Alerta!

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Meus pais não sabem ao certo o que eu penso o tempo inteiro ou o que vaguea pela minha desnorteado mente.  Porém meus amigos vejam-me como um cara legal, engraçado e feliz. Talvez seja tudo culpa minha.  Eu passo  para todos essa profunda impressão.  Uma tal impressão que me faz sentir mal comigo mesmo levando isso muito a sério num clássico disfarce.  Ocasiões propícias para desabafar ou falar a verdade nunca me faltavam.  Mas eu não queria que as pessoas se preocupa-sem comigo. Cada um é digno de carregar o seu fardo e eu estava disposto a carregar o meu imundo fardo.  Aliás, uma amiga minha sabe o que se passa comigo e ela tem sido gente boa comigo mas eu sou tão estúpido.  Não consigo levar as palavras de conforto dela muito avante.  Eu sempre fico para atrás.  Caio na porra de um poço de tristezas.  So eu mesmo quero me sentir desse frívola jeito.  Um tal jeito ou uma tal vida que acaba comigo de norte a sul. De este para oeste.

Eu quero me libertar dessa merda mas tem sido tudo muito difícil. Pelo menos para mim. Até parece que eu amo me ver sofrendo desse maldito jeito.  Eu me odeio!  Eu odeio a minha merda de vida!  Eu odeio tudo mundo!  Eu odeio a porra do mundo!

Eu sempre penso em desistir, sei la. Explodir, escapar desse mundo.  Desse meu mundo.  Dessa minha infelicidades.  Mas ela me dava esperanças que as coisas poderiam melhorar bastava eu ser forte.  Mas eu sou um maldito fraco. Eu não mereço ser feliz.  Eu sou um perdedor.  Fui destinado a viver infeliz e cheio de ódio!

Todas as vezes que eu tentava desaparece ela tocava os meus ombros caídos e dizia que tudo ficaria bem. So precisava ter  fé e paciência.  So precisava confia em Deus. Mas Deus nunca olhou para mim. Deus abandonou-me e eu estava nessa sozinho.  Sempre estive sozinho.

Se ao menos ele se importa-se talvez tudo ficaria bem. Talvez eu acha-se uma luz bem la no fundo do túnel.  E talvez eu fosse realmente Feliz sem ter que pensar no passado! Sem ter que relembrar todos os momentos tristes que eu já passei e que tenho passado.

A minha situação é bem simples e meio idiota.  A situação que levou-me a ser essa pessoa negativa e infeliz é bem simples de ser resolvido.  Mas! Foda-se! Eu não sou capaz de conseguir resolve-la. Eu tive realmente chances e chances para corrigir esse mal. Tive chances para ser feliz.  Mas eu acabei dispensado tudo.  Tudo porque eu achava que não era para mim aquelas coisas.  Eu achava que se eu agarra-se aquelas oportunidade a minha situação não ia melhor ou que talvez piora-se o que já estava mal. E eu joguei bola pra frente!  Ignorei tudo esperando por alguma coisa melhor!  Esperando ansiosamente que Deus me concede-se as respostas das minhas inúteis noites solitárias de profunda orações.

Esperava, esperava e esperava.  Ai como eu esperei!  Mas nada!
ABSOLUTAMENTE nada!

Decepções sempre marcaram a minha vida e dessa vez, eu não estou tão abalado assim...  Quero dizer, você acaba se acostumando não é?  E quando você se acostuma acaba ficando vulnerável a tudo. É com evolução dessa vulnerabilidade que eu acabei deixando que os meus pensamentos me domina-sem por total.  Eu sou um escravo e eles me controlavam.

Chega dessa toda explicação boba.  A final,  não é isso que eu quero agora.  Desabafar e talvez mudar.  Eu estou aqui para cometer um suicídio.  E já não há volta.  Se eu morrer,  não faria diferença nenhuma.  O mundo continuaria a ser a mesma merda. Ninguém sentirá a minha falta. Para os meus pais.  Eu lamento imenso, sei que deixarei uma grande vazio para vocês.  Mas, eu já cansei- me de tudo!  Eu não mereço viver com essa dor, com esse vazio.

