Inversos

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Por mais que tente, Morgan não consegue tirar a noite anterior e a tentativa do beijo da sua cabeça, só que o clima entre ela e o patrão se tornou horrível. Ele estava tratando-a de maneira lastimável e ela tinha que ficar quieta, afinal ele quem era o patrão e ditava as ordens, ainda assim ela acha que esse tratamento está sendo feito porquê ela o dispensara todas as vezes que ele tentou investir nela. Ou então é tudo loucura dela, o que ela acha mais provável.
Toda vez que vai limpar o quarto do chefe ela verifica umas cinco vezes se ele está em casa, não quer olhar pra cara dele muito menos o pegar só de toalha ou boxer, e nem ter outro momento constrangedor.

Terminou de limpar o segundo andar e foi para o escritório. Bateu para garantir mas ainda bem que não havia ninguém, entrou e começou a fazer seu trabalho. Espanou tudo é começou a lavar o chão, estava de costas pra porta esfregando uma mancha atrás da cadeira quando ouviu um baque muito forte seguido de um urro. Se virou assustada e viu ele no chão, mordeu as bochecas pra segurar a risada mas ainda sim um ruído saiu de sua boca.

Ele olhou perplexo e esperou alguma atitude da empregada, ela entendeu o recado e foi apressada ajudar ele. Com a força de um grilo ela tentou erguer ele mas foi em vão, ele era 10 bilhões de vezes mais pesado do que ele e ainda assim a moça não tinha força alguma. Ele mesmo se levantou e olhou pra calça e a barra do paletó que estavam encharcadas.

- Segundo delito que você comete comigo, hein. Nossa você é muito desastrada, eu poderia ter quebrado alguma coisa.

- Desculpe senhor- ela falou com a voz embargada e seu nariz começou a ficar vermelho- Mas não foi minha culpa, o senhor que apareceu do nada.

- Tá me dizendo que o culpado sou eu?- a negou desesperada e a linha reta tinha na boca dele se curvou- Então é o quê?

-Foi um acidente senhor, eu não sabia que o senhor estava em casa e o senhor não sabia que eu estava lavando seu escritório, nenhum de nós temos culpa.

-Certo, agora limpe tudo isso, e o mais rápido possível. Tenho uma conferência daqui a 20 minutos e não quero uma empregada passando de um lado pro outro enquanto eu trabalho.

Ele bateu palminhas em ordem e saiu da sala, Morgan revirou os olhos e continuou a limpar. Foi para a cozinha e encontrou ele em cima de Bianca a comendo com os olhos, ela era uma trouxa por acreditar nas coisas que ele disse ontem, ele era um tremendo de um babaca que tem fetiche nas empregadas domésticas. Sentiu seu coração doer um pouco, ela estava se iludindo demais com ele, está tentando ignorar ele mas está sendo impossível, pensar uma coisa e fazer outra é algo muito frustrante, mas ela tem que tentar. Passou por eles e parecia ser invisível, pois nenhum dos dois notou ou se importou com a presença dela. Guardou as coisas no depósito e voltou pra cozinha ficando em frente aos dois teve que limpar a garganta pros dois a notarem.

- Senhor, já terminei com o escritório- disse de forma sutil e ele mal olhou pra ela.

- Tá.

Ele se concentrou novamente na conversa e antes de Morgan tirar os olhos dos dois ele deu um selinho demorado na cozinheira. Morgan se encheu de raiva e seus olhos encherem d'água, porquê ela choraria? Ele não era nada dela, e se envolver com ele seria um perigo imenso pro seu trabalho, Morgan cansou desse lenga lenga do patrão, ele que se dane. Por mais apaixonada que ela esteja se tornando por ele, seu emprego era muito mais importante do que esse cafajeste bonitão. Mas uma coisa Morgan se passou na cabeça dela, se uma coisa que ela sabe fazer muito bem é brincar. E se é de gato e rato que o patrão quer brincar, é assim que ela vai fazer.