A morte espera por você 2.

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Lúcio abandonou o corredor e saiu dali deslizando em pressa mórbida deixando Heltor na maior dúvida.

- Ei Lúcio espera ali!
Gritou ele. Infelizmente Lúcio já havia cruzado o grande quintal e em segundos a sua presença evaporou.

Pelo o resto da tarde, ele deitado na cama. Fervilhava seus pensamentos em demasia querendo a todo custo entender a real objectividade daquela carta.  Bem, ele sabia.  Dora so queria dar o troco. Nada de mais... Descartou as milhões de chamadas do Heltor e releu as outras antigas carta em busca de uma possível esclarecimento o porque de tudo aquilo...

As antigas cartas estavam recheadas de textos bonitos de "pai eu amo você, tu és o meu tudo" essas coisas bobas que toda a garota tímida e depressiva como a ela fazem. Helena, sua amada mulher, regressou pra casa as seis da noite e vulcânicamente com a mente projectando uma duvida louca, ela reagiu diante da notícia quase irreal. Em primeiro contacto, fez o máximo para não acreditar... mas obviamente que acabou por acreditar.  A verdade estava ali e ela não poderia pura e simplesmente ignora-lo. Sua amada filha estava os empurrando para um jogo perigoso e se não decidissem jogar.  Acabariam por perder-la.

Ou a Cátia e a Rita. Ou a Luna? Decidem logo! O tempo está morrendo...

Uma maldita insónia os havia envolvidos pela aquela noite... pelo o despertar do sol da manhã, os dois sentados na poltrona da sala, depois de uma demorada discussão.  Acabaram por decidirem cair no tal macabro jogo.  Projectaram o plano do rapto das garotas e quando o relógio mostrou nove da manhã.  O justo período do recreio da escola São Pedro.  Lúcio com a Helena sentada no banco de carona da sua van Branca.  Estancionaram do outro lado da estrada do quintal da escola.  Ele desceu trajado de um sobretudo preto e no alto da cabeça usava um chapéu que escondia a meia face.

Entrou pelo o portão e Caminhou sem pressa ao pátio.  Avistou uma garota isolada. Se aproximou dela e perguntou se ela conhecia a Cátia e a Rita.  Por uma graça demoníaca, a garota disse que sim e as mostrou ali no centro do grande gramado. Lúcio agradeceu e foi até a elas. Umas cinco meninas estavam ali conversando.  Destaque para uma garota alta de pele escura trançada elegantemente a um postiço louro. E para uma outra de pele mestiça, portadora de um sorriso bonito e malvado.  Ela estava encostada na parede deslizando suas mãos no celular.

- oi. Desculpa pelo o incómodo, qual de vocês aqui é a Cátia e a Rita?
Perguntou ele gentilmente.  Elas a olharam desconfiadas por um longo tempo.  A garota de cabelo trançado perguntou com arrogância:

- quem é você e porque pretendes saber?

- meu nome é Lúcio.  Sou o pai da Dora e ela quer falar com vocês...

- oque ela quer?
Perguntou a garota que mexia o celular.

- na verdade, ela tem algo para dar a vocês.  Um presente como pedido de reconciliação.  Infelizmente ela não veio.  Vocês sabem, é uma surpresa e ela não querer estragar tudo. Vocês entendem?

Elas não responderam.  Entre olharam-se com o rosto expressando dúvidas.

- então, venham ou não?

No final acabaram por cederem depois de hesitarem por um momento.  La estavam elas. Cátia,  alta de postiço louro e Rita bonita de um sorriso agradável. Subriam pela van e a van rapidamente deu partida para bem longe da rua Grécia.  Dentro da van, Helena as intoxicou com um spray de pimenta deixando-as letárgicas e meio inconsciente. Desceram pela estrada 211 e cruzaram a alto estrada indo directo pela antiga fábrica de cerveja conforme o combinado.

A van estacionou num pequeno beco cheio de capim e com ajuda da Helena.  As garotas foram tiradas da porta bagagem e as levaram para o ambiente interno daquela abandonada fábrica.  O interior era escuro e fedia urina e também cheiro de fezes.  Lúcio arrastou a Cátia até a um ferro e amarrou seus membros superiores e inferiores com uma corda bastante apertada.  Fez o mesmo para a Rita que já tinha despertado mas por enquanto estava enjoada.  Helena fechou a boca delas enfiando trapos imundos. Quando o Lúcio tencionou vislumbrar o aspecto um pouco mais geral daquele fedorento espaço, ele viu finalmente um envelope colado na abertura de um ferro pertencente a uma máquina morta.  Caminhou até la e pegou o envelope.  Abriu meticulosamente e puxou dentro dela a carta.  Mesma folha mesma caligrafia bonita.  Helena se aconchegou e junto foram lendo no mais terrível silêncio.

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