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Ralff pegou a pistola que estenderam para ele e assim puderam adentrar à mansão. Havia pegadas na grama e eles a seguiram, mas não resultou em nada já que elas acabavam em um ponto qualquer. Ele entrou na casa e a cada passo que dava a adrenalina aumentava fazendo seu coração palpitar.

Seus olhos focaram em um ponto perto das escadas e ele foi até lá. O ar parecia ter lhe faltado quando ele viu que era sangue, e que ainda estava fresco. Que merda estava acontecendo?

Ele e outros dois caras subiram as escadas, enquanto os demais seguiram por outros cômodos. Ralff foi correndo em direção ao quarto de Cody e arrombou a porta, sem nenhuma necessidade já que a mesma estava destrancada. No quarto também havia sangue e este fazia um longa trilha até o banheiro. E Ralff as seguiu, para então encontrar uma poça enorme de sangue dentro, o desespero tomou conta dele e Ralff desejou que tudo fosse uma brincadeira de mau gosto. O que poderia estar acontecendo? E onde está Cody agora? Dois seguranças entraram apressados no quarto e entregaram um pequeno papel a ele. No bilhete estava escrito: "Vamos ver quanto tempo você aguenta sem a sua querida irmãzinha."

Ranulff rasgou o papel com raiva e jogou os pedaços no chão. Tirou o celular do bolso e mandou mensagem pra ruiva, só que Morgan não respondeu de imediato e aquilo o alarmou. Tentou mais duas vezes e nada, que diabos. Ralff jogou o celular com força na parede e tentou regular a respiração, porém, estava muito difícil manter o controle. Se tiverem pegado sua ruivinha também, ele fazia questão de matar o infeliz com as próprias mãos. E Ralff nunca quebrava uma promessa.

Outro segurança informou só que os demais funcionários estavam no sótão e que todos estavam bem. Ranulff agradeceu imensamente por Mama e os outros não terem sofrido nada, ele nunca se perdoaria se algo de ruim acontecesse com eles.

Ele saiu da mansão e foi conferir se Morgan estavam no carro, correu até o veículo e seu último fio de esperança se quebrou, pois, apenas o celular da moça estava no local. Socou o volante do carro diversas vezes e só parou quando o nós de seus dedos estavam sangrando. Ralff se odiou por tudo aquilo estar acontecendo, por ter sido desprevenido, inconsequente. Sua inconsequência poderia gerar consequências terríveis, e ele não suportaria se algo do tipo acontecesse.  Só queria descobrir uma forma de acabar com todo aquele sofrimento.

Ralff voltou para a mansão e foi direto para seu quarto, fechou a porta atrás de si e caiu em prantos. Um pranto silencioso. Permitiu que as lágrimas lavassem sua alma, suas angústias, medos e decepções. Ralff chorou como nunca antes, chorou como uma criança chora quando é separada de sua mãe. Só em pensar nas coisas horrendas que sua irmã e Morgan poderiam estar passando, seu coração sangrava.

Deus... Ele não queria sentir aquilo nunca mais. Queria aliviar aquela dor, parar de se sentir angustiado. Queria tirar a culpa de suas costas, sim, pois tudo aquilo que estava acontecendo era culpa dele, somente dele. Ranulff Veneratti só queria que tudo voltasse ao normal.

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