Meu pai numa tarde de sol. Me ensinará a pescar bagres no rio Mend. La na redondezas da nossa casa que ficava plantada no meio de uma pequena mata onde por várias vezes mamãe disparava em dois ou três coelhos que ficavam brincando de esconde esconde em suas tocas. Foram várias as tentativas que eu realizei ao querer pesca. No geral foram feitas de maneira fracassada e eu estava infeliz por isso. Mas o papai não perdera a paciência, disse que eu precisava ter a cabeça no lugar e o coração aberto para conseguir o que queria. Eu sei que sou um banana. Eu sei que os garotos crescido na escola zombam da minha cara e dos meus óculos feios. Eu sei de tudo isso. Mas o papai sempre gostou de mim. Sempre me fez crer que eu era especial. E eu soube naquela maravilhosa manhã de chuva miúda que eu era especial quando um desgraçado bagre reposara em meu anzol fracassado. Naquele instante, eu confesso que me tornei o adolescentes mais feliz do universo.
Papai acrediva em mim e eu havia conseguido fazer daquele sonho, uma mar de realidade.
Com o passar dos momentos bons, eu fui me aperfesoando a pesca e já não precisava do Papai para me dar uma mão. Apesar de eu sentir falta dele. Papai começou a trabalhar no Polint Pont. Uma fábrica de detergente situada na cidade de Felin, e chegava para casa bastante tarde e exausto. Aos sábados ele trabalhava também e com isso eu não o tinha para uma efémera companhia no rio Mend. Minha irmã, Mila. Estava numa cadeira de rodas vítima de um terrível acidente que ocorrerá em Maio. Na escola Child Faith que pegara fogo no Novembro do ano passado. Muitas gente havia morrido queimado por la. Mila quebrara as pernas ao cair duma varanda e desde então está paralítica numa imunda cadeira de rodas que ela odiava. Mila estava um ano adiantado de mim. Ela com 17 e eu com 16 anos. Éramos entretanto, os únicos filhos da mamãe. Antes da trágica situação que metera a Mila numa cadeira de rodas. Eu e ela fazíamos muitas coisas bem legal. Apesar de ela desgostar pesca e sobretudo bagres feios e oleosos.Mila. Era bem mais bonita. Tinha os cabelos longos e pretos que atingia os seus ombros caídos. Era dona de uns olhos castanhos bem fascinante e de um sorriso arco íris. Isso antes dela ficar uma dependente inútil.
Com os dias recentes, ela está parecendo velha. Os olhos são agora um poço húmido e vermelho, o sorriso havia sido trocado por uma expressão labial triste, o semblante bonito já não existia. Ela estava mal com isso. Eu estava mal com isso.Mamãe disse que Jesus Cristo a iria curar se a gente resa-se e fizesse jujum. Papai desaprovava a ideia mas foi cedendo na medida em que a Mila ficava muito mal de saúde querendo ir a busca de um suicídio. Para evitar isso, mamãe a mantia pressa em seu quarto muito longe de qualquer objecto que serviria de iniciativa para o desejo negro dela. Nas manhãs de quarta e sextas feiras. Uma psicóloga vistava a Mila e mais tarde começava a administrar remédios para a depressão e a insónia. Mila foi ficando magra e verdadeiramente feia. Quase irreconhecível para mim.
Ela estava mal com isso. Eu estava mal com isso.Alguns ocasiões eu ficava o dia todo com ela. Mas a Mila se recusava a falar, estava ficando louca dizendo ver pessoas mortas que tinham regressado para a outra vida. Algumas noites acordava envolvida num pesadelo e ficava gritando histéricamente por toda a casa. Mamãe chamava um médico que sempre que isso acontecesse, aplicava sedativos para a Mila.
Com a frequência da gravidade da maldita paranóia da Mila. Eu deixei de ir para a escola e para a pesca, a casa estava numa crise financeira e de bem estar. Mamãe trabalhava pela manhã em casa de um ricasso. o papai o dia todo ficava no Polint Pont e eu ficava com a Mila quando os dois não se faziam presente em casa. O relógio foi girando e o tempo passava de pressa. Mila foi automaticamente piorando, dava risada histérica que vinha acompanhado de uma terrível tosse. Mamãe mudava a fralda dela de quando em vez e teve um dia em que a Mila cortara o pulso da mamãe com a sua unha suja e comprida. Aquela não foi o único ataque registado. Mila estava ficando bem violenta e louca. Tinha jogado o alarme no meu rosto enquanto eu lia para ela a História do Harry Potter que ela tanto gostava antes da merda toda acontecer.
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A Caveira do Rei.
HorrorTodos nós temos segredos. Uns mais graves, outros mais terríveis. Oque na verdade importa é o valor desses segredos que acabam por permitir sobreviver num mundo cheio de coisas perversas. Um mundo terrível com pessoas que aparentam serem normais...