Suicídio é a solução para os meus problemas nunca resolvidos.  Estou com a mira da glock do meu pai direccionado bem na cabeça.  O dedo esta bem firme no gatilho.  É uma madrugada linda mas assim que o sol nascer.  Eu vou apertar o gatilho e pronto!
Foda-se o Mundo!

1 mês depois da morte do garoto Rui.

Meu nome é Lúcio.  Sou detective do departamento de policia da Nova Zelda.  Fui seleccionado para mais um caso de suicídio que como tal, envolveu um garoto de 14 anos. Um garoto que teria com certeza muita vida pela frente.

Bem, antes de ele cometer o suposto suicídio. Rui deixou uma carta.  Onde explicou em pistas os motivos que o levaram a fazer aquela coisa feia.  A sociedade e sobretudo as pessoas da Nova Zelda têm por nota oque tudo mundo sabe.  Que o Rui se suicidou atirando em si. E você também sabe disso.

Mas, não foi realmente assim que tudo aconteceu.  A mãe do Rui,  ligou para mim um dia depois do enterro. Disse numa voz engasgada que precisava urgentemente me contar algo. Eu fui correndo para lá e a encontrei na varanda.  Ermita segurando uma chávena de café.  Convidou-me para sentar e conversamos de coisas bobas so para desanuviar a tensão. Depois de um prolongado silêncio ela disse:

- fui eu que matei ele.

Eu não tinha encaixado bem no momento o que ela disse por isso perguntei com um ar curioso:

- quem?
- o Rui...

Eu sorri nervoso achando que ela estivesse só brincando.  Sei la. Às vezes a tristeza nos obriga a fazer brincadeiras do género.

- Carla. Eu lamento imenso pelo que houve com o seu filho.  Mas você não pode se torturar desse jeito.  Botando culpa em si mesma.

- não estou me culpando.  Eu estou a dizer a verdade!

Ela gritou e eu assustei num sobressalto.  Ela me encarou seriamente e depois continuou já num tom calmo.

- ela não sabia.  Mas eu estava observando ele o tempo tudo. Tinha posto uma câmara no quarto dele. E soube no mínimo as coisas que ele fazia. Eu quis ajudar mas ele fez-me acreditar que estava tudo bem e eu cai nessa. Quer dizer,  ele era um adolescente.  Adolescentes estão sujeitos a essas coisas...

- que tipo de coisas?
- depressão,  ansiedade.  Essas coisas.  Eu pensei.  "Carla.  Não é pra tanto.  Ele vai mudar.  Deixar o garoto superar isso sozinho" e foi ali que me enganei.  Assim que soube que ele ia se suicidar naquela madrugada.  Eu foi la para intervir.  Eu juro!

Ela começou a chorar e a soluçar.

- eu quis impedi-lo mas ele estava disposto a tirar a sua vida.  Então eu ajudei.  Não porque quis.  Eu so cumpri com o último desejo dele. Do me filho!

- oque?  Isso é sério?

- eu recebi a pistola e atirei nele!

Foi assim que tudo aconteceu e eu fui obrigado a esconder esse segredo de todos.  Tudo porque ele me pediu para fazer isso. Pelo menos até ela achar uma boa ocasião para contar ao seu esposo.

Eu cumprir com esse contrato. Mas, hoje sentado nessa banco.  Eu preciso escrever essa verdade nesse carta e entregar urgentemente no departamento.  Carla foi morta pelo seu esposo após ela a contar a verdade.  Ele a assassinou e depois tirou também a sua própria vida.  É clássico não é?

Bem, para mim. Já não resta mais nada.  Escreverei esta carta e hei de entregar ao departamento.  E depois dali.  Sumirei por um bom tempo...

Qual é!  Eu sou humano. Também preciso de umas férias.

A Caveira do Rei. Onde histórias criam vida. Descubra agora