Capítulo 67

38 12 0
                                    

"CÁSSIE"

Quando abro a porta do seu quarto com o cotovelo, um copo de suco na mão direita e um sanduíche da esquerda. Josh continua dormindo, em sono pesado, esparramado de bruços na cama, os braços em volta  da cabeça sobre o travesseiro. Mesmo dormindo, ele parece tão perdido. O sol fraco do fim de tarde ilumina uma parte do seu rosto adormecido, as luzes estão apagadas, apenas a luz da janela adentra o local pouco iluminado.

Coloco o prato e copo na sua escrivaninha.

Fico o observando por um longo tempo, quando minhas pernas começam a dor, deslizo para o sofá. Ali, olhando para seu rosto, me relembra que nada mais importa. 

Me sobressalto com o som da sua voz, sua voz faz um choque meu corpo e me e endireito, mexendo no meu cabelo. Ele pisca, sonolento, o rosto afundado no travesseiro. Ele parece não acreditar que estou aqui, acho que está pensando que sou uma miragem, quando ele percebe que realmente sou eu, ele se sente ereto na cama, com as costas apoiada na cabeceira da cama.

Meu corpo se enrijece quando meus olhos encontram os seus, e perco a falar ao sentir seu pergunte, meu mundo desaparece e renasço em seu mundo.

"Oi", ele murmura, esfregando a temporã.

Uma simples palavra faz com que meu corpo reaja instateamente.

"Oi", desvio o olhar para a janela.

"Fiz um sanduíche para você", digo, dando uma olhada rápida até a cômoda.

Ele não segue o meu olhar, ele continua a me olhar e sorri mostrando aquelas covinhas.

"Obrigado"

"Como você está se sentindo?", pergunto.

Ele não responde, seus olhos me atraindo para dentro deles.

"Agora que você está aqui, eu estou bem melhor", ele diz.

Fico olhando para ele, sentindo o coração acelerar.

"Você veio aqui para conversamos?", ele pergunta, receoso.

"Eu vim até aqui porque sua mãe me ligou"

Ele bufa irritado, e está claro que ele não sabia da ligação da mãe.

"Eu não tenho nada a ver com..."

O detenho de terminar a frase.

"Tudo bem, Josh", digo, encarando o chão.

"Vem cá", ele chama, com o braço estendido, a palma da mão virada para cima, ando até sua cama com as pernas trêmulas, seguro sua mão, seus dedos apertam o meus, puxando-me com delicadeza. Meu corpo afunda no colchão, ao seu lado, mantendo uma distância segura.

"Você acha que a traí?", ele pergunta, sem mais delongas.

Uau, ele foi direto ao ponto.

"E-Eu não sei", gaguejo.

"Como assim não sabe? Você não confia em mim?", ele soa magoado.

"Eu confio", eu murmurei, desorientada.

Onde ele quer chegar com isso?

"A ponto de acreditar que eu não te traí?", ele pergunta.

Fecho os olhos, respiro fundo numa tentativa de me acalmar, mas ele beija minhas pálpebras.

"E então...", ele pergunta, quando volta a sua posição anterior.

"Eu acredito em você", murmuro, abrindo meus olhos, encarando seus olhos negros, ele parece aliviado.

Sim, eu acredito nele, mesmo relembrando o que eu vi naquele corredor.

"Posso contar a você o que realmente aconteceu?"

Aceno positivamente, aberta a ouvir toda a verdade.

"Ontem a noite, eu fiz o que você me pediu, eu fui a procura da Charlotte, a encontrei no corredor, e disse a ela que você a procurava. Assim que terminei de dizer o recado, eu dei meia volta e tentei voltar para o ginásio mas ela me segurou e começou a falar várias bobagens..."

"Que tipo de bobagens?", pergunto, curiosa.

Ele parece desconfortável em responder.

"Ele começou a insultos direcionados a você, que não vem ao caso", ele diz, poupando-me do sofrimento.

"Mas a Charlotte é minha amiga", susurro, incapaz de acreditar.

"Não, ela não é", ele diz convicto, "A Charlotte nunca foi sua amiga, ela só quis te usar para chegar até mim", ele murmura, puxando os fios do seu cabelo com força.

"O que?", lágrimas começam a rolar em minhas bochechas.

"Eu odeio te dizer isso, mas é verdade. Aquela garota é louca, ela dava em cima de mim descaradamente, no início eu cogitei que era apenas brincadeira dela, mas o tempo foi passando e ela começou a ultrapassar os limites. Eu sinto muito por isso", ele sussurra, com o rosto entre as mãos.

"Porque você não me disse o se que estava acontecendo?", soluço.

Ele me olha com um olhar de culpa.

"No início não contei porque estava mal com a briga de Cathy, e depois eu vi você tão feliz com reconciliação de vocês que eu não quis arruinar sua felicidade, mas eu sei que isso não justifica"

Faço que não com a cabeça, enxugando as lágrimas.

Continuando o que eu estava dizendo no início... após a Charlotte dizer várias bobagens, ela avançou para cima de mim, numa tentativa de me beijar, e então você apareceu, aí você já sabe o resto", ele suspira a terminar.

As lágrimas saem compulsivamente. A dor em meu peito é fulminante, eu não consigo suportar a dor que estou sentindo agora. Eu estou me sentindo traída, como a Charlotte pode fazer isso comigo? Como ela pode fingir ser minha amiga?

"Como ela pode? Porque ela fez isso comigo? O que eu fiz para merecer isso?", choro, Josh me puxa carinhosamente para seu colo, e descanso minha cabeça em seu peito.

"Você não tem culpa de nada, amor", ele beija o topo da minha cabeça.

"Eu ainda desconfiei de você... me perdoa... eu...", ele segura meu queixo, fazendo-me encarar seu rosto.

"Você não precisa ser desculpar, está tudo bem agora", ele diz com um sorriso na voz.

Ele me beija com delicadeza, sussurrando juras de amor, começo a corresponder seus beijos, com suavidade no começo, passo o braço pelo seu pescoço e o puxo para mais perto, e os beijos começam a ficar intensos, e profundos mais urgentes. Como eu estava com saudades disso!

É como se eu fosse arrebatada para um redemoinho de loucuras, inundada por um turbilhãos de sensações ao mesmo tempo.

O improvável acontece Onde histórias criam vida. Descubra agora