CAPÍTULO DEZESSEIS - ENERGIAS E MEMÓRIAS

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[NOTAS] E vamos de primeiro capitulo que não tava na versão que sumiu :c 

Eu só quero pedir que ajudem la no tt com a divulgação se puderem e por favor, comentem e votem, isso é muito importante pra história. 

Obrigada pelo apoio, esses primeiros dias de vendas do livro está sendo difícil, mas foi muito melhor do que eu podia esperar. Muito, muito obrigada. Amo vocês, Ella

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JEON JEONGGUK

— Você me sequestrou pra me fazer te olhar enquanto lê? — reclamei, sentado no chão, diante do deus que realmente parecia novo demais pra ser alguém tão importante e me fazer esperar por horas sem qualquer justificativa.

Moros estava lendo desde que cheguei, mas ele não parecia estar com a mente ali, de verdade. O deus estava sonhando acordado ou dormindo de olhos abertos, porque pelas minhas contas, ele tinha passado uma hora inteira na mesma página do livro em seu colo, desde que cheguei ele tinha movido somente duas delas. A biblioteca dele me fez lembrar a que visitei em Peloponeso - e pensando sobre isso, a magia já devia ter recolhido o livro de volta a biblioteca depois que parei de ler -, e também a da casa de Taehyung, com livros flutuando de um lado para o outro, se movendo das estantes, desaparecendo e retornando.

Havia um barulho também, como de uma folha sendo riscada. O som, porém era alto, replicado centenas de vezes, como numa sala de aula num dia de prova, quando se ouve apenas os alunos escrevendo. O barulho estava lá desde que cheguei, mas foi ficando progressivamente mais alto com o passar do tempo e comecei a me questionar se Moros estava fazendo de propósito.

Se havia uma coisa boa em ser atormentado pelos milhares de lápis invisíveis, ao menos o som me impedia de pensar muito.

Taehyung ocupava espaço nos meus pensamentos a maior parte do tempo, mas sempre evitava pensar no que isso representava. Se eu fosse mesmo gay, como meus pais reagiriam?

Eu os amava, e eles tentavam ser bons pra mim e eram compreensivos, até eu me provar uma decepção. Foi assim quando resolvi mudar pra Seul em vez de ficar na policia de Busan e perto deles. E quando não tentei a universidade de direito como queriam, eles me fizeram largar todos os cursos de desenho que fazia - até os que eu pagava com o dinheiro do meu trabalho de meio período quando era mais novo -, para que eu seguisse a carreira de promotor, mas nunca entrei na faculdade.

Eles eram bons a maior parte do tempo, nunca foram realmente duros comigo, mas às vezes eu pensava se não seria melhor se fossem. Como no dia que minha mãe me fez desistir do curso de arte que eu mais gostava e ela começou a chorar e pedir que eu entendesse que era o melhor pra mim. Depois ela me comprou um PSP e eu fingi que estava tudo bem pra não magoá-la. Se ela gritasse comigo me dissesse coisas horríveis, eu ao menos sentiria mágoa, mas tudo que pensei era que a estava fazendo chorar de novo, depois de ter causado a morte do hyung.

— Você gosta de ler? — Moros finalmente olhou pra mim, o som dos rabiscos diminuiu.

— Gosto. Eu só não leio muito — ele pareceu decepcionado.

— Já leu a Ilíada? Odisseia? — neguei. Eu tinha até tentado, mas fiquei com preguiça de terminar — Sabe que... bom, a maioria das lendas sobre nós eram contos orais, sempre mudavam. Existem várias versões da Titanomaquia e a Skianomaquia, por que nem mesmo nós nos lembramos muito bem do que aconteceu.

— Vocês são deuses...

— Não é assim que o tempo e as memorias funcionam, garoto. Não esquecemos tudo. Mas- — ele fechou o livro, que simplesmente sumiu de seu colo — Tudo bem, eu preciso que preste muita atenção ao que vou explicar agora.

HAG: Human Among Gods - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora