♪|Capítulo 11: Acidente|♪

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"Virando e voltando

Para algum lugar secreto dentro

Assistindo em câmera lenta

Enquanto você vira na minha direção e diz

Tire meu fôlego"

Take My Breath Away — Berlin

Talvez fossem as conversas no ônibus sem pé nem cabeça na maioria tendo como pontapé inicial os monólogos incansáveis de Thales, talvez fosse pelo ônibus que com as paradas inesperadas e os solavancos bruscos que provocasse uma ligeira crise de ri...

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Talvez fossem as conversas no ônibus sem pé nem cabeça na maioria tendo como pontapé inicial os monólogos incansáveis de Thales, talvez fosse pelo ônibus que com as paradas inesperadas e os solavancos bruscos que provocasse uma ligeira crise de riso em nós a ponto de me fazer engasgar em algumas vezes resultando em um Thales assustado sem saber o que fazer.
Eu não sabia ao certo qual era o fator determinante desses momentos que passavam com o então recém amigo, mas em todos eles o tempo tinha a impressão de que passava mais devagar e minhas preocupações sumiam de vista.

Era como se fosse algo familiar

— Chegamos. — Thales alertou.

— Porque não disse antes, devíamos ter puxado a cordinha!— Repreendo me levantando bruscamente. A senhora sentada ao lado me olhou com uma feição rabugenta como se eu tivesse profanado o seu mais divino passatempo: olhar para o nada em silêncio.

— Esses jovens de hoje em dia....— Escuto ela resmungar com uma voz tão falha que parece a de um fumante com o pulmão bem debilitado.

— Celine Celine....— Ele riu quando se levantou atrás de mim, vendo a insatisfação da senhora.— Tem um ponto logo ali.

Ele segurou o topo da minha cabeça como faço com César ou Cat quando quero que eles enxerguem o que está obvio (e o que as vezes tenho vontade de fazer com Jade mas ela é tão fofa que acabo resistindo a tentação).Mas geralmente sou eu quem faço esse movimento, ter alguém que seja mais alto -que não seja meu pai- fazendo isso é estranho. Quando vejo o corpo do Sr.  Escrita chegar ao meu lado ele aponta com o queixo a parada onde estávamos prestes a descer.

— Você não é uma maníaca por limpeza né?— Me diz já na calçada.

— O quê?— Ele me olha como se eu estivesse me esquivando da pergunta.— Não sou, porém depende. Vai me levar pro seu antro de práticas bizarras onde sacrifica insetos e pequenos roedores em troca de conhecimento divino das palavras? — Estreito meus olhos para ele como quando algum detetive das séries que assisto acabou de desvendar um caso.

— Divino não seria o caso se estou fazendo sacrifícios, né?

— É, faz sentido. Só que depende de o que você considera como divindade.— Dou de ombros.— Mas porque a pergunta se não tem nada a ver com isso então?

Desencontros de uma CançãoOnde histórias criam vida. Descubra agora