Capitulo 02 (De novo). Um dia de Zero

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              9:50. O garoto de cabelos escuros dormia tranquilamente em um dos bancos de madeira da praça. Acordou repentinamente, tinha sono leve. Foi levantando aos poucos, sem mostrar preguiça. Sentou e olhou ao redor.

-Uma praça? – Se levantou um pouco sonolento. – De quem é esse mundo?

Colocou as mãos no bolso e começou a andar lentamente pela praça. Balanços e pequenos campinhos de areia tinham a mesma cor. Cinza. Era difícil não se perguntar porque tudo tinha essa única cor.

Saiu da praça e voltou pelo mesmo caminho. Não conhecia a cidade, não parecia nem um pouco com pequena metrópole em que passou a viver. Andou, andou, andou. Não viu ninguém. Ouviu passos e foi diretamente a eles. Seus sentidos eram tão bons quanto os de um predador.

Passo a passo. Uma garota normal e o menino de cabelos escuros se cruzaram. Nem sequer trocaram olhares ou um simples "Bom dia". Cof-Cof, tossiu a menina que pareceu ignorar a presença do rapaz.

-Siga-a.

Uma menina de cabelos castanhos aparece magicamente ao lado do rapaz lhe causando um pequeno susto. Eles pareciam se conhecer, até chegaram a trocar um breve sorriso. A menina usava uma camisa branca com uma pequena gravata borboleta vermelha, até parecia um uniforme escolar. Seu cabelo castanho estava preso em um simples rabo de cavalo enquanto seu par de óculos estava logo acima de seus olhos, mostrando que a garota não precisa dos óculos para enxergar.

-Quê?! – Disse o menino um tanto assustado. – Que mer-

-Apenas faça isso! – Interrompeu a menina. – Rápido!

-O quê?!

Ele não entendeu nada, apenas a seguiu. Começaram a andar juntos, refazendo o mesmo caminho cinzento que levava diretamente para a praça onde tinha encontrado a garota. Eles conversaram o caminho inteiro, pareciam muito bem entrosados. Não demorou muito até chegassem à praça. Tentou ler as horas, mas a luz cinzenta do sol o impedia de olhar muito pra cima.

-No final, nós voltamos para cá. De qualquer forma, sobre o que eu deveria conversar? – Perguntou parecendo entediado.

-Deixarei isso com você.

-Chata...

Eles foram até os bancos de madeira da praça onde a tímida menina de cabelos negros brincava com seu gatinho selvagem. Sem fazer muito barulho, ele sentou no banco ao lado dela, colocando os braços entre os joelhos.

-E...

-Fala com ela.

-O quê? – Pergunta a menina.

-É você que sempre cuida desse gato? – Perguntou sem jeito.

-É... sim...

Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora