Petistas Abortistas

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Luna Castilho:

Passei a manhã e a tarde inteira matutando e fofocando com minhas amigas no nosso grupo no Whatsapp. O "Petistas Abortistas", debatendo com Jessica, Sarah e Stephanie:

Jessica meu tudinho: Aposto que a Lulu não conseguiria fazer o Renan se apaixonar por ela.

Sarah da urss: Ela iria se apaixonar antes.

Eu: Vocês duvidam? Eu pego ele e não me apaixono. Só uma ficada, pra ver qual o gosto de chernobyl rs.

Stephanie meu dengo: D U V I D O. Mas e aí, o irmão dele é gosto como aparece nas fotos mesmo? Ah, e chama o Renan pra sair se você consegue fazer ele se apaixonar por você, vai na fé.

Eu: O Flávio? Sim...Willy Wonka KKKKKKKKKKK. Vou dar início ao meu plano maligno hoje, conto tudo pra vocês depois, se ele aceitou ou não ,_,.

Joguei meu celular na cama e pensei se aquilo era o certo a se fazer, mas também pensei que só vivemos uma vez, por que não zoar um bolsominion? Mordi meus lábios e peguei a máscara de cachorrinho que Renan havia me dado e caminhei até a sacada, esperando qualquer resquício da sua presença. Quando o vi sorri, mas me lembrei que estava de máscara. Anta que eu sou, meu Deus. Renan sorriu e acenou, eu acenei de volta e tirei a máscara, a usando no melhor estilo família Bolsonaro: no queixo.

— Quer comer um miojo comigo mais tarde?! — Berrei me encostando no parapeito da sacada.

E o distanciamento social?! — Renan berrou de volta de volta, rindo fraco, fiz fez um sinal para que eu esperasse. Corri para dentro do meu quarto e peguei uma mesinha de plástico rosa que Helena usava para desenhar e pintar, mas seria palco para meu show. Deixei a mesinha e peguei uma cadeira também de plástico que também era de Helena, mostrando para Renan.

— Você da sua sacada e eu da minha! — Exclamei sorrindo, ele riu em resposta.

— Te vejo às 20hs?!

— Estarei pronta! — Acenei e sorri, nos despedimos e cada um voltou para seu quarto. Fechei a porta da sacada e as cortinas, me jogando na cama e refletindo finalmente. —Não é certo brincar com as emoções das pessoas...Eu não vou mais.

Me levantei destemida a ir para a sacada e dizer para Renan que não era verdade o convite, mas o vi jogado na sua cama, encarando o teto feito um bobão, abraçava o travesseiro e mesmo com a distância, eu sabia que ele sorria. Me senti extremamente culpada naquele momento, sabendo que poderia estragar sua alegria a qualquer momento.
Helena entrou em meu quarto, me tirando dos meus pensamentos e felizmente me impedindo de gritar para Renan que o encontro não era de verdade.

— Por que você roubou minhas coisas? — Helena puxou a barra da minha saia.

— Hã...Eu vou precisar delas emprestado hoje, okay? Pode mexer no meu Ipad por hoje o quanto quiser, você me devolve quando eu te devolver suas coisas, pode ser?

Helena não pensou duas vezes e correu até minha cômoda, abraçando o Ipad com uma expressão sorridente no rosto.

Foi muito bom fazer negócio com você. — Ela me deu uma piscadela e eu ri, a observando sair do quarto.

Encarei o relógio na tela de meu computador: 16:45hs, eu ainda tinha muito tempo para me arrumar, podia dormir, mas um bolo havia se formado na minha garganta e eu não conseguiria dormir e relaxar. Minha consciência pesava e por isso agarrei meu celular novamente, voltando para o grupo das Petistas Abortistas.

Minha Gatinha Comunista Onde histórias criam vida. Descubra agora