________

O garoto de cabelos prateados se debate furiosamente na cama, o corpo rígido e trêmulo, os olhos revirando nas órbitas.

Os médicos e enfermeiros se aproximam do leito do rapaz lhe dando uma injeção no ombro. Logo as convulsões cessam e o rapaz abre os olhos com a expressão abatida, e então, analisa o ambiente meticulosamente respirando com dificuldade.

- Onde estou? Quem são vocês? - pergunta, desnorteado pelo soro que está instalado em seu braço.

Uma mulher loira despenteada, triste e abatida se aproxima do leito do filho. Ela o olha, sedenta, a garganta seca e o coração aos saltos.

- Meu filho.. - soluça, sua expressão se contorcendo enquanto as lágrima marcam seu rosto. - Meu Hongjoong, você está bem. Oh, graças a Deus, você está vivo. - acaricia o rosto do filho, soluçando violentamente.

A cabeça do garoto roda, as lembranças lhe fugindo tomando uma forma embaçada, e os sentimentos confusos, entre dor e tristeza.

UnmercifulOnde histórias criam vida. Descubra agora