Capítulo 4: Pedido de Ajuda

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    Finalmente havia chegado em casa, e a primeira coisa que eu faço é ir tomar um banho. Depois de pegar as minhas roupas, entro para o banheiro. Era um banheiro bem simples sendo sincera, só tinha um box para o banho, uma privada e pia e um gabinete onde tinha coisas essenciais para higieni pessoal.

    Depois do banho e ter trocado de roupa, acabo pegando o meu laptop e decido ir para a minha cama, na sequência faço uma ligação para o meu pai via Skype.

    — Ora, se não é a médica da família. - ver o meu pai diante da tela do meu notebook me deixava muito feliz.

    — Oi papis, como estão as coisas aí no Brasil?

    — Entediantes, só o Brasileirão para animar mesmo, e o Flamengo com o Jorge Jesus óbvio.

    — Haha, acho que aposentadoria não combina com você.

    — De qualquer forma, como está aí no seu primeiro dia? - fiquei com um pouco de receio ao falar sobre o dia de hoje. Era o primeiro e havia acontecido tanta coisa.

    Depois de duas horas de conversa, contando coisas aleatórias e importantes, meu pai ficou surpreso com tanta informação.

    — Uau, pensei que você só ia colocar estetoscópio nos atletas e entregar alguns atestados. - meu pai dizia aquilo com os olhos arregalados.

    — Não sei o que fazer papis - dizia aquilo com um pouco de tristeza - estou tão perdida com essas informações que não sei o que fazer.

    — Filha, pense pelo lado bom: você não vai ficar entediada. Você vai ter grandes desafios para superar e isso vai ser excelente para você.

    — Mas e o Messi e a Úrsula? Eu devo me preocupar com eles?

    — Filha, Úrsula é cachorro que late mas não morde. E o Messi é muito famoso, até você conseguir chegar perto dele, provavelmente ele vai estar aposentado em uma fazenda olhando para vacas - no fundo, rezei para que o meu pai estivesse errado. - Bom, mas agora eu preciso ir, depois conversamos sobre a sua grande jornada no Barcelona. Adios!

    Depois que me despeço do meu pai, guardo o meu notebook e vou dormir na sequência. Tudo aquilo ficava girando na minha cabeça, mas precisava descansar.

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    Estava sentada no meu consultório analisando aquele livro que o John havia me entregado. Aquilo era pior que um trabalho de TCC, havia tanta coisa que mesmo lendo a página mais de uma vez havia coisas a ser aprendidas ali.

    Escuto alguém bater na porta e peço para que entre, depois que a porta é aberta, acabo vendo Messi da mesma forma que estava ontem, com o seu uniforme de treino mas segurando alguns papéis em suas mãos.

    — Doutora, está ocupada? ‐ ele havia dito aquilo de uma forma tão simples mas para mim parecia que eu tinha escutado uma bela poesia. Como admirava aquele jogador, via ele jogar toda vez que tinha chance e toda vez ficava impressionada com suas jogadas.

    — Doutora? - Messi perguntou preocupado.

    — Desculpa é que... Uau, Messi na minha frente?! É surreal!

    — Fico feliz em saber disso.

    — Mas, em que posso ajudá-lo?

    — Gostaria que você desse uma olhada em um dos meus exames.

    — Sim claro, tudo pelo Messi... digo, pelo Barcelona, haha.

    Pego os papéis e esfoleos com muito cuidado, eles não falavam em questões de saúde corporal do Messi, como ortopedia, ou em questão de doenças ou alguma alergia. Mas sim psicológicas, ao nível de mostrar até mesmo remédios de nível tarja preta.

    — Meu Deus, você tá tomando tudo isso de remédio? - ele concorda para o meu espanto - tarja vermelha já é perigoso, agora tarja preta é bem pior! Não é a toa que o Suarez está preocupado com você.

    — Por isso que vim aqui, você é filha de um grande médico que já esteve aqui nesse estádio. E também sei que já estudou um pouco de psicologia.

    — Olha, entenda uma coisa: eu não sou meu pai. - Messi ficou um pouco surpreso ao escutar aquilo - E eu tenho pouco conhecimento de psicologia, não sou profissional nessa área.

    — Você não entende. ‐ ele fala de uma maneira muito triste - Já fui para vários psicólogos e psiquiatras para me tratar.

    — Por causa da sua família?

    — Sim, mas tudo o que eles querem é o meu dinheiro, e não o meu bem. Quando estava treinando, Umtiti me falou da maneira de como você cuidou do seu joelho. Então quando puxei sua ficha, deparei com uma luz no fim do túnel.

    — Os jogadores podem puxar fichas aqui dos médicos? - perguntei com uma cara de desconfiada.

    — Sim, pois existem alguns médicos específicos para cada caso, assim se algo acontecer conosco, sabemos a quem recorrer.

    — Mas olha, como disse... - antes que pudesse continuar, ele havia pegado nas minhas mãos e olhou para os meus olhos.

    — Por favor, nem que seja pouco, mas você pode me ajudar. Então eu te imploro: NÃO ME ABANDONE E ME AJUDE!

    Fiquei assustada e ao mesmo tempo chateada, um jogador que podia comprar qualquer coisa, até mesmo o próprio estádio, não tinha dinheiro para ter a sua cura.

    — Como havia dito, não sou meu pai. Mas aposto que ele é muito melhor que muitos psicólogos por aí. Vou te ajudar meu caro. - ele me agradece dando um beijo carinhoso na minha mão.

    — Mas não quero ser atendido aqui. Amanhã estamos de folga e quero que você me trate na minha casa.

    Não acreditava no que estava escutando, iria conhecer a casa do Messi! Só havia visto ela na televisão ou em sites de fofoca. Ele havia dito que quando o meu plantão acabasse, ele me daria carona até a sua casa para conhece-la e falamos daquele assunto delicado.

    Ele se despede de mim e vai embora. Ainda estava tentando compreender tudo aquilo, mas estava ciente que até a minha morte, a ficha ainda não teria caído.

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