8. Finch Conhard

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Oh I want you to fuck me up

Like one two thousand times

Oh I want you to make me sick

Love me out my mind

- SICK, CXLOE

Eu deito na minha cama e encaro o teto.

Eu conto a minha respiração, assim como minha mãe me ensinou.

"Quando se sentir sufocado, feche os olhos e conte quantas vezes for necessário. Foque na contagem."

Eu tento.

Um.

Dois.

Três.

Eu chego talvez até o 20 antes de desistir com um suspiro frustrado.

Me levanto da cama e vou ao banheiro. Vejo o meu reflexo no espelho. Se parece como eu, mas não sinto como se fosse eu.

Contorço suavemente o meu rosto e vejo a imagem no espelho se contorcer também.

É patético.

O desespero nos olhos. A confusão estampada em todo lugar.

Minha mão vai até a torneira e eu a giro, tremendo. Quando água escorre eu a jogo em meu rosto, a procura de alívio imediato.

Mas eu sei que não vou encontrar o alívio que preciso.

Mas continuo jogando água de forma frenética, a ponto de senti-la entrando pela minha boca e nariz, dificultando a respiração.

— Finch.

A voz é suave e distante.

Eu finalmente paro, tossindo, viro o meu rosto para a esquerda, encontrando Bella na porta do banheiro.

— Ah... — eu tusso mais uma vez antes de conseguir pronunciar seu nome. — Bella.

Seus grandes olhos azuis estão ainda maiores. Ela parece confusa e assustada.

— O que você tá fazendo? — sua voz é baixa, quase cautelosa.

Isso corta o meu coração ao meio.

Olho em volta, para a pia do banheiro. Há água escorrendo por toda a parte, uma poça se formou no chão aos meus pés.

— Eu só estava lavando o rosto. — eu digo, porque honestamente, não tem mais nada que eu posso dizer.

Ela não fala nada por um momento. Seu rostinho pequeno e confuso tentando entender o que está acontecendo com o irmão mais velho.

Ela tem tendência a acreditar em tudo o que eu digo. Sou seu irmão mais velho, como poderia mentir, certo?

Mas dessa vez há mais resistência em seu olhar.

Talvez seja porque não me pareço mais com seu irmão mais velho.

Ela sai, sem dizer nada. O barulho dos passos suaves batendo contra o piso de madeira até que esteja em seu quarto.

Eu encaro o espelho.

Definitivamente não sou eu.

(...)

Bu.

Eu abro os olhos para encontrar um par de olhos escuros muito próximos.

Eu recuo em um reflexo.

11:45Onde histórias criam vida. Descubra agora