" Eu ainda sinto você aqui
O que eu queria
O que nos passa
Eu ainda sinto você aqui
Sozinho se você quiser
Não, somente se você puder
Volte para mimE se quiser meu coração, esse é o caminho
Simplesmente feche seus olhos
E o encontrará"Nuvole Bianche - Ludovico Einaudi
Não sei como, quando ou onde começaram mas num dia que eu esperava que fosse como qualquer outro, simplesmente minha mente despertou antes que meu corpo pudesse de alguma maneira acompanhá-la. Uns intitulam como paralisia do sono e se você por curiosidade acabar jogando esse mesmo nome no Google pode ficar apavorado com os resultados assim como eu. A sensação é quase a de um telespectador que assiste eufórico uma pessoa consciente imobilizada, não sei se é meu cérebro levemente ludibriado que causa essas alucinações mas tenho uma certeza quase palpável de que esse "fenômeno"me atinge bem mais do que eu gostaria.
Não consigo mensurar se são segundos, minutos ou horas que passo neste estado mas a angústia me assola como se perdurasse por toda a eternidade. Sabia, lá no fundo eu tinha plena ciência de que eventos importantes me desencadeariam algum estado de pânico por menor que fosse afinal nada vem fácil e com os nervos de ansiedade formigando á flor da pele era impossível não sentir.
Esse é o verdadeiro problema, eu sinto demais. Coisas que geralmente não tem importância para as outras pessoas me atingem em cheio como um furacão. Às vezes queria não sentir nada.
Depois desse pesadelo. Finalmente meu corpo despertou junto, sento na cama encarando o nada por segundos esperando minha alma retornar ao corpo. Decido abrir a janela já que indiscutivelmente necessito de ar fresco.
O vento agita as cortinas que estão cheias de pó o suficiente para fazer a rinite de minha mãe atacar, faço uma nota mental de colocá-las na máquina depois quando ouço meu celular apitar."Preparada para o começo do começo de um grande dia?"
Sorrio com o trocadilho péssimo,mas imagino que ele deve ter adorado.
" Alguém já disse que você é bem redundante pra um escritor?"
"Não sou escritor Celine, sou músico e você também. Essa arte é como nosso oxigênio"
" Tá poético hein?Assim você fica mais alegre que o normal."
"Mas fiz você sorrir, não fiz?"
Sim fez, na verdade eram raras as ocasiões em que não me arranca boas risadas afinal seu desastre era a melhor parte delas embora eu listar isso agora não me faça parecer muito boa aos olhos alheios.
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Desencontros de uma Canção
Novela JuvenilCeline sempre desacreditou em acaso, como uma amante enrustida de clichês românticos, não via o destino como forte aliado dos acontecimentos em sua vida. Se contentava em ter o piano, suas duas melhores amigas e fones de ouvido como fortes aliados...