LOVEMAZE

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Algumas histórias chegam ao fim.

Reino de Planícies

Não era difícil ouvir o choro de Taehyung naquela mata. Seokjin o deixou no pátio em frente a fonte, que agora jorra água, coisa que antes não fazia. Os ventos frios e o cheiro de umidade era agradável, tornando o ambiente bonito e propício para que alguns bichinhos noturnos começassem a sair de suas tocas.

Contudo, sentado ali naquela grama, Taehyung, príncipe ferólia, esperava a febre forte e as dores levarem sua alma, para que, talvez do outro lado, pudesse ver Jimin e pedir perdão por toda a dor que causou.

Ele segurava Jimin no colo, já faz uma hora. O rosto pálido e sem calor do menor denunciavam sua morte. Ele se foi, Taehyung, você precisa entender. A cabeça de fios loiros deitada no seu peito, seu corpo magro e frio sobre suas pernas, balançavam, pois o jovem príncipe se movia para frente e para trás, chorando.

— Você lembra quando a gente tinha uns dezoito anos e fugimos pela floresta? A gente queria assustar meu pai, porque ele nos proibiu de viajar sozinhos - contava com a voz embargada.

O suor febril descia da sua testa se misturando com as lágrimas. A dor de cabeça latejante só não é maior que a do coração.

— Éramos tão bobos. - sorriu e alisou seu rosto, tirando a franja branca da testa do príncipe Lunare. — E você sempre foi a pessoa mais linda e bondosa do mundo inteiro... meu Jimin...

O apertou forte e sentiu que o corpo do garoto estava começando a ficar rígido.

— AAH! POR FAVOR EU SÓ QUERO MORRER LOGO! - gritou tão alto que alguns pássaros que estavam na árvore por perto saíram voando desesperados. — Por favor, céus, me levem, eu só quero poder dizer o quanto o eu amo. Jimin, me perdoa, por favor, me perdoa... Eu sinto tanto

Olhou sua mão, com o fio cinza solto amarrado ao seu dedo e o de Jimin estava perto. Em um desespero bobo, cheio de dor, deixou Jimin deitado nas suas pernas e amarrou as duas pontas do fio, quase sem enxergar bem por causa das lágrimas.

Ele sabe que não vai dar certo. São dois mágicos, eles não dão nó e não se consertariam daquele jeito, contudo, febril, já não sabe o que faz.

— A gente ia morar junto... Lembra? - passou os dedos quentes na pele gélida. — Quando meu pai pediu para que eu fosse até Lunare encontrar sua família, eu levei comigo, no meu coração, uma declaração de amor. Por que eu amo você, não só como amigo, não só como minha alma gêmea. Eu amo você como quem quer se casar, como...

Olhou para a lua e a viu branca. A lua estava branca para ele já faziam dias, desde que cortou a linha.

— Por favor, lua... deuses, Mana, me ajudem, me levem logo - pediu fechando os olhos, com força, como se estivesse rezando.

Taehyung nunca pensou, na vida, que teria de ver Jimin morto. Pensou que morreria antes, não devido a maldição, mas por ser imprudente e se meter em confusões constantes. Jurava que morreria em uma briga de bar idiota. Agora, sentindo a febre aumentar e a cabeça ficar tonta, sorriu sabendo que sua vez está próxima e finalmente terá a oportunidade de se desculpar com o homem que ama.

— Então foram vocês que me acordaram. - disse uma voz angelical e feminina, o fazendo abrir os olhos assustado. Quem é ela? — Olá.

Uma mulher com olhos cerrados e sensuais, de pele pálida, lábios carnudos rosados e vestes brancas que iam até o chão. De pés descalços, caminhou pela grama e se abaixou na frente dos dois, devagar para não assustar Taehyung.

— Criança... - passou o dedo no cabelo suado do príncipe. — meu coração doeu muito quando fez isso. Quebrou algo que eu fiz com tanto amor, para unir povos diferentes, de reinos diferentes... Você deu um jeito de partir a única coisa que eu fiz que era inquebrável.

POISE | vmin | yoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora