Lúcio abandonou o corredor e saiu dali deslizando em pressa mórbida deixando Heltor na maior dúvida.
- Ei Lúcio espera ali!
Gritou ele. Infelizmente Lúcio já havia cruzado o grande quintal e em segundos a sua presença evaporou.Pelo o resto da tarde, ele deitado na cama. Fervilhava seus pensamentos em demasia querendo a todo custo entender a real objectividade daquela carta. Bem, ele sabia. Dora so queria dar o troco. Nada de mais... Descartou as milhões de chamadas do Heltor e releu as outras antigas carta em busca de uma possível esclarecimento o porque de tudo aquilo...
As antigas cartas estavam recheadas de textos bonitos de "pai eu amo você, tu és o meu tudo" essas coisas bobas que toda a garota tímida e depressiva como a ela fazem. Helena, sua amada mulher, regressou pra casa as seis da noite e vulcânicamente com a mente projectando uma duvida louca, ela reagiu diante da notícia quase irreal. Em primeiro contacto, fez o máximo para não acreditar... mas obviamente que acabou por acreditar. A verdade estava ali e ela não poderia pura e simplesmente ignora-lo. Sua amada filha estava os empurrando para um jogo perigoso e se não decidissem jogar. Acabariam por perder-la.
Ou a Cátia e a Rita. Ou a Luna? Decidem logo! O tempo está morrendo...
Uma maldita insónia os havia envolvidos pela aquela noite... pelo o despertar do sol da manhã, os dois sentados na poltrona da sala, depois de uma demorada discussão. Acabaram por decidirem cair no tal macabro jogo. Projectaram o plano do rapto das garotas e quando o relógio mostrou nove da manhã. O justo período do recreio da escola São Pedro. Lúcio com a Helena sentada no banco de carona da sua van Branca. Estancionaram do outro lado da estrada do quintal da escola. Ele desceu trajado de um sobretudo preto e no alto da cabeça usava um chapéu que escondia a meia face.
Entrou pelo o portão e Caminhou sem pressa ao pátio. Avistou uma garota isolada. Se aproximou dela e perguntou se ela conhecia a Cátia e a Rita. Por uma graça demoníaca, a garota disse que sim e as mostrou ali no centro do grande gramado. Lúcio agradeceu e foi até a elas. Umas cinco meninas estavam ali conversando. Destaque para uma garota alta de pele escura trançada elegantemente a um postiço louro. E para uma outra de pele mestiça, portadora de um sorriso bonito e malvado. Ela estava encostada na parede deslizando suas mãos no celular.
- oi. Desculpa pelo o incómodo, qual de vocês aqui é a Cátia e a Rita?
Perguntou ele gentilmente. Elas a olharam desconfiadas por um longo tempo. A garota de cabelo trançado perguntou com arrogância:- quem é você e porque pretendes saber?
- meu nome é Lúcio. Sou o pai da Dora e ela quer falar com vocês...
- oque ela quer?
Perguntou a garota que mexia o celular.- na verdade, ela tem algo para dar a vocês. Um presente como pedido de reconciliação. Infelizmente ela não veio. Vocês sabem, é uma surpresa e ela não querer estragar tudo. Vocês entendem?
Elas não responderam. Entre olharam-se com o rosto expressando dúvidas.
- então, venham ou não?
No final acabaram por cederem depois de hesitarem por um momento. La estavam elas. Cátia, alta de postiço louro e Rita bonita de um sorriso agradável. Subriam pela van e a van rapidamente deu partida para bem longe da rua Grécia. Dentro da van, Helena as intoxicou com um spray de pimenta deixando-as letárgicas e meio inconsciente. Desceram pela estrada 211 e cruzaram a alto estrada indo directo pela antiga fábrica de cerveja conforme o combinado.
A van estacionou num pequeno beco cheio de capim e com ajuda da Helena. As garotas foram tiradas da porta bagagem e as levaram para o ambiente interno daquela abandonada fábrica. O interior era escuro e fedia urina e também cheiro de fezes. Lúcio arrastou a Cátia até a um ferro e amarrou seus membros superiores e inferiores com uma corda bastante apertada. Fez o mesmo para a Rita que já tinha despertado mas por enquanto estava enjoada. Helena fechou a boca delas enfiando trapos imundos. Quando o Lúcio tencionou vislumbrar o aspecto um pouco mais geral daquele fedorento espaço, ele viu finalmente um envelope colado na abertura de um ferro pertencente a uma máquina morta. Caminhou até la e pegou o envelope. Abriu meticulosamente e puxou dentro dela a carta. Mesma folha mesma caligrafia bonita. Helena se aconchegou e junto foram lendo no mais terrível silêncio.
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A Caveira do Rei.
TerrorTodos nós temos segredos. Uns mais graves, outros mais terríveis. Oque na verdade importa é o valor desses segredos que acabam por permitir sobreviver num mundo cheio de coisas perversas. Um mundo terrível com pessoas que aparentam serem normais...