ESTRELA CADENTE

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Professor: você tem certeza do que está fazendo?
Macarena: eu nunca tive tanta certeza na minha vida. O Palermo está internado, e ficará ótimo, assim que ele se recuperar vocês já estarão presos, enquanto nós estaremos livres como girassóis de Van Gogh.
Professor: tudo bem, você escolheu o seu lado e está no seu direito. Estaremos prontos pra qualquer coisa, e assim como você esqueceu que é minha filha ao concordar com isso, eu também esquecerei que sou seu pai. Boa sorte.
Macarena: eu não preciso de sorte. A guerra está declarada, daddy, e que vença o melhor.
Ela desliga e começa a chorar.
Governador: está tudo bem? Quer um pouco de água?
Macarena: não, obrigada. Eu estou bem. Isso vai ser mais difícil que eu pensava...
No esconderijo do Professor...
Nagasaki: por favor, me diz que isso faz parte do plano.
Professor: eu adoraria dizer isso, mas se eu falasse estaria mentindo, eu nunca mandei ela fazer nada disso.
Marsella: e se ela estiver fazendo um plano por conta própria?
Professor: apesar dela nunca prestar atenção em mim, eu conheço ela muito bem, e ela parecia está falando muito sério.
Marsella: você acha que ela realmente seria capaz de nos entregar ou tentar nos derrubar?
Professor: daquela louca eu não duvido nada, ainda mais com a raiva que ela deve está de mim.
Nagasaki: então estamos sozinhos de novo. Professor: na verdade é bem pior que isso, temos uma ex aliada contra nós.
Tóquio narrando: dizem que o pior inimigo é aquele que já foi seu aliado, e isso é verdade. Ele sabe suas fraquezas, suas forças... E a pior coisa que poderia acontecer naquele momento era ter a Dulce como inimiga.
No banco...
Tóquio: como estão os bff do crime?
Professor: o Palermo foi internado como combinado.
Tóquio: e a Macarena...
Professor: descobriram a verdadeira identidade dela. E também que ela fazia parte do plano.
Tóquio: e agora? Ela foi presa?
Professor: na verdade ela está ajudando a polícia pra salvar a pele dela e do Palermo.
Tóquio: ELA NOS TRAIU?
Professor: sim. A Dulce é muito imprevisível. Talvez eu tenha até uma certa culpa porque com certeza ela foi estimulada pela raiva que está sentindo de mim. Eu deveria ter previsto isso e evitado enquanto tinha tempo, ela não deveria nem está participando disso...
Tóquio: ei, você não tem culpa de nada. Sua sobrinha...
Professor: filha.
Tóquio: que seja, ela é uma louca, mimada, egoísta, sociopata e que só pensa nela mesma. Igual o pai de criação. Se analisar bem, ela é quase o Berlim versão feminina. De sua filha ela só tem a formação.
Professor: eu esquecerei que ela é minha filha, não posso deixar vocês se ferrarem por causa de burradas da Dulce Maria.
Tóquio: estaremos com você, meu anjo da guarda. O que precisaremos fazer?
Professor: só continuem com o trabalho. Avise aos outros que estamos sozinhos em relação a Dulce e ela está com a polícia. Que se foda o parentesco, agora é guerra.

Flashback on:
Macarena e Nairóbi estavam deitadas na grama, uma do lado da outra, olhando para o céu e admirando as estrelas.
Nairóbi: eu queria que você fosse com a gente.
Macarena: o Sérgio me mandou pro Brasil pra eu parar com os assaltos. Eu já esperava que ele não deixasse eu participar do plano, só não esperava que você fosse.
Nairóbi: você acha que eu não tenho preparo?
Macarena: claro que não, você é talentosa e super competente. Desculpa se eu dei a entender que você não é capaz. Eu só queria que eles também acreditassem que eu sou.
Nairóbi: se você se sentir melhor, eu desisto, não tem problema.
Macarena: não, você vai sim. Eu vou me sentir bem quando você conseguir a guarda do seu filho. A sua felicidade é tudo que me importa, eu estarei feliz enquanto você também estiver. Porque eu te amo.
Nairóbi: ai, eu também te amo, amiga.
Macarena: amiga...
Nairóbi: o quê?
Macarena: nada. OLHA! UMA ESTRELA CADENTE!
Nairóbi: não deu tempo de eu fazer o meu pedido, você fez um?
Macarena: fiz.
Nairóbi: o que você pediu?
Macarena: eu não posso falar. Se eu te falar, não se realiza.
Flashback off

Tóquio narrando: o pedido da Macarena foi que a Nairóbi saísse do assalto bem, conseguisse a guarda do filho e fossem uma família. Nada disso aconteceu, e o que restou foi um órfão, um cadáver e uma "viúva" que deixou de ser uma anti-heroína e se tornou uma vilã.
Na tenda...
Tamayo: Dulce, acabaram de ligar do hospital onde seu amigo está, ele vai passar por uma cirurgia pra retirarem a bala, mas você pode vê-lo antes. Gandía, acompanhe ela. E não a deixe fazer nenhuma besteira.
Gandía: pode deixar.
Eles saem da tenda e pegam um carro da polícia, quando ela abre a porta do carro é interrompida.
Gandía: pra onde você pensa que vai?
Macarena: entrar no carro?
Gandía: eu dirijo.
Macarena: eu também sei dirigir.
Gandía: se você precisa de uma babá pra andar pra andar por aí, é sinal de que você não pode dirigir.
Macarena: eu não pedi pra ter uma babá.
Gandía: mas imagina, você resolve desviar a rota, me sequestra, ou capota o carro pra me matar. É melhor eu dirigir.
Ele entra e ela continua em pé de braços cruzados.
Gandía: o que foi? Quer que eu coloque sua cadeirinha?
Macarena: vai se fuder.
Ela entra no carro e fecha a porta.
Gandía: não está esquecendo de nada?
Macarena: de quê?
Gandía: agora eu entendo porquê você precisa de babá... O cinto. Deixa eu te ajudar, vai.
Ele ajuda ela a colocar o cinto, eles se encaram e seus rostos vão se aproximando até eles sentirem as respirações um do outro, antes que ele tomasse qualquer iniciativa, ela o afastou empurrando seu rosto. Ele continua encarando-a mesmo de longe.
Macarena: o que foi? Liga logo esse carro.
Ele dá um sorrisinho e liga o carro. O trajeto inteiro foi resumido em um silêncio completo, olhares que eram disfarçados quando o outro olhava e a mania irritante da Dulce de ficar batendo as unhas na porta do carro. Mas mesmo com aquele clima de ódio e tensão, os dois só pensavam em "como teria sido se a Dulce não tivesse o empurrado?"

MACARENA-LA CASA DE PAPELOnde histórias criam vida. Descubra agora