O artefato de Falcor

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Oláááá!

E estamos aqui com mais uma fanfic, dessa vez uma kiribaku de fantasia. Conhecendo meu descontrole, como todos já sabem, o que era pra ser uma one virou uma shortfic com 4 capítulos e eu novamente despenco em coisas por fazer que não estão sendo feitas heuheue

Mas é muito justificado, porque como boa madrinha que sou, hoje é aniversário da minha Cinderela, poetisa e a beta mais maravilhosa que eu podia pedir! E como kiribaku é o que ela ama, kiribaku o será u.u

Feliz niver, Cinderela! Espero que goste <3

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Havia algo de mágico ao se escalar uma montanha.

Katsuki refletia sobre isso ao sentir a rocha carcomendo as pontas de seus dedos. Abaixo de si, apenas o verde imenso da floresta sagrada se estendia até onde a vista alcançava. Às suas costas, seu manto vermelho ondulava com o vento que soprava furioso em sua tentativa de derrubá-lo como havia feito com tantos outros. Somente o mais forte poderia permanecer. Era por isso que Bakugou gostava de montanhas. As montanhas têm memórias, não julgamentos a oferecer. Há uma pureza no esforço de alcançar um pico. Você deixa seu mundo para trás e leva somente o que precisa e, por um instante, há somente o vazio e o esforço necessário para não ceder ao abismo. Os dedos se enroscaram nas rochas e ele puxou o corpo para cima, pondo-se de pé no topo e sorrindo exultante. Havia conseguido.

Tocou a tatuagem em seu ombro ganha ao completar a maioridade, as escamas se espalhando pelas omoplatas ardiam de modo estranhamente enigmático. É o seu destino, sua mãe havia dito, delineando com carinho as linhas se entrelaçando na pele, e aqui diz que você será o maior guerreiro da nossa tribo. Você trará a paz entre nossos povos.

Fechou os olhos e respirou fundo. Os braços se ergueram nas laterais do corpo, os pulmões inflando com o ar puro e rarefeito. Seus músculos queimavam, mas a sensação era prazerosa. Ali, no topo do pico, Katsuki se sentia vivo, completo. As pálpebras tremeram antes de se abrirem como se hesitassem em deixar aquele estado de êxtase e plenitude que se apoderava do seu ser. Você e a floresta são um só, Katsuki, nunca esqueça, era o que seu pai repetia sempre que se reuniam em volta da fogueira para homenagear os antigos deuses que brilhavam no firmamento celeste.

O cheiro de cinzas o trouxe de volta, lembrando-o da dura realidade que enfrentava e o quão pouco tempo tinha antes que tudo o que mais amava fosse destruído. Ergueu os olhos para a fumaça que se levantava nas bordas da floresta. Ele sabia o que acontecia ali, podia ouvir em sua mente o som que milhares de pés em marcha avançando em sincronia, pisando e queimando tudo que viam pela frente. Katsuki os desprezava e odiava, eles apenas matavam e matavam cegamente e não eram assolados pelos uivos das árvores massacradas, os olhos voltados para a frente e focados no glorioso caminho que acreditavam estar construindo. Ele acreditava quando diziam que a palavra de um Rei tem poder, pois somente algo de tal calibre para fazê-los acreditar na tola ilusão de alguns males vinham para o bem. Alguns males vinham somente em prol da destruição e a guerra era um deles. Ela estava batendo a sua porta e não se importava com o que teria de esmagar pela frente para obter êxito.

Era por esse motivo que ele estava ali, a várias e várias milhas de sua terra natal, viajando por um ciclo lunar em busca do artefato perdido que as lendas diziam ter força e poderes inimagináveis. Katsuki esperava que este fosse representar a diferença entre a vitória e a aniquilação.

Deixando os pensamentos reflexivos para trás, ele se concentrou em descer a encosta cuidadosamente, com os olhos e ouvidos atentos para o mínimo ruído. Não era por que aquela floresta fosse sagrada que significava que os malditos invasores não se aventurariam nela em busca de um atalho. A vegetação foi ficando mais espessa conforme ele se aproximava da base. Dali, Bakugou podia ver o belo arco que os galhos dos frondosos Carvalhos faziam, entrelaçando-se entre si para criar uma espécie de portal, agitando-se de modo tentador e o convidando a atravessar.

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