Logo depois que ouviu a porta bater Morgan abriu os olhos e soltou a respiração. O que foi aquilo? Sentir o calor daquele homem sobre si bagunçou demais os pensamentos dela. Foi até a janela do quarto e o espiou por entre as cortinas, ele parecia ser tão gentil, cavalheiro, mas ela não se deixa levar pelas percepções, precisava mais do que conclusões, precisava de vivência e quando isso acontecesse aí sim ela saberia quem é ele de verdade. Depois dele ter sumido da vista dela voltou para a cama e teve uma ótima noite de sono.Às sete da manhã o despertador tocou e ela levantou da cama se sentindo rejuvenescida, é o que dá dormir numa cama de ótima qualidade. Ela entrou no banheiro e quando saiu viu o uniforme em cima da cama. Se trocou e foi andando até a mansão, passou pelo acesso e já estava na cozinha, encontrou Mama em frente ao fogão e a moça do dia da entrevista. Morgan as cumprimentou sem graça e as duas a receberam de forma calorosa. Mama deu algumas instruções e Morgan foi limpar o segundo andar da casa. Ela começou pelo quarto da garota e ouviu música para passar o tempo. Empurrou o carrinho pelo imenso corredor até chegar no final dele, ficou em frente a uma grande porta de madeira e bateu na mesma, ninguém respondeu então decidiu entrar. Começou sacudindo os lençóis da cama, depois varreu o chão e foi tirar o pó da estante cheia de livros. Parou para analisar os livros que havia ali, passou a mão por alguns e se permitiu ler um deles.
Continuou limpando o quarto depois foi para o closet. Se impressionou com a imensidão do cômodo, só o closet era maior do que seu cubículo. Limpou apenas o chão e tirou o pó, Mama disse que não precisaria organizar as roupas do chefe, ele mesmo fazia isso. Foi para o banheiro e estranhou a umidade e o vapor que havia ali. Tirou o esfregão do carrinho e começou a limpar o chão quando do nada seu corpo se choca com algo duro, passou a mão pelo lugar e prendeu a respiração quando notou que tinha bastante gominhos pelo lugar. Se virou para confirmar suas suspeitas e ela sentiu o sangue sair do corpo quando os olhos dela se encontraram com o dele.
Ralfd estava com uma expressão nada boa no rosto. Morgan sentiu muito pavor daquilo, ele cruzou os braços e levantou àquela sobrancelha, justamente aquela que era capaz de derrubar um exército inteiro.
- O que você tá fazendo aqui?
- Eu... Eu vim limpar senhor
- Comigo estando aqui?- ele abriu um sorriso malicioso e ela ruborizou na hora.
- O... q... Quê?- ela falou com engasgo e ele riu mas logo voltou com a expressão seria- Não senhor, jamais pensei nisso.
- Então você é um poço de castidade?- ele riu irônico e Morgan só tinha vontade de emfiar a cabeça num buraco- Vai me dizer que não se sentiu atraída por mim?
Ele se aproximou dele a mesma deu três passos pra trás. Ela tentou regular a respiração, porém tava muito difícil, parecia que o oxigênio tinha sido reduzido ao máximo e ela estava num metro quadrado e se tornou uma pessoa claustrofóbica, pois o peito dela subia e descia rapidamente.
- Eu não sou assim senhor- Por que motivo ela estava ruborizando tanto? Merda, maldita hora que a timidez dela resolveu entrar em ação- Não olharia o senhor por outros olhos, o senhor é meu patrão.
- Será mesmo?- ela a encurralou contra a parede e tentou dar um beijo nela, mas por reflexo ela se abaixou e ele deu de cara com a parede. Ela ficou abaixada e Ralff olhou irritado para ela.
- Bom, me parece que é realmente verdade, você é mesmo uma puritana- ele falou com desgosto na voz- Agora saia daqui, só volte quando eu tiver a 50 metros de distância desse banheiro.
- Sim senhor.
Morgan saiu do lugar com a maior vergonha do mundo. Saiu do quarto e foi limpar a outra parte da casa. Porém, o que foi aquilo que aconteceu ali? Ela só poderia estar delirando, não tinha como e nem porquê esse homem dar em cima dela da forma que ele deu. Mas a verdade é que Morgan gostou do jeito que ele foi pra cima dela, da forma como ele olhou para ela. Se sentiu a única mulher do mundo, o que sentiu ao lado do patrão foi novo, mágico. Ela afastou os pensamentos e voltou a se concentear no trabalho, afinal a vida não é como ela lê nos livros, o patrão rico nunca irá ficar com a empregada bonitinha. - e aí está o caso, nem bonita ela se acha - Era uma doce e bela ilusão, mas quando convertida para a realidade a verdade é dura de engolir.
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Inversos
FanfictionEla, uma simples funcionária de uma fábrica de lâmpadas. Trabalha 10 horas por dia e nem tem todos os seus direitos trabalhistas. Um verdadeiro trabalho escravo. Mas ela estava feliz, o salário que ganha dá pra pagar as contas, o aluguel e manter su...