Inferno

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As minhas pernas já cansadas
Percorrem os vales do inferno
Fogem das chamas ardentes
À procura do frescor do Inverno

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A minha carne das chamas escurecida
Escorrendo o sangue vivo das feridas
Que os demónios de mim rasgaram
com as unhas grandes e enegrecidas

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Já não tenho mais forças para andar
Ouço os passos dos que me perseguem
Cheirando o sangue que eles tanto querem
Anseiam pelo meu corpo para o retalhar

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As marcas profundas das unhas imundas
Perfuraram a minha pele já queimada
Escorrendo o sangue dessas feridas abertas
Em fendas queimadas, doridas e profundas
Sintos as dores do meu corpo cansado
As pernas trémulas começam a falhar
Já não consigo o peso meu corpo sopurtar

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Onde estará a saída deste lugar infernal
Rastejo nesta imundícia de corpos dilacerados
Os ossos já pelo tempo, ali espalhados
Já não têm cor, formas estão desgastados

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Grito pelo socorro que ninguém  ouve
Chega a derradeira hora em que por fim
Os demónios se abeiram e me encontram
Fazem um banquete com o que resta de mim

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Poemas para todos os gostosOnde histórias criam vida. Descubra agora