Escolhas: O fio vermelho do destino
Filha de uma kunoichi do alto escalão de Kiri e do Imediato de Suna, Yuuki Kóri teve a vida pautada na dualidade de sua descencencia. Aquilo era seu valor e seu demérito; sua força e fraqueza; poder e vulnerabilid...
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Ele sentia os olhos dela em si quando Kóri achava que ele não prestava atenção... Estes eram quase todos os momentos aonde Gaara mantinha a postura calma. Ela estava sempre o observando, e sempre estivera, mas ele só notava aquilo pelo que era agora. O fato de Kóri estar o tempo inteira consciente dele dificultava para que o próprio Gaara fizesse uma análise silenciosa dela, mas, conforme notou, a garota não se escondia do seu escrutínio.
Parecia tensa, ocasionalmente, mas então retornava ao seu usual humor plácido e levemente ácido. Kóri era calma, ponderada e apaziguadora, mas também havia uma chama de ousadia e impetuosidade sentimental dentro dela. Algo que ela rejeitava, mantendo acorrentado dentro de si, mas que tomava a melhor dela eventualmente.
Era aquela parte de Kóri que era apaixonada por ele? Era uma pergunta interessante, mas ele sabia que não fazia diferença. Não quando Kóri era quem era. Inabalavelmente leal a Sunagakure, a ele, aos irmãos dele... Ela sempre fora parte da família, de certa forma, e tanto quanto ele. Gaara não fora criado próximo aos irmãos, então Kóri poderia ser mais parte do que ele até... Caso não fosse uma pessoa tão distante. Uma pessoa emocionalmente distante, que não confiava, mas que não hesitara ao contar tudo para Gaara, ao expor um segredo que ela não o teria feito se não confrontada.
Kóri era apaixonada por ele.
E ela tinha medo daquilo, mas não hesitara em entregar aquilo em suas mãos quando Gaara pedira.
Alguém já confiara tão cegamente nele daquela forma?
Enquanto entravam em Konoha, o local que fora o local de mudança para ele, Gaara observava a face tranquila de Kóri enquanto Temari apertava a mão da mais nova e apontava para algo. Eles estavam de roupas comuns, não como deveriam se trajar para suas posições, e sua entrada anônima fora uma vontade de Temari. Ela gostava de Konoha.
Kóri parecia perfeitamente calma. As roupas claras, opostas ao que ela usava tanto tempo antes, destacava seus cabelos azuis-claros enquanto seus olhos cerúleos se focavam em Gaara. Ela deu um sorriso pequeno enquanto seu rosto corava sob o sol ameno de Konoha e então desviou os olhos. Ela era linda de uma forma quase angelical, não fosse a própria postura austera. Seguiu a observando enquanto andavam.
Kóri sabia que era observada, mas continuou conversando com Temari normalmente.
Não. Ninguém jamais confiara nele daquela forma.
[...]
Tsunade sabia que o Kazekage era uma criança, assim como boa parte de seus mais altos cargos, preenchidos por seus irmãos e irmãs, mas quando este e sua Imediata entraram na sala de reuniões ela soube que aquela criatura etérea ao lado dele não era sua irmã.
A Godaime observou enquanto Gaara despia o chapéu que cabia a um Kage e o abandonava na superfície da mesa. Voltou os olhos para a garota de cabelos e olhos azuis que vestia roupas claras, compostas para uma reunião com ela e Shikaku. Cabelos e olhos de tons absurdos de azuis-claros intensos, o rosto bem moldado numa beleza delicada como a de um querubim com olhos e lábios fartos. A garota era de uma beleza assombrosa, mas seus lábios estavam numa postura firme e o rosto frio, enquanto os olhos brilhavam com uma inteligência hiperativa e contida com grilhões de autocontrole.
