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Kiara

Eu nunca entendi o fato das pessoas excluírem os outros, só por não serem da classe social alta. São pessoas, assim como todos, têm sentimentos e uma vida. Uma garota de família respeitada não deve se envolver com alguém inferior à ela. Caso isso aconteça, é quase considerado um crime!

Por que as pessoas não podem tomar suas decisões, ser quem realmente são e pararem de se esconder?

É uma pergunta que venho procurando resposta. Mas, nem todos querem se mostrar, há aqueles que querem se sentir poderosos. Que ligam mais para o status do que sua felicidade. Eu não sou assim, embora, meus pais tenham ficado magoados com todo o transtorno que veio acontecendo todo esse tempo, eles não me deserdaram. Apenas, continuam falando para eu parar de andar com pessoas que podem me sujar e causar problemas. Talvez, eles tenham esperança que eu volte a ser a garota solitária e infeliz. Esse não é meu destino, não consigo me aceitar nessa sociedade. Onde a maioria é hipócrita o bastante para se achar maior e julgar quem der na telha.

Eles não me conduziram a nada, eu simplesmente quis.

"Hey!!!" - Pope senta ao meu lado.


"E ai?" - sorrio e me inclino para pegar mais uma cerveja no culler. Abro e tomo três goles de uma vez.

"Vai com calma Kie! Já bebeu demais, não acha?" - John vem até mim e toma a cerveja da minha mão.

"Eu sei me cuidar"

John foi quem me aceitou no grupo, ele é um garoto de ouro. Sempre ajuda quem pode e nunca, NUNCA mesmo, deixa ninguém para trás. Pope também é do grupo, tem seu jeito engraçado e cuidadoso.

"Você não vai beber, Pope?" - passo a mão pelo seu cabelo, com o intuíto de tentar o irritar.

"Eu não... E nem posso"

"Tá bom... você quem sabe. Garoto prodígio" - me apoio em seu braço para levantar.

"Quer ajuda?" - ele oferece ajuda.

"Não preciso de ajuda pra me levantar e nem pra fazer xixi, Pope."

Sigo até a escadaria para entrar na casa de John. Tropeço em um ou dois degraus, e rio alto quando caio de bunda.

"Kie! Você tá bem?" - Pope grita do outro lado.

"Relaxa, eu nunca estive melhor!"

Me levanto e vou até o banheiro. Eu estava quase fazendo na calça, e não podia aguentar nem mais um segundo.

"Merda. JJ abre essa porta!"

Dava pra ouvir o barulho dos amassos do outro lado da parede. A garota gemia escandalosamente enquanto JJ grunhia.

"JJ, eu quero mijar. Porra." - grito, batendo na porta repetidas vezes.

Eu podia escutar o barulho do zíper fechando e de alguns sussurros e risadas.

Quando a porta se abre, a garota sai com a boca toda vermelha, roupa amassada e o cabelo bagunçado.

Abro a porta por completo e JJ ri, enquanto coloca a camisa.

"Qual é, Kie? Não podia esperar?"

"Não podia fazer em outro lugar?"

"Aqui é o único lugar com chave" - ele bagunça o cabelo com as mãos e pisca pra mim antes de sair.

Entro no banheiro rapidamente, quase prestes a fazer xixi na roupa.

[...]

JJ e eu dormimos na casa de John, devido ao estado de embriaguez. Pope teve que ir para casa, mas, disse que voltaria no outro dia.

Faltavam poucos dias para as aulas começarem. John e JJ já tinham acabado a escola, eram maiores de idade e não tinham que se preocupar com os estudos.
John morava com sua mãe, mas, ela trabalhava fora e só o vinha visitar à cada três meses, mas, devido à várias coisas que não sabemos, ela não vem o ver faz mais de cinco meses.
JJ mora com seu pai desde que nasceu, sua mãe acabou não resistindo e morrendo no parto.O pai de JJ ficou revoltado e passou a beber e ficar agressivo com qualquer pessoa, incluindo seu filho.
JJ se sentia culpado, sendo acusado e diminuído a vida inteira pelo seu próprio pai. Quando ele cresceu, passou a ter um comportamento diferente, passou a beber, fumar e ficar com várias mulheres.

Essa é a história que Pope e John me contaram, JJ é reservado o bastante para se abrir com alguém.

Pope tem a mesma idade que eu, e também está na escola. Ele é mais focado nos estudos, quer ganhar uma bolsa e ter uma vida de respeito.
Eu não penso assim, quero ficar aqui, viver livre, sem pressão. Sei que estou contrariando o desejo da minha família, é importante para eles, mas, não pra mim.

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Autora: "Desculpe o episódio pequeno, é apenas uma prévia. Se gostarem, irei continuar, obrigada."

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