Na cama de Edward

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Eu já estava bem distante do bar onde os outros lobos bebiam, e naquele momento me encontrava de frente com ela, aquela criatura grotesca, pálida e faminta cuja roupa manchada com o fúlgido do sangue chamou-me a atenção.

Conforme a mulher de longos cabelos ruivos dava um passo à frente, pude vê-la melhor, onde seus olhos escarlates terminavam de denunciar sua origem. Ela parou a poucos metros de distância.

- Não sou uma refeição pra você, vampira. - Rosnei.

- Percebi um pouco depois de sentir esse cheiro horrível. - Ela respondeu torcendo o nariz. - Espero não ter que me preocupar com você me atrapalhando. - A criatura dobrou os joelhos tomando uma posição ofensiva.

- Tente a sorte.

Respondi cerrando os punhos. Mesmo que meus reflexos estivessem um pouco comprometidos devido aos efeitos do álcool, eu ainda estava disposto a lutar, meu coração se acelerava, sentia o sangue passar com fervor por minhas veias aumentando ainda mais a temperatura corpórea.

- Então podemos brincar um pouco. - Desafiou seguido de um assobio e estalar de dedos - Vem, cachorrinho!

Assim que ela correu vindo de encontro a mim, acelerei o passo para que nos chocássemos. Eu estava tão quente, que era como se meu corpo estivesse prestes a entrar em combustão, tomando-me por inteiro.

A transformação ocorreu antes que ela pudesse me alcançar, surgindo com a minha forma lobo. Tentei abocanhar seu tronco para terminar com tudo mais rapidamente, mas a criatura era ligeira e desviou antes eu a pegasse.

Estávamos em posições opostas, então se virou para correr e eu a persegui afim de impedi-la, pois mesmo que ela estivesse na zona neutra, ainda assim era uma vampira que se alimentava de humanos, então poderia causar o caos em pouco tempo na cidade.

Foi quando chegamos próximos do Píer, e não enxerguei mais ninguém. Olhei para os lados naquela zona escura e tentei me ater ao som, mas somente a quietude tomava conta do ar.

Então, antes que eu pudesse retornar, fui surpreendido ao sentir um peso sobre as costas. A mulher havia pulado sobre mim e envolveu seus braços ao redor do meu tronco. Aquele provavelmente seria meu fim, devido sua força. Porém, antes de ser pressionado, atirei-me ao chão rolando por cima dela afim de tirá-la.

Quando estivemos novamente em posições opostas, um de frente para o outro, a vi sorrir para algo que estava atrás de mim. Sem ter tido a chance de me virar com antecedência, meu corpo foi erguido, onde as patas não alcançavam mais o chão.

Debati-me para me livrar, mas sem sucesso, pois o outro vampiro pressionou-me entre seus braços causando uma dor intensa, onde era audível o barulho de cada osso se repartindo num estalar.

Assim que ele afrouxou os braços, pude dar um último golpe abaixando a cabeça para trancafiar seu antebraço entre as presas numa mordida, aleijando-o.

Voltei a minha forma humana tremulando de dor no chão. O impacto fora tão grande, que era como se minha visão se embaçasse para amenizar a agonia, e o único sentido que permanecia intacto era a audição.

O homem gritava olhando para seu braço decepado, enquanto a mulher se aproximava de mim. Ela se abaixou e abriu um sorriso tão largo que pude ver suas presas e os olhos flamejantes com a satisfação em me ter sofrendo.

- Foi divertida a brincadeira, pena que não durou muito tempo. - Pouco se importou com o outro, pois aquele parecia ser apenas um capacho dela.

Não tive condições de responde-la, na verdade, acreditei ser o meu fim. Morreria ali, sozinho, angustiando em dor.

Então, surpreendi-me, quando vi a aproximação de outro. Ele agia de forma tão rápida que era como se cortasse o ar em cada movimento.

Eu já não conseguia mais enxergar a figura da pessoa que parecia me ajudar, ainda mais por ele ter entrado em conflito com os outros dois vampiros, os movimentos eram tão ligeiros que se assemelhavam a vultos.

Ele matou a mulher arrancando-lhe a cabeça e ateou fogo, entretanto, o homem escapou, mas não iria tão longe visto que estava prejudicado e provavelmente daria de encontro com alguém a alcateia no caminho.

Antes de perder a consciência, vi suas írises cor de âmbar irem de encontro as minhas. Seus lábios se moviam como quem dissesse algo, mas eu não ouvia mais, o som era abafado. A última coisa que percebi foi o toque de suas mãos frias sobre meu corpo.

Desmaiei.

Assim que abri os olhos novamente, notei meu tronco enfaixado e alguns curativos sobre o peito. A dor era menos pior, mas ainda assim eu sentia.

Pensei estar alucinando quando olhei ao redor e notei um lugar diferente. Eu permanecia deitado em um quarto de paredes brancas, com diversos livros, espalhados tanto pela estante quanto no chão, e ao olhar para a enorme janela onde a paisagem eram árvores de pinheiro, reconheci a figura parada em frente a ela.

Era Edward Cullen, e eu estava em sua cama


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NOTAS DA AUTORA: Gostaram, mores? se sim, deixem o votinho bacana, isso motiva demais! já já irei responder os comentários anteriores, só estou um pouco enrolada.

Antes da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora