O improvável acontece

Capítulo 59

"CÁSSIE"

Eu sentia como se pudesse explodir a qualquer momento.

"Vem cá, Cass", Josh pediu com desespero.

Senti braços firmes segurarem em volta da minha cintura, me instruindo a andar, piso com cuidado, pois o chão está cheio de caquinhos de porcelana.

"Você está bem?", Josh pergunta, com os olhos vidrados nos meus.

"Sim, só preciso limpar essa bagunça que eu fiz, alguém pode se machucar", termino minha frase, com um grande soluço da minha boca.

"Você não irá a lugar a algum, Cass", foi sua única resposta.

"Mas, Josh.. eu preciso, preciso...", ele me interrompe.

"Neo precisa, Cass. Afasta-se daí", ele me toma em seus braços, em abraço que me transmite paz.

Minha cabeça estava encostada em seu peito, tanto abafar meus soluços em sua camisa.

"Sente-se você está trêmula", ele me ajuda sentar em uma cadeira enfrente vovô e Cathy, que encaravam a situação perplexos.

Sento-me de bom grado, pois minhas pernas estavam fracas e trêmulas.

Os únicos sons ouvidos da cozinha são os meus soluços doloridos, ainda continuo com a minha cabeça sobre o peito de Josh, alguns minutos se passaram, até que vovô diz:

"Querida, realmente estou muito preocupado! Não sei o que está acontecendo com você, eu quero muito ajudar você, mas primeiro você tem que nos dizer o que está causando tanto sofrimento, vê-la chorar dessa forma machuca seu pobre avô, diga-me esse pesadelo tem a ver com a morte de seu pai?", ele pergunta, faminto por quaisquer informação.

"Desculpa vô, não a necessidade de tamanha preocupação, fique tranquilo está bem?", forço um sorriso amarelo.

Ele me encara, parecendo não acreditar em minhas palavras. Se eu estivesse em seu lugar, também não acreditaria, pois a intensidade do meu choro me entrega. Então, reuno todas as forças que ainda não me foram tomadas e esforço-me para conter minhas lágrimas.

"Cássie", Josh me chama, obrigando-me a olhar para ele.

"Você pode nos dá um minuto?", esse pergunta acarreta mais informações do que parece, tenho quase certeza que é uma permissão, para contar tudo ao meu avô.

E seu olhar diz tudo, e o pavor toma conta de mim.

"Você vai dizer?!", minha pergunta soa, mais uma afirmação do que uma interrogação.

Ele faz que sim com a cabeça, como assim? Ele não pode contar para o meu avô, simplesmente não posso!

"Você não pode dizer nada! Você prometeu!"

"Dizer o que?", meu avô parece cada vez mais preocupado.

"Desculpe trair sua confiança, mas será necessário", Josh me olha com um olhar de culpa, mas sei que ele não voltará atrás com sua decisão.

"Vai embora, Josh! Não sei o que está fazendo aqui", levanto-me, indicando a porta.

No seu olhar vejo dor, e me retraio por dentro. Mas, não me deixo transparecer. Tenho que fazer com que ele evite dizer tudo ao meu avô. Porém, ele simplesmente me ignora, e começa a conversar com o meu avô.