"PELA NAIRÓBI"

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Palermo: o Gandía sabe um lugar onde podemos entrar sem ninguém perceber, certo?
Macarena: certo, mas você acha mesmo que ele vai falar assim pra gente?
Palermo: óbvio que não. Mas você pode convencer ele a falar.
Macarena: com a minha beleza e sensualidade? Kkkk que aliás eu não tenho. Tem como ser um pouco menos clichê?
Palermo: claro que não, Dulce. Desde quando você precisa disso? Só precisa colocar os anos de aulas de teatro que você fez em prática e dessa sua cara de pau.
Macarena sai do quarto e vai falar com Gandía.
Gandía: pela sua cara ele não está bem.
Macarena: o médico falou que ele não vai ficar bem. Ele pode morrer a qualquer momento.
Ela fala e começa a chorar.
Gandía: você está chorando por causa dele?
Macarena: você não está entendendo. Agora que eu mudei de lado ele era tudo que eu tinha, mas agora não vou ter mais. Eu posso te dá um abraço?
Gandía: tá, só um abraço.
Enquanto ela o abraçava foi puxando a arma na cintura dele devagar. Mas ele percebeu e pegou a arma e apontou pra testa dela a afastando dele com a arma.
Gandía: você achou mesmo que eu ia acreditar em você, sua vadiazinha? Tá achando que eu sou burro ou idiota?
Palermo chega por trás dele, pega a arma e aponta pra cabeça dele e o segura pelo pescoço.
Palermo: a Dulce, eu não sei, mas eu te acho as duas coisas.
Palermo leva Gandía pra dentro do quarto e Macarena vai junto.
Palermo: você vai nos contar por onde você entrou.
Gandía: não.
Palermo: isso não foi uma pergunta, foi uma afirmação.
Macarena: se você falar, você sai com vida.
Gandía: e se vocês me matarem vocês não saberão nunca por onde eu entrei. Só eu que sou chefe de segurança sei sobre esse lugar.
Macarena: olha aqui, vou falar a verdade, você não vai sair vivo daqui. Se você falar teremos que te matar pra você não nós atrapalhar, se você não falar a gente te mata e vamos descobrir sozinhos, e se você fizer algum escândalo a gente te mata e foge. Você decide.
Gandía: duas quadras antes do banco tem uma casa amarela com o portão cinza, as chaves dessa casa está no meu bolso e o porão dela dá na sala do governador.
Palermo empurra o Gandía pra perto da parede e dá a arma pra Macarena.
Palermo: essa honra tem que ser feita por você, meu bem.
Macarena: essa honra tem que ser feita por nós dois.
Os dois seguram a arma juntos.
Macarena e Palermo: PELA NAIRÓBI!
Essa foi a última frase ouvida pelo Gandía antes deles puxarem o gatilho juntos. Macarena pega a chave do bolso dele e coloca as duas mãos na cintura olhando o cadáver.
Palermo: o que foi?
Macarena: não sinto remorso nenhum. Palermo: sabe de uma coisa? nem eu kkkk
Macarena: espero que ele vá pro inferno.

Flashback on:
Macarena chega no trabalho atrasada como sempre e passa o crachá no ponto enquanto falava no celular.
Macarena: sim, Ágata, eu cheguei bem... Sim, já tomei café... Também já tomei remédio pra rinite... E desde quando eu tenho cólica renal? Kkkk
Ela entra na sala dela e percebe que uma garota está lá.
Macarena: desculpa, sala errada.
Ela vira pra abrir a porta, mas antes de abrir é interrompida.
Chloe: não, não! É essa sala mesmo.
Ela vira e encara a garota com um olhar confuso.
Macarena: vou ter que desligar, tchau.
Macarena desliga o celular e cruza os braços ainda a encarando.
Chloe: você é a Fernanda Monteiro, não é?
Macarena: sim, eu mesma.
Chloe se levanta da cadeira e vai pra frente da mesinha e se encosta na mesma.
Chloe: eu sou Chloe Valência, a nova inspetora. Serei sua colega de trabalho... E de sala. A propósito, está atrasada.
Macarena: ah, claro, tinha esquecido que você chegava hoje. É bom você se acostumar com meus atrasos, eu que mando aqui, amor.
Chloe: se você diz.
Ela dá um sorrisinho sarcástico.
Macarena: nome americano, sobrenome de uma cidade espanhola e é brasileira?
Chloe: minha família sempre gostou muito de viajar, não tínhamos um país fixo. Hétero?
Macarena: o quê?
Chloe: estou perguntando se você é hétero.
Macarena: nossa queria ter essa facilidade...
Chloe: hãn?
Macarena: bi, por que? É homofóbica ou tem interesse?
Chloe: eu sou lésbica, então a primeira opção está descartada.
Flashback off

Macarena e Palermo foram até a sala do hospital onde ficava as roupas e equipamentos médicos e pegaram roupas e máscaras.
Macarena: como estou?
Ela dá uma voltinha e joga o cabelo pro lado direito.
Palermo: está uma gata. Você seria uma ótima cirurgiã.
Macarena: credo! Só de pensar eu costurando uma pessoa me dá agonia.
Palermo: vamos logo, antes que alguém ache o corpo do Gandía.
Eles saem do hospital normalmente e pegam o carro. Chegando na casa eles descem do carro, entram na casa e descem pelo porão que só tinha como única iluminação a lanterna do celular da Macarena.
Macarena: como o Gandía conseguiu passar por aqui carregando você?
Palermo: estou me perguntando a mesma coisa.
Macarena: você acha que eles estão muito putos comigo?
Palermo: eles? Eles quem?
Macarena: o resto do grupo. Eu meio que traí eles, não é?
Palermo: "meio"? Você os traiu totalmente.
Macarena: é, então você acha que eles estão putos comigo.
Palermo: honestamente? Sim.
Palermo: que bom que eu não tenho nada a ver com isso.
Macarena: porra, amigo é um desses ein. Espero que eles me perdoem...
Tóquio narrando: naquela altura as fotos de Martín Berrote e Dulce Maria estavam em todos os sites, jornais e telejornais existentes, eles agora não eram só conhecidos como assaltantes, agora eles também eram os assassinos do Gandía. E de novo a regra de não derramar sequer uma gota de sangue foi quebrada.
Eles continuam andando até chegar em uma parede.
Palermo: então é isso? Não tem nada nessa merda? Matamos o cara pra nada? GANDÍA FILHO DA PUTA!
Macarena: espera...
Ela aproxima a lanterna do celular da parede, percebe que é uma parede falsa, empurra a parede e ela se abre.
Palermo: uau! Bom trabalho senhorita Monteiro kkkk
Macarena: a inspetora Fernanda Monteiro não brinca em serviço kkkk
Eles entram juntos e percebem que estão na sala do governador.
Macarena: CARALHO EU NÃO ACREDITO! NÓS ESTAMOS DENTRO DO BANCO.
Palermo: sim, nós estamos...

MACARENA-LA CASA DE PAPELOnde histórias criam vida. Descubra agora