Ralff ficou observando-a através da janela e lembrou de todas as vezes que fora astuto com a moça. Se bem que de umas semanas pra cá ela passou a enfrentá-lo, não se amedontrava mais com as emboscadas que ele fazia, não corava mais com as frases de duplo sentido que saia da boca dele, parece que a garota se acostumou com o jeito dele e com isso tomou liberdade pra respondê-lo,Ralff gostou disso, o incentiva a praticar isso cada vez mais.Ele como um homem experiente que é reconhece que a ruiva não possuía alguma, e bom, ele queria ensiar algumas coisas pra ela e está convencido de que vai conseguir. Se ela não permitir, vai dar um jeito de manipular a mente dela - não sendo de uma maneira ruim - e a levará para a cama.
Virou de costas pra janela para conferir o ruído no corredor e quando voltou ela já não estava mais lá. Vasculhou com os olhos todo o perímetro mas não a encontrou, então se virou e foi para a cama. Quando se deitou estava projetando a bela imagem da ruiva em cima dele, até que outra pessoa invadiu seus pensamentos. Aquela cobra estava de volta a cidade e provavelmente atrás dele. Ralff sabe que o mundo não gira em torno de seu umbigo mas era muita coincidência ela reaparecer depois de tanto tempo e pobre, mas ele não acredita em coincidências e sabe que ela quer dar outro golpe, mas ele não permitirá isso, não é mais aquele jovem apaixonado.
Proferiu o nome dela com repulsa e se odiou por ter amado tanto uma pessoa. Só que na época era tão verdadeiro, ela parecia realmente ser louca por ele, porém no final das contas era tudo armação. As juras de amor que saiam da boca dela era blasfêmia, mentira. Como não pôde reconhecer que estava sendo enganado? Com aquele jeito doce dela, aquela simpatia, o jeito simples, tudo era mentira, ela atuara tão bem, deveria ganhar um Oscar por isso. Se repugnou ao lembrar que pediria ela em casamento, estava tão louco por ela que ele mesmo planejou tudo. Montou algo tão lindo e se arrependeu muito quando leu a carta que a amada deixou. Quando terminou de ler preferiu estar morto, e foi isso que tentou. Tirou o carro da garagem e foi a toda velocidade para a Golden Gate. Respirou fundo e subiu no concreto, olhou para baixo e viu a água passando calmamente por debaixo da ponte. Tomou coragem e quando pegou o impulso para pular, alguém puxou na barra da camisa dele fazendo-o cair de volta no tabuleiro. Daquele dia em diante, Ralff nunca mais se apaixonou por alguém, e nem quer fazer isso. Depois daquele dia todas as mulheres são golpistas e interesseiras para ele, por isso ele só passa uma noite com mulheres e nada mais e elas que fiquem satisfeitas com isso.
No entanto, Ralff vê alguma coisa em Morgan que a diferencia das outras, talvez seja os foras que ela dá nele- mas pode ser pura atuação - ou então a inocência que transparece em suas feições quando ele ultrapassa os limites da malícia. Ele está feliz por ela ser tão inocente, pois ele mesmo pode ensinar as mais diversas e profundas coisas do mundo do prazer, e ela o agradecerá por isso.
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O despertador tocou, ele o desligou e voltou a dormir. Minutos se passaram e começaram a bater na porta. Ele se virou para o lado, colocou o travesseiro na cabeça pra tentar abafar o som mas nada adiantava. Se levantou irado e foi até a porta abrindo-a com toda a força do mundo. Analisou a ruiva em sua frente e de certa forma aquilo o acalmou.
- O que foi? - ele perguntou quase berrando.
- Tem um pessoal lá embaixo querendo falar com o senhor.- ele olhou sem ânimo pra ela e deu-lhe as costas.
- Diz que eu já vou.- se virou novamente para ela e abriu um sorriso traveso- Você tá gostosa hein, que tal eu me aproveitar de você hoje?
- Não te daria o ar da graça. Você não faz meu tipo. E é muito sem graça
Falou ríspida da vista dele e Ralff abriu um risinho. Ninguém nunca o chamou de sem graça, muito pelo contrário, o chamavam de: gostoso, gatão, mas nunca sem graça. Estava gostando da brincadeira e ia continuar até ela parar na cama dele. Ralff colocou um roupão e desceu para ir conversar com o pessoal. Organizou todo o buffet, os garçons e os preparativos para a festa e quando terminou tudo dispensou o pessoal. Ralff estava indo para a sala de cinema quando viu de relance Morgan subindo com o material de limpeza. Uma lâmpada se ascendeu em sua mente e ele a seguiu.
Morgan entrou no quarto dele e fechou a porta. Ralff esperou um tempo e girou a maçaneta com cuidado. De imediato teve o vislumbre da bunda da moça empinada e não perdeu tempo. Andou na ponta dos pés e deu um tapa em cheio fazendo até sua mão arder.
- Tá maluco?- ela esbravejou e ele riu da cara dela- Olha aqui, eu não dei liberdade pro senhor bater na minha bunda.
- Vai me dizer que você não gosta?
- Não, não gosto. Na verdade eu acho muita falta de respeito.
- Quê isso? Só tô te mostrando que eu não não sou sem graça.
Ele colou nela e foi andando para trás até cair na cama. Ralff caiu de forma gentil em cima dela e encarou os belos olhos azuis da moça. Morgan oscilou dos olhos dele para a boca e Ralff sorriu, aquela era a deixa perfeita para ele.
- Posso te beijar?- a voz dele saiu rouca e extremamente excitante.
- Não...
Morgan estava tão presa no olhar dele que não estava falando coisa com coisa. Ralff colou seus lábios nos dela e a beijou de forma leva. Morgan abriu um pouco mais a boca e deu passagem para a língua dele vasculhar todo o lugar. A ruiva estava explorando uma nova sensação, nunca fora beijada daquela forma e não queria outro beijo que não fosse o do patrão. As mãos dela que estavam retas na cama, foram direcionadas pra nuca dele. Separaram-se para procurar fôlego e a ruiva tirou ele de cima dela às pressas. Se ligou do que estava acontecendo e se desesperou.
- Qual é da pressa ruivinha?- ele se levantou e olhou nos olhos da moça de cabelos vermelhos.- Qual é Morgan foi só um beijo.
- Agora que você conseguiu o que queria vai me demitir né?- ela falou com a voz embargada e o coração dele doeu.
- Por que eu faria isso?- Morgan deu de ombros e limpou o nariz com a mão- Não há nescessidade ruivinha.
- Por que o senhor está fazendo isso comigo?- ele franziu o cenho- Por que está investindo em mim desse jeito? Qual o motivo de ficar me pirraçando dessa forma? Sou como um objeto pra você?
Ralff não entendera o motivo daquelas perguntas e ficou calado. Morgan levantou as sobrancelhas meio que parecendo ter entendido tudo e saiu apressada do quarto. Ranulff amarrou os longos cabelos e saiu atrás dela, não que ela merecesse alguma explicação ou algo do tipo. Ele só não queria que a menina ficasse magoada com ele. Ralff não queria que ela entendesse que ele fosse um monstro magoador de sentimentos.
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Inversos
FanfictionEla, uma simples funcionária de uma fábrica de lâmpadas. Trabalha 10 horas por dia e nem tem todos os seus direitos trabalhistas. Um verdadeiro trabalho escravo. Mas ela estava feliz, o salário que ganha dá pra pagar as contas, o aluguel e manter su...