𝟏𝟏

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Depois de dez minutos chegamos ao hospital. Enquanto esperávamos na recepção, seu olhar se repetia inúmeras e inúmeras vezes em meus pensamentos.

"Você acha que ele vai ficar bem?" - mexo os pés inquietamente, acontece isso quando fico ansiosa.

"Ele é forte." - John me acalma, deito a cabeça em seu ombro e fecho os olhos por alguns segundos.

"Ele olhou pra mim antes, ele se virou... Ele tá aqui por minha culpa." - as lágrimas desciam, caindo sob as minhas mãos ensanguentadas.

"Kie.Kie!" - John me chamava, enquanto eu só sabia chorar.

"Olha pra mim." - ele segura meu rosto, eu mal conseguia focar em seu olhar.

"Não foi sua culpa... Ele vai ficar bem, confia em mim."

Eu confiava nele, mas nós não sabíamos o que aconteceria de fato com JJ, não sabíamos se ele ficaria bem.
John ia de minuto em minuto pedir informações à atendente e a resposta era sempre a mesma: "Não podemos informar à ninguem que não seja da família."
Todos sabiam que o pai de JJ era um alcoólatra, irresponsável, que se soubesse que ele estava internado, se preocuparia mais com os gastos que teria do que com a vida do próprio filho.

Os pais de Pope entram na recepção e vão falar diretamente com a enfermeira, que os leva para outra ala. Nós até pedimos para ver Pope, mas a médica nos disse que não podiamos vê-lo sem permissão da família.
E obviamente o pai de Pope não iria autorizar nossa visita.

Se passavam da meia-noite e meia, estava cansada, com fome e com dor pelo corpo inteiro. Deito- me no ombro de John, e cochilo por um bom tempo, até o meu celular começar a vibrar insistentemente.
Quando vejo que era Justin, atendo, levanto da cadeira e vou para um canto um pouco distante de onde estava.

"Oi? Kiara, você tá bem?" - Justin pergunta.

"Oi... Eu estou bem, mais ou menos. Meus amigos ficaram feridos e estamos no hospital." -

"Meu Deus... Você está ai desde que horas? Tá acompanhada? eu ia te ligar mais cedo, mas, acabei pegando no sono."

"Meu amigo está comigo, vinhemos na ambulância. Estamos aqui faz umas duas horas, por ai."

"Vai dormir ai?"

"Provavelmente..."

"Quer que eu te leve para casa?"

"Acho que meus pais vão ficar mais irritados do que estão, se eu for para casa agora do jeito que estou."

"Quer vir para minha casa? Você toma um banho, veste uma roupa da minha irmã, se alimenta, dorme um pouco e depois te levo para o hospital."

"Eu não sei..."

"Vê e daí me manda mensagem depois."

"Tudo bem, então."

Desligo a ligação e volto a sentar do lado de John B.

"Era sua mãe?" - ele passa as mãos pelos olhos.

"Era Justin. Meu amigo."

"O garoto que você estava mais cedo?"

"Sim... Ele me perguntou se eu queria ir para a casa dele, descansar um pouco."

"Você vai?" - ele pergunta, sem intenções.

"E-eu acho que não. Vou ficar com você."

"E por que não? Você está exausta, precisa descansar. Eu te mantenho informada."

"M-mas e você? Não quero te deixar sozinho."

"Relaxa. Eu vou ficar bem. Tenho dinheiro, compro algo para comer depois - ele pisca.

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