10 ◎ ¦serendipity¦

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《 N O T A S  I N I C I A I S 》

oi, meus anjos!
sim... chegamos no último capítulo.
aviso a vocês que esse capítulo tem cenas de tortura e morte.
eu me esforcei demais pra escrever esse capítulo, e espero que consigam entender direitinho :(
qualquer dúvida, eu estou a disposição pra responder, ok?
boa leitura, e comentem a vontade!
me perdoem qualquer coisa <\3

📼

Eu estou morto.

É o fato mais bizarro que alguém pode se deparar em toda a sua experiência, seja ela pouca ou abundante, sem dúvidas.

O que se deve fazer quando morremos? Eu esperava um manual de instruções me indicando aonde ir ou que tarefas realizar, mas não recebi absolutamente nada. E eu descobri que estou morto faz muito tempo, porque, se estou vendo tudo isso, eu estava preso em minhas memórias. Sim, eu vivi tudo isso, porém aparentemente eu revivi tudo isso, como se meu espírito não aceitasse a minha morte.

Eu não entendo o porquê dessa negação, afinal, não há nada a se fazer. Talvez isso seja comum, presenciar todas as suas memórias como uma segunda chance, embora não exista maneiras para mudar seu destino; de qualquer forma, você já está morto.

Estava tudo tão, tão claro. Desde o início, os sinais me mostravam tudo, e eu só precisava encaixar as peças. E eu me culpo tanto, tanto por isso. Porque eu deveria ter deixado tudo isso de lado, todos os preconceitos em segundo plano, e focar somente no meu Jimin. Aproveitá-lo ao máximo, antes que fosse tarde demais.

Eu era a pessoa mais próxima dele que estava prestes a morrer, e eu não enxerguei nada disso.

Jungkook, você deveria ter abraçado ele quando pôde. Você deveria ter beijado ele quando pôde. Deveria ter apreciado um pouco mais seu sorriso, antes que ele fosse substituído pelos seus gritos. Jungkook, você é tão, tão bobo.

— Pare de se cobrar, Jeon — ecoa uma voz estranha, que não sou capaz de reconhecer, a qual se destaca em meio à chuva e a todo o caos que só piora as minhas emoções.

Eu giro o torso e, para a minha surpresa, me deparo com um homem desconhecido ao meu lado, vestindo roupas secas e negras, assim como seu cabelo. Seus olhos são mais puxados que os meus e sua pele é mais pálida que a própria cor branca, apesar de suas bochechas conterem um subtom rosado.

— Min Yoongi. — Ele se apresenta, estendendo a mão para mim. Contudo, meu coração, sentimentos e mente estão confusos demais para eu sequer raciocinar em retribuir o cumprimento, então ele apenas puxa o braço de volta para o seu corpo, conformado. — Eu não esperava que você fosse educado. Em uma hora como essa, as pessoas esquecem da educação. Tudo bem, eu também esqueci quando aconteceu comigo.

— Quem é você? — Minha voz soa mais fraca e trêmula do que deveria ser, porque, apesar de tudo, eu ainda tento me manter estável.

— Sou um espírito, como você. — Min abaixa-se ao meu lado, os cotovelos repousados nos joelhos enquanto ele observa fixamente meu cadáver nos braços de Jimin. — Só que eu vou te levar para onde você preferir.

— Para o céu? — É a segunda coisa que pergunto, sem muito esforço para pensar, e, por incrível que pareça, começo a me acalmar com a sua presença.

— Não. Não existe um céu coletivo, como todos costumam pensar — bem, quase todos. — Ele ri, sem humor. — Vou te levar para um lugar confortável, qualquer um que você preferir. Você pode chamar de céu, paraíso, casa. Se você quiser permanecer somente em memórias boas, tudo bem. Ou se você quiser visitar todos os lugares do mundo que não pôde, tudo bem também. Você pode fazer o que quiser, Jeon. Só estou aqui para te ajudar no que precisar.

missing busan ◎ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora