|Capítulo 7|

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— A gente precisa conversar!

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— A gente precisa conversar!

— Leda... Nossa, quanta animação.

Dei um sorriso forçado, não poderia estragar as coisas para Tiago, mesmo que minha vontade fosse esmagar aquele pescoço branquelo.

— Preciso da sua ajuda — disse ela.

— Pode falar. Sou toda ouvidos.

— Estamos organizando as coisas da formatura e queríamos fazer uma ação de solidariedade, pra deixar como a nossa marca do último ano — falou. — Aí eu pensei que a nossa ação poderia ser voltada para o orfanato que você ajuda.

— Isso é ótimo — falei. — Mas onde eu entro nisso?

— Então, a gente precisa de um documento assinado pela diretoria do orfanato, dizendo que eles aceitam a nossa oferta e dizendo que aceitam que o nome do lar seja colocado na divulgação de arrecadação. Você consegue isso pra nós? — Juntou as mãos.

— Posso conversar com a dona Josy, acho que ela permite sim.

— EBA! — Leda me pegou de surpresa com um abraço, precisei controlar o meu nervoso por aquele grude todo. —Vai pra sala agora?

indo.

— Ah, então vamos juntas.

"Meu pai celeste"

— Claro, vamos.

Leda não me parecia uma pessoa ruim, eu só achava ela irritante demais. Em pensar que se tudo desse certo, em pouco tempo teria de aturar ela sempre, mas era pelo bem do Tiago, isso me deixava satisfeita de certa forma.

O dia no colégio foi normal, tedioso e extremamente longo. Depois das aulas, passei no trabalho de Tiago para dar um "oi" e depois fui para o ponto de ônibus que ficava em frente. Fazia calor, amarrei a blusa de frio na cintura e fiz uma amarração estranha no cabelo, usando os próprios fios.

Assim que o coletivo parou para que alguns passageiros descessem, aproveitei e entrei. Enfiei a mão no pequeno bolso de fora da bolsa e retirei uma nota e algumas moedas, toda a minha fortuna se resumia e dois e cinquenta.

O ônibus começou a se movimentar e eu ainda estava com a cara enfiada na bolsa, retirando os últimos centavos.

— Vila Dora?

— Aham.

— A passagem subiu. Foi pra três e setenta.

Meu coração gelou. Arregalei os olhos e só então olhei para ele. Já o conhecia das viagens até em casa.

— Por Deus, fala que é mentira.

Ele pressionou os lábios e fez que não com a cabeça.

— Mas que droga! — sussurrei. — Então me deixa na Barbosa mesmo.

Minha pequena Eva Onde histórias criam vida. Descubra agora