A chance

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Eu estava devastado, não havia recebido qualquer sinal de Edward há dois dias, e aquilo me corroía, pois, acreditava que a pessoa da qual um lobisomem teve um imprinting definitivamente ficaria junto para todo o sempre. Entretanto, o vampiro fez questão de me mostrar que eu estava errado.

Não contei nada para ninguém da alcateia, já que seria humilhação demais se eles soubessem que não só fui rejeitado pela minha alma gêmea, como também que esta pessoa era um dos frios, uma criatura da raça que lutamos contra a tanto.

Mal consegui prestar atenção na aula, pois minha mente estava presa em lembranças do que rolou nesse pouco tempo. Seth havia percebido que algo estava diferente, ele lançava alguns olhares para mim de vez em quando.

Assim que saímos da sala para ir pra casa, o rapaz tocou-me o braço:

- Jacob, eu te cobri daquela vez não comentando sobre a sacola, mas...o que tem rolado, hein? Você está bem estranho.

Suspirei. Eu não poderia mentir dizendo que estava bem, pois seria algo muito descarado da minha parte.

- É que eu menti para o meu pai sobre o que aconteceu naquela noite.

O garoto arregalou os olhos e entreabriu os lábios em surpresa, provavelmente ele não imaginava que eu seria capaz de fazer algo do tipo, porém, antes de sermos lobisomens, somos adolescentes, então é mais que normal mentir para os mais em algum momento.

- O que rolou então?

- Rolou que na volta para casa eu encontrei com uma vampira, ela estava suja de sangue, então nós brigamos, eu apanhei e fui salvo por um homem que morava por perto.

- E ele te viu na forma de lobo?

- Não. Eu já estava como humano quando fui encontrado. Porém, não deixa de ser bizarro o que houve. Por isso aquela sacola de roupas, tive que ir devolver para o cara...

- Hum...

O rapaz pareceu ter engolido com certa dificuldade aquela desculpa, pois seu olhar permanecia estreito.

Assim que deixamos a escola, resolvi pegar a moto para sair um pouco de La Push e ir em direção a Forks, que era bem próximo, para passear pela cidade e distrair a mente.

Entretanto, conforme eu passava pelo caminho, percebia uma presença estranha, era como se alguém me seguisse. Não hesitei em parar a moto em meio a estrada para observar mais atentamente a floresta.

As coisas me trouxeram um deja vu, pois tinha certeza de que já vivi isso antes.

Um silêncio se instaurou, até que as folhas se movimentaram novamente. Entrei no meio das árvores e inspecionei ao redor passando as órbitas com atenção por cada canto, foi quando o vulto passou de novo deixando um rastro.

Pela velocidade eu sabia que poderia se tratar de algum vampiro. Foi então que meu corpo começou a se aquecer, meu sangue fervia, logo corri tomando a minha forma de lobo para perseguir o invasor. Aquela área da floresta não era uma zona neutra.

Era péssimo tentar ir atrás de algo que mal se conseguia ver, pois os movimentos ligeiros confundiam-me, e o olfato de nada ajudava, pois o vampiro parecia ter disfarçado seu cheiro doce de alguma forma.

Eu o segui até quase o alto da montanha, até que ele parecia ter sumido, pois, ao olhar em volta não havia mais nenhum movimento das folhas, e o som era apenas o cantar dos pássaros.

Surpreendi-me novamente quando um peso recaiu sobre minhas costas, virei para tentar morder os braços que me rodeavam, e então foi aí que ele disse:

- Não é possível que você não reconheça meu cheiro.

Percebi quem era através de sua voz.

''Edward?'' pensei.

Ele desceu e passou suas mãos por meus pelos acariciando-me, então parou de frente para mim com um sorriso tão largo que pude notar suas presas.

''Eu não consigo sentir seu cheiro, não me incomoda. Além disso, poderia ter te matado, por que surgiu assim?'' aquele foi um dos poucos momentos que agradeci por Edward poder ler meus pensamentos, pois só assim pude conversar com ele enquanto estava na forma de lobo.

- Jura? - Inclinou a cabeça para o lado em dúvida. E era verdade, pois eu me sentia enjoado com o cheiro adocicado dos vampiros, mas Edward não tinha esse odor - Eu resolvi pensar melhor sobre o que você tinha me dito, nossa situação...

''E?''

- Então acho que podemos dar uma chance para isso, sabe? Ver o que pode acontecer. - Inclinou-se para ficar à minha altura. Suas írises foram de encontro as minhas - Que tal sairmos para caçar juntos amanhã?

Aproximei-me dele e esfreguei o rosto em seu peito. Ele riu enquanto bagunçava os meus pelos.

''Eu aceito. Porém, não apareça mais aqui sem mim, Edward, você poderia ter encontrado com outro lobisomem.''

- Tomarei mais cuidado. Só estou por essa região porque vim atrás de você.

Confesso que me senti bem mais aliviado com a chance que Edward deu para a gente, e um tanto curioso pra ver onde isso iria dar, já que éramos completos opostos.

- Eu tenho que ir agora, preciso ajudar Alice a fazer algumas coisas. Nos encontramos amanhã?

''Sim. Espere por mim no canto da floresta próximo à praia. Quatro da tarde?''

- Perfeito. - O vampiro galanteou dando uma piscadela, então me afagou antes de partir. Os toques de seus dedos gélidos eram mais suportáveis quando eu estava em forma de lobo.

A euforia tomou conta do meu corpo, e eu sabia que não dormiria bem aquela noite devido à ansiedade de reencontrá-lo.

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NOTAS DA AUTORA: Amores, mil perdões por postar tão tarde, pois tive que fazer postagem do capítulo novo do meu outro romance gay ''Aluno exemplar'' antes desse. Espero que tenham gostado, calma que estamos começando a chegar na parte boa, rs.

Se curtiram, deixem aquele votinho, isso me motiva muito!

Antes da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora