A morte espera por você.

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- existem coisas boas que sempre permanecem na nossa mente por um bom tempo... tipo... Lembras daquela vez que a gente fumou um baseado detrás da casa da minha tia?

Lúcio retirou os papeis do seu bolso da calsa jeans e por uma inspecionativa observação, seus olhos bonito a castanho, percorreram pelas letras rabiscadas nas folhas amassados.

- você ainda acha que aquele foi um dia bom que merece ser recordado?  Perguntou ele sem tirar os olhos das folhas.

- é claro!  Eu acho...
Respodeu Heltor direccionando um cigarro na ponta dos lábios e a mão acariciava a caixinha de fósforo parecendo como se não quisesse fumar.  A final,  estavam com os pés plantados numa zona bastante séria em termos de regras um pouco duras. Suas filhas acabariam por saírem da sala de aula dali por pouco mais de seis minutos e seria meio embaraçoso ela ver o seu pai fumando um cigarro em um local inadequado.  Os colegas zumbariam, ela ficaria morrendo de vergonha e com plena certeza a gorducha da directora de óculos feios.  O chamaria para uma censura das grandes na qual, Heltor ficaria parecer um bebe homem bobo e arrependido.

- a gente foi apanhado naquele dia Heltor!  Eu fiquei de castigo por um bom tempo e minha mãe tinha cortado a minha mesada.  Tu ainda achas que foi assim tão bom? Afirmas isso pelo fato de naquela época teres morado com a sua tia e não com seus pais...

- meus pais muito antes daquela viagem que... que... vitimou suas vidas.  Eles já tinham por conhecimento que eu fumava e deixaram apenas eu decidi se seria melhor para mim. E hoje,  eu deixei de fumar maconha e optei por cigarros.  Não é a mesma coisa mas da geito...

Lúcio dobrou os papeis e esboçou um sorriso bonito na ponta dos lábios rosados.  Heltor decediu por final, guardar o cigarro de volta no maço Pall Mall e enfiou no bolso do seu casaco.

- oque é isso?
- são só cartas...
- você ainda recebe cartas?- ele sorriu em deboche.- é sério, eu acho que deverias  voltar nas décadas de 80 Lúcio.  Estamos em 2013!  O Facebook e a Google e sei la mais o que.  Podem resolver o seu problema...

Lúcio olhou para o jardim escolar ali perto e continuava desértico. Apenas pouquíssimos encarregados de educação esperavam pelos seus filhotes. Assim como eles. 

- não é uma carta qualquer!  É da Dora!

- Dora escreveu uma carta a você? 

- umas sete carta.
- Oque foi que ela escreveu? Papai eu estou apaixonada por um gostoso aqui na escola e estou a pensar em fugir com ele?

Lúcio riu e o sino soou estridente por toda escola.  Eles penduraram seus olhos a porta que pouco depois dos passar dos segundos, foi aberta e uma multidão de crianças saíram apressadas envolvidas num barulho confuso.

- eu gostaria que a gente tivesse a mesma infância que elas...

Disse por si mesmo o Lúcio. Heltor assentiu e vislumbrou a sua garota ao lado de uma outra colega.  A garota olhou e ele acenou as mãos fazendo ela sorrir com felicidade.

- ela está crescendo a cada dia que passa.
Comentou ele. Lúcio continuou com os olhos perdidos na mar daquela multidão barulhenta.

- ei! Você me ouviu?
- Aham oque?
Sobressalto de súbito.  E filha do Heltor chegou perto sempre com o mesmo sorriso pintada nos lábios .

- boa tarde tio Lúcio!
- oi Olga tudo bem?
- sim sim.
Respodeu motivada segurando as alça da mochila.

- não viste por ali a Dora?
Ela respodeu num tom hesitante.

- não.  Não a vi.

- já deve estar chegando...
Disse o Heltor. Quanto menos esperou, o pátio ficou vazio e já não havia nenhuma criança.  Seu coração batendo rápido fez das suas mãos tremularam violentamente e o estômago revirou com ardência.

- onde está ela?
Heltor perguntou sério.  Lúcio Caminhou apressado e foi na direcção da porta da escola.  Pouco depois Heltor e a sua garota o seguiram inteiramente preocupados.

Sra. Maria, estava no corredor limpando a bagunça toda. Levantou a cabeça e os olhou num ar cansado. Lúcio vinha apressado na direcção dela e a sra. Maria ficou meio indignada com a presença dele por ali. Numa altura que deveria estar em casa.  Talvez almoçando...

- Lúcio!  Oque foi?  Oque houve?
- você viu a Dora?
- não- Respodeu meio desesperada.- se passa alguma coisa?

- ela não apareceu depois da saída.
Disse o Heltor segurando os ombros caídos da sua filha.

- eu sempre faço a limpeza depois de todos saírem.  Eu... não a vi por aqui.  Bem, pelo menos aqui na escola.

- você já verificou os quartos de banho? Lúcio perguntou indo mais para a frente.

- já sim. Sempre começo a limpar por ali.

- nós vamos procurar nas salas de aula.

Heltor berrou para o lúcio que já estava a bons metros de distância deles. Sra. Maria seguiu o Lúcio jogando a vassoura no chão.

Eles fizeram a curva do outro corredor e desceram os degraus que levava ao caminho dos quartos de banho feminino. Verificaram em todas as cabines e infelizmente a garota não estava ali. Subiram por andar de cima concretamente na directoria e nas salas de reuniãos dos professores. Foram tomados pela mesma ausência.

Quando desceram, cruzaram-se com o Heltor bem no corredor.  Ele estava com os olhos arregalados e um semblante estanho marcava em seu rosto corado.

- Olga encontrou isso na carteira dela.

Entregou um envelope de capa branca um pouco suja.  E na capa frontal estava escrita.
Para o meu amado pai. Com amor, Dora.

As mãos do Lúcio por um momento tremularam segurando as pontas daquela carta.  Seu coração batia tão rápido.

Ele abriu o envelope em desespero rasgando rapidamente e puxou a carta. O mesmo formato de folha que ele tinha em seu bolso.  Os demais o encararam com uma atenção desmedida. Ele abriu a folha e leu a primeira linha.  De um geito diferentes,  a escrita da Dora estava mais legível e bem desenhada.  Era como se não fosse dela...

Querido pai, eu preciso da sua ajuda. Na verdade... eu quero que me faças um trabalho... Você pode fazer isso por mim? Quero que mates duas garotas que têm zombando de mim na sala de aula seus nomes são: Cátia e Rita. Eu as quero morta pai! Elas me odeiam, me fazem sentir inútil. Por favor pai, faça isso por mim. Tens o dia de amanhã para fazeres isso. Se não fazeres eu te juro que vou me suicidar.  Você entendeu?
Lembra, se me queres ver por outra vez, cumpra com o meu desejo e ali tudo votará a estar bem. Quando raptares elas, me encontra na antiga fábrica de cerveja.  O minha vida esta em suas mãos pai.

Eu te amo.  Com amor e carinho.
                      Dora.
Lúcio dobrou tremulamente a folha com o coração batendo aos saltos num tenebroso desespero.  Sua mente confusa, foi produzindo incerteza e dúvida.  Completamente distorcida para tentar aclarar de melhorar maneira oque tudo aquilo significava.  Pelo menos para ele. Fazia tudo aquilo um coerente sentido?  Era tudo verdade?  Sua pequena e amada Dora estava convincentemente a dizer a verdade?..

Segunda parte na próxima página...

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