Era como se a vila sentisse que sua Mizukage tinha sido confrontada, traída pelo sangue que saíra e nascera naquela terra, mas Kóri jamais seria apenas Kiri. E, por mais doloroso, toxico e masoquista que fosse, ela pertencia a Sunagakure no Sato. Pertencia aonde seu coração pertencia. Não importa que seu coração fosse sangrento e arroxeado de hematomas.
E escolher Kiri nunca tinha sido uma opção. Não com o que fizeram a mãe dela, a ela, a sua família... E ao que ela fez a eles em retorno.
– Você tem explicações para nos dar, Kóri. – Foi a voz de Gaara quem a despertou de seus devaneios e a frase tranquila, inflexiva, lhe enviou um arrepio de frio na espinha que a neve jamais poderia.
Gaara não tremia de frio pela neve e a nevoa se insinuando por entre seus corpos enquanto eles andavam. Temari e Kankuro eram outra história, mas o orgulho os impedia de reclamar. O treinamento intenso também, apesar deles não serem, teoricamente, realmente preparados para aquele tempo.
– Porque meu pai foi elevado a Imediato do Kazekage? – Perguntou retoricamente, mas Kankuro se meteu assim mesmo.
– Seu pai era genial em estratégia militar, politica e possuia um Kekkei Touta poderoso que sempre ajudou a vila com a questão... do Ichibi. – Ele hesitou antes de falar do Ichibi, mas Kóri sentia os olhos de Gaara queimando nela. Nem olhara pro irmão.
– Sim. Minha mãe era algo semelhante aqui em Kirigakure, exceto pelo fato de que Yagura não confiava em ninguém para eleger como imediato. Ela era genial, estrategista, politica e tinha um Kekkei Genkai... Teria sido morta se não fosse a proteção do Mizukage, mas isso não os impediram de matá-la quando ela decidiu que viveria uma vida de civil comigo e meu pai em Suna. – Kóri andava suavemente pela neve e seus dedos se contraíram. Os flocos de neve se ergueram conforme sua vontade e rodopiaram ao redor deles. Kankuro xingou. – Minha avó seguia viva até alguns anos atrás, então passei muito tempo em Kirigakure antes de me tornar oficialmente parte do time de vocês. Nunca fui ninja deles, mas Mei fez esse acordo com meu pai após a morte de Yagura.
Gaara tinha os olhos fixos em nela quando Kóri se virou para encará-lo. Ele estava se lembrando? Não era primeira vez deles numa missão em Kiri. A kunoichi enterrou a memória mórbida para não se afetar por ela. Esse Gaara parecia muito mais calmo do que o daquela época.
– As pessoas aqui a odeiam pelo Kekkei Genkai. – Ele assinalou.
– O elemento Hyouton não teve muitos usuários populares. Mesmo os progressistas não gostam dos remanescentes dos Yuuki ou dos Koori. Houveram muitos acidentes, pois é instável em crianças, fato que me salvou anos atrás, e acaba gerando adultos... insensíveis. Recentemente tivemos incidentes com Haku, um usuário de Hyouton que era um Nukenin apoiador de Zabuza. Um dos mais poderosos e geniais que já nasceu no clã. Ele fez jus a má reputação até que eles foram parados por Hatake Kakashi e seu time de Gennins. – Eles sabiam de quem eles estavam falando. Os olhos de Gaara pareceram ainda mais atentos com a menção ao time de Naruto. – Muitos tinham medo que minha presença em Kirigakure fosse espionagem, mesmo que isso fosse impossível. Eu nunca cheguei sequer próxima dessas informações, mesmo tendo treinado com alguns ninjas notórios daqui. É assim que Chojurou me conhece. Fomos treinados juntos.
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Sentakushi: Akai Ito
FanfictionEscolhas: O fio vermelho do destino Filha de uma kunoichi do alto escalão de Kiri e do Imediato de Suna, Yuuki Kóri teve a vida pautada na dualidade de sua descencencia. Aquilo era seu valor e seu demérito; sua força e fraqueza; poder e vulnerabilid...