4° Capítulo.

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4° Capitulo:

O sol mal havia nascido, os restos da fogueira ainda estavam acesos quando acordei, o último grupo ainda estavam acordados olhando tudo e cuidando de todos, olhei para o lado esfregando os olhos que se negavam a abrir por conta do cansaço, e vi que Bob também já estava acordado conversando com Carlos, que logo se levantou e acordou Tamily que ainda dormia sentada em entre as raízes de uma velha árvore.
- Bom dia, temos que aproveitar a luz do sol para caminharmos e acharmos um bom lugar para construirmos o nosso acampamento. Disse pegando a faca para quebrar alguns cocos de castanhas para o café da manhã.
Começamos a comer, não demoramos muito pois Carlos e Bob já estavam trançando alguns cipós para carregar o restante das castanhas e ervas que havíamos coletado na noite passada. Assim que terminamos de comer começamos a nossa jornada em busca de um abrigo descente. Em torno de meio dia sentamos , comemos algumas castanha e voltamos a andar, o terreno já começava a mudar, a vegetação era mais fechada e densa mas não parou por aí, começou a cantar e logo o céu se escureceu, as nuvens se fecharam e uma chuva muito forte começou a cair. Nos molhamos mas continuamos a caminhada, tudo parecia estar mal, o chão estava escorregadio e faziam toda deslizarem muito, o vento atrapalhar a caminha e nos faziam tremer de frio, os galhos das árvores batiam em nossos corpos molhados deixando roxo e erguendo alguns hematomas algumas vezes até cortavam as regiões desprotegidas pelas roupas.
- eu não aguento mais pessoal, por favor vamos parar e descansar um pouco. Olhe para mim estou roxa, molhada, com frio e fome, tem partes do meu corpo que estão sangrando.....meus pés estão cheios de bolhas eu preciso parar. Disse Tamily com uma voz de choro depois de cair no chão com as mãos nos olhos enxugando a mistura de lágrimas com água de chuva.
- ei, você vai precisar ser muito forte, se ficarmos parados na chuva poderemos pegar um resfriado ou gripe, e eles sejam lá quem são não vão nos dar remédio e nem auxílio. Disse Carlos abaixando alisando os cabelos da jovem ruiva ainda ajoelhada no chão.
- tudo bem, mas não sei até quando vou continuar a aguentar essa situação. Disse Tamily enquanto se apoiava em Carlos para se levantar com os olhos cheios de lágrimas.
-Pessoal tenho uma boa notícia para vocês! Disse Rafaela com uma cara alegre e sorridente mesmo estando cansada.
- pois então diga logo, estamos realmente precisando de algo. Disse Bob indo para mais perto da jovem loira que estava ensopada e suja de lama.
- olhem lá, posso estar enganada mas é exatamente o que estávamos procurando. Disse Rafaela apontando através das árvores para trás de todos os outros que se viraram.
- eu não acredito nisso... Cara olhem só! Disse Lucas enquanto corria e abraçava Bob e Rafaela que já se via de pé.
-vamos logo pelo amor de deus, ou eu vou morrer de frio disse a eles tremendo mais que os galhos verdes que balançavam loucamente por conta da ventania.
Aquilo deixou todos com mais alegria e positividade, já estava escurecendo se não tivéssemos encontrado aquela pequena caverna provavelmente morreríamos de hipotermia, andamos até a caverna que estava seca por dentro, Carlos e Bob descarregaram os sacos de castanhas e foram olhar a caverna mais detalhadamente, enquanto isso Lucas e Rafaela procuravam por galhos mais secos para tentar ascender uma fogueira para esquentarmos e nos secarmos durante a noite, peguei algumas ervas e duas pedras e comecei macetar, quando terminei pedi para Tamily tirar o coturno.
- tirar para que? Perguntou Tamily tirando sua camisa fina e torcendo ficando apenas com a camisa azul por baixo.
-macerei algumas ervas que são boas para machucados e fraturas, você falou que seus pés estavam cheios de calos e posso ver algumas regiões sem pele em suas mãos. Disse puxando a pedra aonde se encontrava a papa feita de ervas.
- tudo bem, obrigada por se preocupar, desculpe por ser tão frágil. Disse Tamily enquanto avançava a cabeça e desamarrava o coturno.
- está tudo bem, você não é frágil é delicada, e você só falou o que todos tínhamos vontade de dizer e não tínhamos coragem. Disse a ela levantando sua cabeça.
Tamily tirou os sapatos é as bolha do pé já não eram simples calos, as bolhas estavam cheias de sangue e haviam regiões na carne viva, naquele momento senti uma profunda dó dela, mas mesmo assim suportando toda aquela dor ela se manteve com um sorriso no rosto e sempre foi gentil e amigável durante toda a nossa exaustiva caminhada, sempre esteve motivando todos.
-Teremos que fazer uma pequena sangria nessas bolhas de sangue em seus pés, ou a situação pode piorar, não se preocupe pois misturei algumas ervas com efeito anti-inflamatório. Disse a ela puxando a minha faca de cabo preto e segurando o pequeno e delicado pé dela, com todo cuidado do mundo.
- tudo bem, se for para melhorar e não atrapalhar o grupo tudo bem. Disse Tamily enquanto se encostava nas paredes da caverna e colocava as mechas ruivas que caiam para o rosto para trás das orelhas.
Comecei a cortar os calos de sangue dos pés dela, a cada bolha que eu estourava o sangue jorrava, o sangue vermelho que me deixava ainda com mais penas da pobre ruiva, estourei as bolhas de ambos os pés, puxei a pedra com o sumo verde e comecei a aplicar nas regiões sem pele. Em cada local onde aplicava Tamily dava um puxão no pé e um pequeno suspiro de dor, seus olhos enchiam de lágrimas, terminei os pés e macerei mais algumas ervas. Comecei a passar em seus cortes e arranhões de suas mãos, assim que terminei a Rafaela e Lucas voltaram com alguns galhos, Tamily deitou e fui ajudar eles a montarem a fogueira.
- como vão fazer essa fogueira? Perguntei enquanto separava mais algumas ervas para macerar e passar nos outros que estavam machucados.
- irei fazer fogo através do atrito, bem pegamos alguns galhos mais próximos da caverna, assim eles não estão tão encharcados e facilita, também encontramos essa relva seca. Disse Lucas pegando a faca e fazendo um pequeno buraco em um galho qualquer enquanto rafa apontava um outro galho, ambos terminar quase ao mesmo tempo, Lucas pegou um pouco de areia colocou no buraco e com um outro galho e um cipó fez uma espécie de arco que enrolou no galho que Rafaela tinha apontado criando um mecanismo bem mais fácil de manipular e criar fricção.
Lucas começou a esfregar, a relva seca estava do seu lado, e os galhos prontos para uso. Pedi para que Rafa tirasse o coturno pois iria passar a mistura feita em seus machucados, fiz com ela os mesmo procedimentos que havia feito com tamily só que os pés e machucados de Rafaela eram bem mais leves do que os da Tamily.
- aonde aprendeu qual erva usar e como usar? Perguntou Rafaela enquanto eu passava a mistura em um dos últimos machucados em suas mãos.
- Bem, sou botânica lembra. Respondi a Tamily que entrou em gargalhadas.
Assim que terminei de passar o remédio na Rafaela, Bob e Carlos chegam com sorrisos e rostos que demonstravam a mais pura alegria.
- por que estão tão contentes? Perguntei entregando a mistura a eles.
-tiramos a sorte grande, andado mais para o fundo da caverna há um pequeno Rio subterrâneo aonde podemos coletar e usar água. Disse Carlos sentando no chão.
- ata, passem essa mistura nos seus machucados aliviará um pouco sua dor. Disse a eles virando as gosta e indo ver se Lucas precisava de ajuda com a fogueira.
Assim que cheguei perto, Lucas deu um pequeno salto para cima do musgo seco e começou a soprar e em seguida uma fumaça começou a encher a caverna, ficamos animados pois sabíamos que em seguida viria o fogo, e veio. Colocamos com muito cuidado os graveto em cima do musgo seco que havia pego fogo, e após quase uma hora a fogueira havia ficado pronta.
Dei parte da mistura para Lucas passar em seus ferimentos, sentei em volta da fogueira assim como os outros cinco para aquecer e secar o corpo, comemos algumas castanhas e conversamos alegres pela conquista. Em seguida todos foram dormir eu e Bob ficamos de vigília....E como na noite anterior conversamos sobre muitas coisas aleatórias até dar a hora de trocar de grupo, trocamos e fomos dormir.

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