Os dias foram passando o grupo já estava começando a superar a morte de Marcos. As conversas voltavam a acontecer junto aos poucos risos, porém Tamily ainda não havia superado, estava traumatizada com as mortes que vivenciou. Como sempre, quando acordávamos um grupo saia para caçar, um para pegar materiais para a fogueira que nunca apagava e outro era pegar materiais para o artesanato.
Meu grupo havia saído para averiguar as armadilhas mais próximas da caverna, Tamily foi atrás de materiais para fazer o artesanato, Lucas atrás da fogueira e Rafaela ficou na caverna para arrumar os colchões e colocar as cinzas da fogueira para fora, cinzas que já estavam criando um monte.
No meio da caçada o Bob sumiu, me deixou só, procurei ele por meia hora andei e gritei mas nada dele, achei que ele havia sido pego e morto, meu coração começou a acelerar me fazendo entrar em desespero, sentei em um tronco velho cheio de samambaias e comecei a pensar em como conseguiria encontrar Bob, como falaria para o grupo que estava começando a superar a morte de Marcos.
Estava perdida em meus pensamentos quando sinto algo me agarrar, meu coração acelera parecendo que iria explodir na caixa torácica, pensei que era o mesmo assassino de Bob, olho para trás e vejo Bob ofegante e pálido. Ele ainda segurava minha boca para que eu não gritasse, sem muita demora ele me agarra pelos braços e corre, chegamos em frente ao Rio ele me abraça forte e diz quer ama, abraço ele é lhe dou um beijo.
-O que aconteceu ?
- Nada de mais, apenas vamos voltar.
- como assim nada, você some e volta pálido e ofegante me assusta é depois fala que não é nada. Disse impaciente.
-apenas tenha em mente que irei te proteger a todo custo, irei porque eu te amo mesmo que você ainda não tenha aceitado o meu pedido.
-mas disse que vou aceitar quando sairmos daqui.
Voltamos a nossa caminhada até a caverna.
No caminho encontramos Tamily e Lucas que procuravam materiais juntos, Bob já tinha voltado ao normal e ajudou Tamily a carregar o cesto cheio de materiais, adentramos na caverna, não vimos a rafa e pensamos que ela havia saído para buscar algumas coisa, a fogueira e as camas estavam organizadas e preparadas, colocamos a nossa refeição no fogo. Tamily começou a fazer seu artesanato enquanto conversávamos, meia hora se passa e nada de Rafaela chegar, Bob se levanta e vai mais a fundo aonde ficava a fluente de água, em seguida volta pálido como antes porém sem demonstrar desespero me chama e pede para tirar Tamily dali, pergunto o porquê daquilo e ele me leva mais a fundo na caverna me mostrando o corpo de Rafaela que flutuava no meio da fluente de água que tinha a cor avermelhada do sangue.
Fico pálida o coração acelera, mil pensamentos passam pela minha cabeça, lembro que Bob havia sumido no meio da vistoria das armadilhas, porém não posso culpar ele, não sei onde e nem o que Lucas e Tamily estavam fazendo, também tinham as pessoas que queriam nos matar. Em fim eram muitas possibilidades, Bob tenta me acalmar, ele pede para que eu tenha calma e que iríamos descobrir quem era o assassino, aquilo não me acalmou, agora estava desconfiada de todos e de tudo quem poderia ser o assassino, me acalmei e resolvi tirar a única pessoa no qual menos desconfiava, a pessoa que estava mais ferrada psicologicamente, sai dali ao lado de Bob, chamei Tamily e fomos para perto de uma velha árvore aonde conversávamos sobre coisas aleatórias para passar o tempo e sair um pouco da caverna.
Sentamos nos troncos caídos que ficavam ali, pedia a atenção dela e contei o que havia acontecido, ela começou a chorar e entrou em desespero. Acalmei ela com um abraço, e ali parados no tempo enquanto Bob e Lucas tiravam o corpo da jovem loira que alegrava o nosso dia a dia com suas piadas e brincadeiras, ela realmente iria fazer muita falta, era o cérebro da equipe. Estávamos caladas quando Tamily decide contar que Lucas havia sumido em torno de meia hora e que ela ficou procurando por ele, já estava voltando para a caverna para chamar ajuda quando ele apareceu do nada por trás dela, as informações que ela me passou foi praticamente iguais às ações que Bob tinha tomado. Seria uma coincidência? Um plano ?. Em fim decidi não contar para Tamily sobre Bob pois ela não estava preparada emocionalmente. Terminaram de retirar o corpo da jovem loira e enterraram, a nossa equipe agora só tinha quatro pessoas e ninguém sabia qual era a verdadeira prova ainda, ou pelo menos não tinha falado para o resto da equipe, e como nunca antes a caverna ficou maior, com um ar mais melancólico e triste. Na noite quase não jantamos, não conversamos e nem sorrimos, em fim a alma da equipe havia se apagado, Tamily estava em choque, porém naquela noite deu para perceber que Lucas se aproximou de Tamily e a consolou, todos foram dormir mais cedo, bem todos que digo Lucas e Tamily que dormiram abraçados, eu e Bob ficamos de vigília que mais uma vez aumentou a carga horária, também ficamos abraçados.
- Aonde você foi enquanto sumiu? Perguntei virando e prestando atenção em todos os detalhes qualquer movimento no rosto de Bob.
- você está suspirando de mim ? Disse ele continuando a olhar as estrelas.
- É meio estranho, você some e demora a aparecer e no mesmo dia o corpo de Rafa aparece boiando dentro da caverna.
- estava procurando isto para te dar. Disse Bob tirando um trevo de quatro folhas e colocando em minhas mãos.
- amanhã te levo lá, não estou pedindo para que confie em mim, mas gostaria muito que não desconfiasse.
Depois disso contei para ele o que Tamily havia nos contato e ficamos ali sentados conversando sobre como aquilo poderia ter acontecido.