Entre espiões e traições

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Prólogo

Haviam casos especiais em times de ninjas em Sunagakure no Sato. Uma vila que tinha pouco terreno fértil para investir e um clima que não facilitava para criação de gado, com uma economia esparsa, acabou se especializando em artesanato, especiarias, culinária e.... ninjas. 

Não havia tempo para tranquilidade ou dinheiro para ser investido em muitos ninjas medíocres. Então, aquelas crianças de famílias militares eram criadas especialmente para se tornarem ninjas. Nunca possuindo infância ou inocência, moldados desde a mais tenra idade como armas politicas e mortíferas. 

Dependendo da necessidade. 

Algumas dessas crianças se tornavam tão vertiginosamente habilidosas que eram quase monstros. Nesses casos, depois de certo tempo, ter um sensei os acompanhando era um desperdício de recursos. Então, formavam-se times de quatro ninjas. Mesmo enquanto Gennins. 

Kóri não nasceu em Sunagakure no Sato, mas ela definitivamente se enquadrava naquela categoria de ninjas que se tornaram monstros jovens demais. Não era apenas talento e genialidade. Muitos ninjas adultos jamais chegavam no nível que ela alcançara em tenra idade, por isso, após servir muitos alguns anos a vila como espiã, indo e voltando com frequência, Kóri se estabeleceu com o pai em Suna e foi colocada para treinar, então em um time com os três filhos do Kazekage. 

A principio, sob vigilância de Baki como orientador deles, mas então passaram a ir em missões sozinhos. 

Kóri fora criada com os filhos do Kazekage, sendo seu pai o braço direito, o próprio Imediato do Kazekage, então não era surpresa que tivessem conseguido trabalhar bem juntos. Se conheciam desde sempre, mesmo que Kóri duvidasse que eles tivessem sido informados de que a colega passou metade da vida como espiã. 

A garota observou o próprio reflexo no espelho do banheiro da casa próxima ao centro do Kazekage, sempre posicionada para ser facil de acesso a reuniões e arenas de treino. A casa de Kóri era silenciosa. Já era quando o pai era vivo, depois de morto e que ela passou a viver sozinha... Bem, não mudara muita coisa. 

Olhos azuis claríssimos a encararam de volta no espelho com uma pele pálida que era anti-natural para quem viva sob sol escaldante em treinos, mas havia a sua própria genética de kekkei genkai naquilo. Os cabelos eram espessos, grossos e cheios demais para alguém de Suna, mas Kóri mantinha os cabelos azuis claros, no exato mesmo tom dos olhos, lisos presos com um rabo de cavalo alto ou então num coque com rede que ficava oculto sob os chapéus que usavam para proteger os olhos de tempestades de areia. 

A insignia de um floco de gelo branco decorava a parte de trás do Kimono preto que vestia, com um shorts azul escuro por baixo. Uma remanescência do orgulho de quem sua mãe tinha sido. As lembranças de Kóri sobre a mãe eram espaças, tendo ela sido morta aos seus cinco anos. 

Pouco discreta em Suna, mas facilmente ocultada em outros locais, Kóri era semelhante a mãe fisicamente. Suspirou pesadamente com os dias problemáticos, certamente complexos, que se seguiriam. 

Missão com os irmãos Sabaku. 

– Kóri? – Ouvir Temari chamar dentro de sua casa não era uma novidade. Os irmãos estavam acostumados a ter acesso a casa dela. Ela entrou dentro de seu banheiro e viu Kóri perante o espelho. Franziu o cenho. Muitos anos mais velha do que Kóri, Temari tinha olhos verdes esmeraldinos e cabelos louros curtos que ela mantinha bem presos. A pele era mais dourada do que a de Kóri, mesmo que fosse clara também, indicando que não vinha treinando sob o deserto com frequência. – Está pronta? Você se mistura facil no país da agua, não há porque se preocupar. Nós que precisamos pensar na aparência. Seria como voltar para casa, teoricamente, para você.

Sentakushi: Akai Ito Onde histórias criam vida. Descubra agora