Ela levantou da cama com o único objetivo: Ser faxineira daquele escritório só porque eles estão pagando bem. Ela não suporta esses ambientes movimentados e calorosamente sexuais. Se não fosse pelo seu aluguel que está atrasado ela nem aceitaria esse bico.
Ela saí de casa às 14:30 o combinado é que ela estaria lá às 18:00 em ponto, sem nenhum atraso. Pegar 2 ônibus e um metrô não é fácil. Mas é o que dá não ser rica. Andou mais 2 km e chegou ao lugar marcado, apesar de ser uma casa noturna é bastante chique. Só os ricos devem frequentar esses lugares. Ela entra pela porta dos fundos e fala com a moça que a recepcionou na semana anterior. A mesma a guia por um corredor extenso e mostra o lugar onde ela deve se trocar e o depósito. Após estar pronta a recepcionista mostrou os lugares em que ela deveria faxinar e assim fez. A boate abriria às 23:00 e tudo deveria estar dentre dos conformes e nenhum material de limpeza deveria estar fora do lugar, ah e os criados não se misturam com os frequentadores do local, então ela teria que sair pelo mesmo lugar que entrou. Quando terminou de limpar o andar de cima era 22:30, tinha meia hora pra limpar os banheiros que ficavam no andar de baixo. Ela andou o mais rápido possível e tentou limpar o mais rápido que conseguia. Só tinha 15 minutos restantes e foi limpar o banheiro masculino.
Mal sabia ela que Ralff era um dos clientes a chegar antes da abertura do local e ele sempre ia no banheiro primeiro. Quando ela terminou de limpar o banheiro e ia pôr os produtos de limpeza dentro do carrinho, um cara de uns 2 metros de altura se pôs na frente dela e ela acabou derramando água sanitária na roupa preta dele e acabou a manchando.
Ralff a olhou passivo sem demonstrar raiva, sem erquer a voz, apenas arqueado de leve as sobrancelhas. Só que as sobrancelhas de Ralff era no mínimo duas vezes mais assustadoras do que as vozes de todo um regimento gritando em uma batalha. Morgan engoliu em seco e mal conseguia abrir a boca.
- Me desculpe senhor- ela disse gagejando- Eu não vi o senhor e ainda falta 5 minutos pro salão abrir, me desculpe. Se o senhor preferir eu posso comprar outra camisa pro senhor...
Ralff não a deixou terminar de falar pois ele se opôs.
-Quieta por favor, e você nunca ia conseguir pagar essa camisa, foi feita especialmente pra mim. Eu deveria mandar que John a demitisse mas eu estou vendo que precisa desse emprego, agora saia da minha frente sua empregada inútil.
Morgan sentiu uma dor no coração, mas não derramou uma só lágrima, nunca deixou homem nenhum pisar nela. Ela também ergueu as sobrancelhas e abriu o sorriso.
- Inútil é a sua mãe seu idiota, pelo visto ela não te deu um pingo de educação. Você acha que eu tenho medo das suas ameaças? Se for homem vá em frente e comunique ao Papa que eu manchei seu linda camisa fru fru. Já que ela foi feita especialmente pra você, mande o ou a babaca da estilista fazer outra. Ridículo.
Dito isso Morgan saiu puxando o carrinho e o deixou falando sozinho. Não suporta esse tipo de homem, que se acha melhor do que os outros só porque tem dinheiro, no fundo é só mais um pobre coitado que nunca teve o amor de ninguém, ela não pôde ter tido toda a riqueza do mundo, mas uma coisa seus pais nunca deixaram de dar, que foi o amor fraternal. Pena que eles não estão mais aqui. Ao se lembrar dos pais Morgan deixou uma lágrima cair e finalizou seu emprego do dia. Falou com a recepcionista, que a entregou o envelope com o dinheiro combinado e assim foi embora.
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Inversos
FanfictionEla, uma simples funcionária de uma fábrica de lâmpadas. Trabalha 10 horas por dia e nem tem todos os seus direitos trabalhistas. Um verdadeiro trabalho escravo. Mas ela estava feliz, o salário que ganha dá pra pagar as contas, o aluguel e manter su...