capítulo 5

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17 de Março, terça-feira.

No dia seguinte, Jimin acordou se sentindo determinado, como se a noite de sono tivesse levado embora toda a sua desesperança. Mandou uma mensagem para os membros do grupo de dança com a ideia de fazerem cartazes e espalharem pela escola, como forma de protesto. Todos concordaram e durante o resto do dia, cada um deles elaborou uma boa quantidade de cartazes com frases como “devolvam o grupo de dança” e “não vamos nos calar”. No intervalo do almoço, se encontraram no salão central do colégio, com uma boa quantidade de cartazes e esperança brilhando nos seus olhos.

— Muito bem, pessoal. — Jimin respirou fundo — Vamos colar os cartazes nos lugares mais frequentados, como no refeitório, no painel de recados, nos corredores dos dormitórios, nas quadras… — ele olhou nos olhos dos amigos e sorriu — Vamos lá! Vamos deixar todos saberem do nosso incontentamento. Esse vai ser só o começo dos nossos protestos.

Então, em duplas, eles se dividiram por todos os cantos do colégio, colando os cartazes por todos lados, e tendo os olhares dos outros alunos presos neles, curiosos para entender o que estava acontecendo. Logo, todos estavam sabendo que o grupo de dança havia sido suspenso pela diretora por conta de suas notas. Muitos já se simpatizavam pela causa deles, já que toda a discussão sobre o quão abusiva era a conduta de todo o sistema escolar coreano, mas especialmente do Colégio GwangJu, era muito forte entre os estudantes. Sendo um dos colégios mais caros e conceituados de Seul, era famoso pelas provas extremamente difíceis e pelas incontáveis horas de estudo exigidas, mas também, pelos alunos bem sucedidos. Muitos dos mais conceituados médicos, empresários e juízes da Coreia do Sul haviam frequentado o Colégio GwangJu, além dos muitos que adentravam nas melhores universidades no exterior. Mas toda aquela fama havia sido construída por trás de muitos casos de depressão, automutilação, síndromes do pânico e até mesmo suicídios. Para os alunos que sempre estiveram entre os primeiros no ranking, toda a pressão para manter as notas, todo o tempo tomado e as noites mal-dormidas, tudo o que tinham que renunciar, era sufocante, até um ponto em que simplesmente ficavam doentes. E também, aos outros alunos, que se viam completamente rejeitados e ignorados pelo colégio por não alcançarem os melhores resultados, sempre lembrados de suas falhas nas provas, e nunca reconhecidos, mesmo que por suas outras habilidades. Os grupos de artes, teatro, dança, xadrez, os times de basquete e futebol, eram válvulas de escape de muitos desses alunos que não se encaixavam no padrão exigidos pela escola, ou simplesmente não queriam se sujeitar à toda aquela pressão. E esses alunos eram a maioria, afinal, a não ser que você estivesse entre os dez melhores, nunca seria bom o suficiente. E por essa razão, o Real King já tinha a solidariedade de muitos estudantes, que começavam a comentar entre si e até nas redes sociais sobre os absurdos que o Colégio GwangJu promovia em favor dessa conduta.

***

Já era noite. Quando Hobi finalmente chegou ao seu quarto, lá estavam SeokJin e YoonGi, cada um deitado em sua respectiva cama enquanto o mais novo lia um livro e SeokJin parecia estar jogando um jogo no celular. Assim que HoSeok abriu a porta, os olhares deles se voltaram para si.

— Oi, pessoal. — disse, bocejando.

— Oi, Hobi. — Jin falou, sem tirar os olhos da tela.

— Já jantaram?

— Ainda não. — o Kim falou — Estávamos esperando por você e o Chim.

— Ok. — bocejou de novo — Vou só me trocar e nós vamos.

Hobi andou até a beliche que ele compartilhava com YoonGi e jogou sua mochila sobre a cama de cima, que era a sua. Estava se sentindo muito cansado, mal podia esperar para que pudesse finalmente se deitar e dormir. O dia tinha sido extremamente cansativo, andando de um lado pro outro do colégio, colando os cartazes. O garoto foi até o banheiro e trocou o uniforme por uma roupa mais confortável. Assim que voltou ao quarto novamente, passando pela sua escrivaninha, ele avistou um conjunto de papéis que chamou sua atenção. Não se lembrava deles. Quando os pegou na mão viu que se tratava de um trabalho de história que devia ter sido depositado naquela manhã, mas ele tinha se esquecido completamente, claro. Pegou as folhas na mão e começou a entrar em desespero. Aquele trabalho valia boa parte da nota e ia ajudá-lo a se recuperar da péssima nota da prova. Ele não podia ter se esquecido. À esse ponto, seus amigos já tinham se levantado e estavam prontos para seguir até o refeitório. HoSeok olhou o relógio na parede e viu que eram 19h. Os professores deixavam o colégio até às 19h30, então havia chances de que o professor Kim ainda estivesse na sala dos professores. O garoto respirou fundo e se virou pros amigos, com a pilha de papéis nas mãos.

nevermind; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora