CAPÍTULO TREZE - CONFLITO INTERNO

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JEON JEONGGUK

O Destino.

Eu tinha mesmo acreditado na história de Taehyung que a lenda da casa do destino não passava de uma lenda criada pelos locais, mas era óbvio que Moros e sua casa mágica eram bem reais. O deus não era exatamente o que eu esperava, mesmo que sua aura divina parecesse muito mais forte que de outros, mesmo Seokjin ou Taehyung.

Minhas roupas ficaram secas logo que sentei à mesa - numa cadeira perto dele, mas não muito -, como se a água tivesse sido aspirada do meu corpo. Tinha chá e biscoitos na mesa, numa quantidade absurda pra somente nós dois, o deus praticamente me obrigou a comer, enquanto eu esperava o que ele tinha a tratar comigo.

Além da porta que eu tinha fechado, havia mais três no cômodo. Mesmo o cômodo sendo tão grande, não era intimidador como a casa de Taehyung em Seul, a sensação era de um espaço muito menor, nada compatível as proporções. Eu li pouco sobre o destino, tinha algo sobre linhas douradas e qualquer coisa sobre oráculos, nenhum pesquisador sobre deuses sabia como o destino funcionava nessa encarnação, porque ninguém tinha visto o deus antes. Porém lá estava ele, bem na minha frente.

— É... — comecei, bebendo um gole longo do chá, esvaziando a xícara de uma vez — Taehyung sabe que estou aqui?

— Ele vai deduzir quando não encontrá-lo na casa.

— Então... aqui...

— Eu uso a casa dele como uma porta do plano espiritual para o plano material. Dizer que a casa azul é a casa do destino, não é uma inverdade — tinha definitivamente algo estranho no modo que ele falava, eu não sabia apontar no que exatamente, mas não me deixava muito confiante — Está com medo de mim?

Sim!

— Não... quer dizer... hoje foi — engoli em seco — Foi um dia bem estranho... tinha-tinha uma tempestade e-.

— Era um truque. Eu provoquei a tempestade, foi muito trabalhoso inclusive, mas precisava trazê-lo sem Taehyung e somente algo tão grande distrairia o suficiente — isso não me fez sentir nem um pouco mais confiante sobre ele. Tinha obviamente algo bem estranho sobre aquele cara — Mais chá? — perguntou, mas a xícara encheu sozinha, ignorando a resposta que não dei.

— É... eu não quero parecer rude, mas-

— Quer saber por que te trouxe aqui.

— Isso.

Mesmo que todos os deuses parecessem ter no máximo trinta anos, quando falavam sobre o destino, eu sempre tinha em mente alguém muito velho, como o padre Elijah, um rosto enrugado, sentado numa poltrona confortável enquanto escrevia os rumos da humanidade. Moros parecia... um moleque. Um pouco mais velho que Jeongy, que ficou presa a imagem de uma garota de quinze anos, mas ainda novo demais. Era meio estranho olhar pra ele, sabendo quem era.

— Eu quero ajudar.

— Ajudar... — repeti.

— Sua investigação não está indo a lugar nenhum, você não tem provas, não tem pistas, não há o que procurar e nem tem como provar que qualquer um deles está falando a verdade. A morte de Zeus causou um grande desequilíbrio na ordem do Universo, talvez achando o assassino, isso possa ser reparado.

— E... você tem como ajudar? — ele assentiu, bebendo um gole de chá — Por quê? O que ganha com isso?

— Um universo desequilibrado, afeta destinos. E se afeta destinos, afeta a mim. Encontrar o assassino pode trazer a verdadeira paz de volta. Eu posso ajudá-lo, como nenhum outro deus pode.

HAG: Human Among Gods - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora