Celine sempre desacreditou em acaso, como uma amante enrustida de clichês românticos, não via o destino como forte aliado dos acontecimentos em sua vida.
Se contentava em ter o piano, suas duas melhores amigas e fones de ouvido como fortes aliados...
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Os dias seguintes ao enterro passaram tão rápido que a data da apresentação que parecia tão longe finalmente chegou. Mas o efeito de anestesia parece ainda estar presente, os dias passam quase mecânicos na escola repletos das provas finais pois a formatura está cada vez mais perto. Dizer adeus ao ensino médio não vai ser melancólico como muitas pessoas nos fazem acreditar, mas acredito que terei saudade de muitos momentos, principalmente nesse último ano em que Cat insistiu para que eu e Liza usássemos fantasia a caráter para dos dias de veteranos uma vez por mês.
Thales e eu não oficializamos nada depois daquilo, mas negar alguma coisa a esta altura é como tapar o sol com a peneira, ele está do meu lado como minhas amigas e minha família, e é isso que importa agora.
Como um evento raro, nenhuma paralisia do sono me importunou desta vez então pude acordar me movimentando como de costume.Escovando os dentes acabo encontrando meu celular aceso pela notificação de mensagem.
"Bom dia minha pianista favorita, como está seu coração hoje?"
" Batendo, se não fosse assim eu morreria."
"Obrigado por me desejar bom dia também, eu falei sério. Sei como você é ansiosa."
" Estou bem por um milagre da humanidade."
"Bom saber, perguntei do coração porque tinha uma surpresa planejada."
" Você sabe a minha relação com surpresas Thales."
" Olhe na varanda, acho que dessa você vai gostar."
Estranho, mas as coisas com Thales não são nada normais desde o primeiro momento que nos conhecemos então talvez esse seja o "agir normalmente" dele. Atravesso o corredor que dá para sala e abro a porta de casa, como o portão é convencional com aquelas tiras de ferro, facilmente encontro meu parceiro na calçada.
— Está mofando aqui a quanto tempo? — Pego a chave para abrir o cadeado, outrora teria trocado de roupa pois acabei de acordar mas dado o momento minha maior preocupação era se meu pai faria uma carafeia a respeito disso.
— Eu sei que horas você acorda no sábado, dona pianista.— Ele tinha as mão para trás como quem esconde algo.
— Devo me preocupar, seu stalker.— O portão rangeu ao ser aberto, nossos lábios se encontraram num beijo singelo.
