"Então, se você apenas segurar minha mão
Baby, eu prometo que farei tudo o que puder
As coisas vão melhorar se você apenas segurar minha mão."Hold my hand- Michael Jackson
Parquinho lotado, crianças correndo e pulando animadamente com seus mais estimados brinquedos agarrados a si como se fossem seus bens mais preciosos nesse mundo inteiro.
Porém apesar de tudo estas mesmas crianças embora pareçam doces, podem ferir alguém com palavras e ações.
Eu brincava animadamente com sua nuvem de pelúcia, um chaveiro consideravelmente grande que ao contrário da função habitual acabei o destinando como brinquedo favorito do momento. Conseguia impulsionar o balanço para frente cada vez mais, elevando a pelúcia para cima como se eu mesma estivesse voando com ela por entre as nuvens.
Até que as cordas do balanço foram agarradas e meu vôo interrompido.
- Saia daí, tampinha!
Uns garotos maiores me empurraram com tudo no chão, me fazendo cair de cara na areia.
- Olha só o que ela tem aqui....- O maior deles apanhou a pelúcia do chão.
- Não, por favor..- Me levantei desajeitada e com medo, eram maiores em tamanho e quantidade do que eu.
- Fala sério, um chaveiro?! - O garoto começou com uma risada desdenhosa e os outros o seguiram.
- Me devolve....- Pedi num fio de voz, os quatro garotos estavam formando uma meia lua em volta de mim e minhas lágrimas já começaram a se formar no canto dos olhos.
- Ah, ela vai chorar!! - Um deles fez um bico teatral em minha direção.
- Não, por favor....- Tentei levantar para pegar mas eles me empurravam de novo e de novo. Se manter de pé era uma tarefa difícil.
- Devolve pra ela!
Eu já estava suja de areia com as quedas, os quatro pararam o que estavam fazendo mas ainda me seguravam. Seus olhares foram para a direção da voz, que pertencia a um garotinho pouca coisa maior do que eu.
Ele se aproximou de mim, pegando em meu braço e me tirando de perto daquele brutamontes.
- Não se deve fazer isso com uma garota.
- Ah é? - O maior ligeiramente se curvou para encarar o garoto nos olhos.- Se não vai fazer o quê?
- Isso.
Foi rápido demais, quando me dei conta já estava correndo parquinho a fora com aquele garoto me levanto.
- Ufa, já estamos longe!- Ele comemorou tirando cabelo do rosto. Estavamos sentados em um banco, encostados na parede.
- É, estamos...- Olhei em volta, por sorte ainda conseguia voltar sozinha para encontrar meus pais.
- O que foi? Eles te machucaram?- Ele me pareceu preocupado.
- Não, eles levaram...
- Isso?- Ele me mostrou a pelúcia, meus olhos brilharam ao pegar de volta.
- Como você?
- Não gosto de meninos que façam meninas chorarem. Minha mãe disse que vocês são princesas e por isso devemos tratar bem.
Senti vontade de chorar de novo, mas me silenciei.
- Você vai contar para os seus pais né?
- Não sei....
- Toma.- Ele me estendeu uma pelúcia de alguma coisa que eu não sabia muito bem o que era.
- O que é isso?
- Pra te dar coragem, é meu amuleto da sorte.
- Mas e você?
- Tudo bem, não se preocupe comigo.
Olhei para as duas pelúcias em minha mão, eu sempre variava de brinquedo favorito, e afinal, ele me salvou. Estendi a nuvem para ele.
- Não, mas isso é seu!
- Pra lembrar de ser um herói.
Ele ficou meio receoso no início, mas logo pegou e sorriu para mim.
- O que é isso?
- Um piano.
- Qual é o seu no..
- Meus pais estão me procurando.- Me sobressaltei, reconheci meus pais olhando em volta do balanço de onde os valentões já tinham saído.- Tenho que ir...- O olhei- Muito obrigada.
Ele não disse mais nada, apenas sorriu enquanto corri para o encontro de meus pais que já estavam preocupados olhando em volta.
Agarrei minha mãe assim que a encontrei e vi que seus olhos estavam vermelhos, ele é muito chorona.- Onde você se meteu Celine?- Ela começou a passar as mãos pelo meu rosto e viu minha blusa clara suja de areia.
- Uns meninos grandes..- Olhei para trás tentando ver se encontrava o garoto mas ele simplesmente sumiu. - Não quero mais vir aqui sozinha.
- Eles te machucaram? - Meu pai pareceu possesso, pegando em minha mão
Honestamente não queria contar a eles o que houve aquele dia, estava envergonhada e me sentindo um nada por ser tão vulnerável assim perto daqueles garotos. Mas olhei o amuleto recém ganhado e acabei dizendo eles o que houve, me segurando pra não chorar.
Eles simplesmente me abraçaram juntos, sem dizer nada. Apenas o calor de seus corpos me acolhendo que foi o suficiente.
- Ficaremos de olho, eles não vão tentar a sorte outra vez.
- Pai...
Meu pai me olhou, eu gostava de ficar no meio dos dois de mãos dadas para ambos.
- Eu quero aprender música.
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Heeey my sunshine, tudo bem com vocês?
Decidi sair um pouco de universos fantasiosos e me aventurar pelo romance dessa vez como plano principal da história, espero que gostem!
É um desafio e tanto mas estou empolgada!
Beijos da Tia Nick! 💜
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Desencontros de uma Canção
Teen FictionCeline sempre desacreditou em acaso, como uma amante enrustida de clichês românticos, não via o destino como forte aliado dos acontecimentos em sua vida. Se contentava em ter o piano, suas duas melhores amigas e fones de ouvido como fortes aliados...