08-mom? MOM!

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23:34.

- Laurel! E... Ramona? Oi! -Blair abriu a porta um tanto alterada,um copo vermelho em mãos.

As garotas entraram,comprimentando rapidamente a amiga e olhando em volta: tinham luzes coloridas para todos os lados,vômito no carpete chique da mãe de Blair,pessoas dançando em cima da mesa de jantar e garrafas empilhadas num canto da sala,mostrando o quão atrasadas elas tinham chegado.

Ao ver Laurel se distanciando,em direção à pista de dança,um copo com líquido colorido foi oferecido,e a garota aceitou apenas pelo tédio. O gosto era forte,amargo,mas não tão amargo quanto o coração daquele que a servira. Ela conseguia notar as más intenções de longe,o repentino interesse por seu corpo limitava-se apenas às suas curvas,e seu olhar carregava uma obsessão doentia por corpos femininos,ele parecia tentar encher os buracos de suas cicatrizes com a ilusão de amores não correspondidos,mesmo que os band-aids só durassem uma noite.

- Vem sempre aqui? - Ramona já era a quarta garota que ele cantava naquela noite.

(...)

00:26.

Laurel dançava sozinha na pista improvisada,quando viu Ramona afastando gentilmente com os braços algumas pessoas em seu caminho, cabeça erguida,o pingente de sua gargantilha balançava no ritmo de seus passos e seu cabelo verde brilhava com as luzes coloridas que iluminavam o ambiente. Ela tirou a jaqueta,jogando em um sofá vazio e adentrando mais ainda na multidão,chegando no centro e fazendo contato visual com Laurel.

Para a menina,apenas olhar para Ramona naquele momento foi quase como se afogar no paraíso por um segundo.

Tudo tão suave,reluzente,atrativo, delicadamente grosseiro e novo.

Ramona dançava conforme a música,com movimentos lentos,ágeis e precisos,chamando a atenção de algumas pessoas ao redor,tamanho era seu brilho.

Luzes reluzentes, cacos de vidro pelo chão,bêbados caindo e se jogando de um lado para o outro,mentes confusas,corpos queimando, música alta se misturando com gritos desajeitados e ecoando pelas paredes daquela mansão antiga,era tudo tão estranhamente aconchegante e ensurdecedor.

Elas se aproximavam aos poucos,sem pressa ou desespero e, naquele único momento,o mundo inteiro poderia estar desabando que ali,só existiriam as duas,mentes interligadas pelo interesse mútuo.

Sirenes soavam do lado de fora,cada vez mais altas,mas também não eram tão relevantes quanto Laurel,que por algum motivo,parecia pelo menos 38146529 vezes mais atrativa que o normal.

Ao avistarem 3 policiais entrando na casa as duas,de mãos dadas,saíram correndo pelas escadas,subindo e entrando no último quarto do corredor.

Assim que entraram,Laurel trancou a porta. O quarto de Blair era de uma elegância desnecessária,que não tinha nada a ver com a garota. Uma cama de molas gigantesca com 14 travesseiros de tamanhos diferentes, um espelho grande,dois armários brancos,um tapete cinza no chão,quadros e gravuras sem vida na parede e um lustre no teto. Só seu quarto parecia até um palácio em preto e branco e o exagero de luzes machucava a vista.

(...)

08:15.

Ramona acordou,o brilho do Sol invadia a janela fazendo seus olhos arderem.

Sua mente girava,a respiração agitada denunciando seu estranho cansaço. As lembranças da noite passada iam e voltavam em seus pensamentos,dando-na dor de cabeça.

Ela tentou manter seus olhos fechados por conta da claridade,mas a curiosidade foi maior. Ao abrir os olhos,levou um susto ao ver um pequeno gatinho repousando em sua perna.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2021 ⏰

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